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Política

OS NOVOS LIBERTADORES DA AMÉRICA

por Zé Roberto Padilha


Zé Roberto Padilha

Mal acordei e o WhatsApp disparou: “Caiu!”. Logo abaixo, efeito cascata, centenas de compartilhamentos assinavam abaixo: “Estava insustentável!”. “Burro!”. Se vivêssemos em um país sério, a queda seria do presidente da república. Passou a perna no interino, escalou mal seus ministros e comprou meio time para se manter no cargo. Mas quem caiu foi Zé Ricardo, o técnico do Flamengo. Sua culpa? Trabalhar num país cujos homens torcem mais por sua nação do que a defendem como cidadãos. Michel Temer está firme no cargo – e um cara do bem, honesto e trabalhador perdeu o seu.

Saí para comprar o pão e os garis aceleravam suas vassouras em euforia. Varriam o lixo como retirassem todo e qualquer resquício daquele seu treinador. “Aonde já se viu, Diego e Everton Ribeiro juntos?” Pouco estavam interessados em saber que a escalação do Gedell Vieira ao lado da mala de Rocha Loures ajudou a comprar a reforma trabalhista, cuja terceirização irá ameaçar a estabilidade por eles alcançada no concurso mais concorrido do estado.

“Finalmente, que venha o Wanderley!”. Wanderley Luxemburgo, outro cara do bem, já garantiu o seu futuro. Será que com a reforma da previdência nossos valorosos garis não sabem que vão varrer ruas até os 85 anos para alcançar a sua?

O Brasil voltou recentemente a ocupar a zona do rebaixamento no quadro da Fome da ONU. De que importa? O que vale mesmo é o Flamengo ficar entre os quatro que vão à Libertadores. Para alcançá-la, são capazes de encher um ninho de urubu num domingo de praia e deixar completamente vazios os palcos de luta e resistência como a Avenida Copacabana e a Paulista.


Antes, os libertadores da América tinham sobrenomes como Bolívar, Martin, L’Overture, Guevara, Guimarães e irmão do Henfil. Hoje, a liberdade é buscada de uma forma tão imbecil que enforcamos inocentes a céu aberto – e nos calamos dentro de casa e damos folga às nossas panelas diante dos culpados.

Bom dia, Brasil. Num passe de injustiça, a bandeira de Mello foi erguida nesta segunda-feira após a derrota para o Vitória. Só mesmo em um lugar onde Michel Temer continua e Zé Ricardo perde o seu lugar é que toda vitória significa uma derrota. E assim será enquanto não erguermos outras bandeiras de luta. E levarmos o nosso próprio país a sério.

AS CARAS DE QUEM SOMOS

por Zé Roberto Padilha


Somos o que lemos, já disse um dia o poeta. Ou foi o profeta? Pouco importa, eles estavam certos. Porque nos anos 70 o país do futebol prendia e torturava seus filhos e não teve um só ídolo de chuteiras a levantar a voz e tirar seu torcedor socialista do pau-de-arara. Saíram às ruas os estudantes, entraram em greve os metalúrgicos, os ferroviários, todos os operários, mas nenhum Pelé ocupou o show do intervalo para denunciar a tortura. O sumiço do Herzog. Em meio a esta pavorosa omissão, Democracia Corintiana, Afonsinho e Movimento Passe Livre foram focos isolados de resistência prontamente abafados pelos cartolas.


Nas concentrações dos clubes de futebol os jogadores não liam Movimento, Pasquim ou Opinião. Eles liam Contigo, Jornal dos Sports, Tio Patinhas e Manchete. Não a de variedades, política e sociedade do Arnaldo Bloch. Mas a esportiva que só continha futebol. Tão violento foi o descaso da minha classe que o ditador da vez, Emilio Garrastazu Médici, teve a petulância de trocar o comando da seleção porque João Saldanha era comunista. Em seu lugar imporia a CBF um treinador que levasse Dadá Maravilha ao México. Era um bom atacante, cabeceava bem, tinha passadas largas e um certo domínio de bola, masna época era o melhor ópio do povo que o futebol concebia nas tardes de domingo. O que distraia as massas enquanto as bombas explodiam no Riocentro.

Nosso país, hoje, encharcado de corrupção e desmandos, também reflete o que seus filhos lêem: enquanto a Bíblia Sagrada vende apenas 500 mil exemplares por mês, segundo a Sociedade Bíblica do Brasil, a tiragem da revista Caras bateu 860 mil em janeiro. E a Quem Acontece chegou a casa dos 650 mil. De um lado o livro mais vendido no mundo, a cartilha da fraternidade que desde o primeiro exemplar tem orientado a humanidade a dividir o pão e o vinho. De outro, uma exposição da vida das celebridades, riqueza e ostentação dos que vivem a esconder o pão e colecionar vinhos. Para ficar bonito na capa, aplicam botox e trocam a fiel escudeira por uma Joelma mais nova que vai aparecer deslumbrante em suas páginas ostentando um vestido  Dior.

Eike Batista não leu a Bíblia. Ele é a cara, e o mau exemplo, de quem acontece em nosso país. Deu uma Ferrari para o filho e não lhe deu educação para dirigir, preferiu investir em uma banca de advogados e subornar o radar da reta oposta da Washington Luis. Seus companheiros de cela, que não tiveram oportunidade de estudar,   não entendem como aquele homem foi parar ali.  Ter uma mansão com dez suítes e defecar de cócoras sob o olhar do deboche. Ter no cardápio lagostas e medalhões do Copacabana Palace e comer  bóias requentadas que o estomago não reconhece.

A vida é mesmo assim. Somos o que somos. E o que lemos. Mas quando o homem, e a mulher, se dedicam apenas a serem lidos, vistos e admirados, e para tal precisam negociar valores éticos e morais, corromper e serem corrompidos, chegou a Lavo Jato a hora de pegar o manual da humildade. Ao trocar a Ilha de Caras pelas celas de Bangu, Eike, Cabral, Eduardo Cunha e Cia vão ter tempo de sobra para rever conceitos e ler a Bíblia emprestada do detento ao lado. Que Deus os perdoe e nos proteja.

SORTE DO VOTO, AZAR DA BOLA

por Zé Roberto Padilha


Sede do Entrerriense F.C.

São duas experiências vividas que desnudam o quanto o poder econômico pode desequilibrar, e tornar desigual, uma disputa dentro e fora das quatro linhas. Em 1988, candidato a prefeito em minha cidade, seguia com meus vereadores para o comício em um bairro na nossa Kombi com alto falantes cheios de ruídos. E a multidão seguia em direção oposta para assistir o showmício do Neguinho da Beija-Flor num Trio Elétrico em outra pracinha. No intervalo, o candidato que detinha a máquina, que sempre traz a reboque suas Odebrechts, mandava o seu recado. E na hora do voto vinha aquele eco na cabeça do eleitor: “Olha o oligarca da vez aí gente!”.


Zé Roberto foi ponta da Máquina Tricolor

Nos sinais, expunham meninas de shortinhos entregando panfletos, e eu subia o morro com minhas petistas de óculos que a população não enxergava qualquer beleza interior. Mesmo carregando bandeiras da cor que parava aquele sinal. Isto desestimulava seguidos idealistas a postular um cargo e punha o valor na etiqueta na disputa: para vereador, 100 mil, para prefeito, 1 milhão. Tão seguro deste desamparo, nossos políticos se deram ao luxo de nenhum candidato a governador nos visitar nas eleições passadas. Enviaram a Três Rios a grana e o marqueteiro que a todos os rincões bastava.

A outra foi no futebol. Treinador do Entrerriense FC no Campeonato Carioca de 1995, classificado entre os oito melhores do estadual, enfrentamos o Fluminense a uma rodada do fim. Era o ano do centenário do Flamengo e o Fla-Flu que decidia o título ia ser no domingo seguinte. Meus atletas recebiam salários mínimos e enfrentariam, entre outros, Renato Gaúcho, que sozinho ganhava mais que todo o grupo, a comissão técnica, o estádio e a sede social do clube carijó.


Pouco conseguimos treinar durante aquela semana. Diante de tamanho desnível financeiro, o temido homem da mala, de ambos os lados, rondou os meninos. Ao portador da mala para vencer, cedi até o vestiário e mandei buscar biscoitos e cafézinho. Qual o problema um estímulo a mais para buscar a vitória e diminuir a desigualdade salarial durante os 90 minutos?

Mas o da mala para perder, soube depois, conseguiu uma audiência do lado de fora. Como moradores de um bairro desassistido, sem água, luz ou coleta de lixo, ficaram expostos a uma compra de votos. Ela só ocorre quando a disparidade financeira, e a luta por condições melhores no trabalho e nos gramados, chegam ao seu limite. E os poderosos se acham no direito de bater em nossas portas a comprar a desesperança.

Hoje, na política, não pode mais ter o showmício e a grana está curta, e tabelada, como os shortinhos que desapareceram dos sinais. Assim como as placas de propaganda, os outdoors, os comitês eleitorais. Agora, os candidatos vão ter que colocar o Pezão na estrada se almejarem se aproximar do eleitor.


Campo do Entrerriense F.C.

Mas no esporte, o Entrerriense não joga mais. Está licenciado da FERJ por falta de apoio e patrocínio. Criaram arenas e expuseram os limitados, e afastaram os alambrados de Pau Grande onde surgiu um gênio ilimitado. Sumiu o Serrano e o gol do Anapolina. O América FC-TR e o Pião, que fez um gol que tirou o selo de invicto do título do Botafogo. De onde saíram os maiores jogadores do futebol brasileiro, como o Ferreira, Vinícius Righi, Denílson, permaneceram os “Gums” jogando e ganhando 200 mil.

Quanto aos meus jogadores, que resistiram à mala e lutaram até o fim naqueles 3×0 para o Fluminense, muitos abandonaram suas carreiras. Alguns se tornaram vendedores, outros voltaram a estudar. Sorte da política quando estimula políticos melhores rumarem a Brasília, azar do futebol quando fecham as estradas dos laboratórios de terra batida, das traves de bambu, bolas de pano, meninos de canelas finasque sempre conduziram a arte de seu improviso ao Maracanã. E nos tornaram cinco vezes os melhores do mundo.   

AS DERROTAS

Por Zé Roberto

Esta manhã eu devo ao futebol. Derrotado no Fla x Flu que se tornou a batalha do Golpe x Impeachment, pelo placar que não sei quanto foi, pois quando deu no telão 100 x 26 retirei minha torcida de campo (o torcedor cobra criada já sabe o “time” de quando a vaca foi para o brejo) e deveria ficar escondido em casa, pelo menos durante 24 horas,  evitando as provocações. Ainda mais que meu Fluminense também perdeu a Taça Guanabara e com um peteleco daquele do Riascos. Mas estou competindo desde os dezesseis anos.


Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Perdendo, empatando ou ganhando, dia seguinte tinha que descer do apartamento, ir ao jornaleiro e enfrentar nas bancas as críticas. E eram sempre os mesmos comentários: vencendo, um jogador moderno, polivalente, presente em todos os lados do campo. Perdendo, um peladeiro, perdido em todos os lados do campo. O caixa do banco com quem pagava segunda-feira as contas em Campos, quando defendia o Americano, me recebia com a cara do resultado. Não sabia o valor da conta da luz, mas dos seus comentários sabia de cor. “Tá feia a coisa, hein! Tem que tirar o treinador!”. Ou: “Maravilha, se continuar assim seremos campeões cariocas!” Menos. Mas era assim. Irrefletido, efêmero, pueril. Como o futebol. Como a política.

Aprendi com o futebol, não com minhas segundas-feiras tristes como esta, mas com o passar dos anos, que evoluímos muito mais nas derrotas do que nas vitórias. Quando ganhamos, a euforia momentânea nos eleva a patamares não alcançados e imerecidos. Com o vestiário cheio, dezenas de entrevistas aos repórteres, tapinhas nas costas de dirigentes de todos os lados, ficamos sabendo que a reapresentação não seria mais na segunda. Fora remarcada para terça à tarde, onde muitos se apresentariam de chinelinhos. Não havia crise, o clima era bom, o treinador fora mantido e com o bicho pela vitória levaríamos a patroa a jantar fora. A missão estava cumprida.

Mas nas derrotas, ficávamos sabendo que dia seguinte teríamos que nos apresentar para uma longa preleção. Nela, nossas falhas seriam analisadas, posicionamentos corrigidos, uma cobrança maior de envolvimento, treinamento, alimentação. Depois, o preparador físico nos levava para a pista para aprimorar a forma física, caprichar nos passes, bater melhor um escanteio. Depois de 17 anos de bola, você aprende: as derrotas nos ensinam e nos preparam muito mais ao longo da nossa carreira. Se vivêssemos ganhando, desfilaríamos hoje pelas nuvens, não pelas ruas. Nos acharíamos “os caras” na totalidade do ser, não viveríamos a aperfeiçoar nossas caras, almas, posturas e coração a tentar ser um cidadão, um político, um jogador, melhor.

Então, levantei a cabeça cheia, saí hoje cedo pelas ruas e me apresentei ao trabalho às 8h desta manhã. Vou ouvir do treinador sobre os passos que erramos para alcançar a governabilidade. Para obter a maioria no parlamento e aprovar o Bolsa Família, nos aliamos a quem praticava um futebol diferente do nosso. Vencemos uns dias, mas corremos o risco de sofrer as falhas de uma frágil zaga formada por Cunha e Temer. E, de goleada, nos levar a uma derrota que talvez nos tire de vez do campeonato Brasil Rico é País sem Pobreza. 

A CONVOCAÇÃO

Por Sergio Pugliese

– Faltam quantos pra fechar, Hugo? 
– Oito. 
– Não é melhor sair ligando pro pessoal? Feriado é fogo! 
– A lista tá aqui. 
– Fala, Xanduca, tá chegando? Chegando em Maricá??!! Pirou? Não ouviu o que o Eduardo Paes falou sobre Maricá?
– Ah, você tem alma de pobre? Deve ter mesmo porque está devendo dois meses de mensalidade. 
– Desligou na minha cara, Hugo. Esse pessoal não gosta de bola. No último feriado fui para a Itaipava, olha o nível de lugar, desci para jogar e voltei. Vou tentar o João…
– E aí, João, só faltam dois pra fechar, tá vindo? Tá em Iguaba??!! Tá maluco? Hugo confere aí se Iguaba está na lista do prefeito.
– Está não, Sizinho.
– Mas devia porque está atrapalhando nosso quórum. 
– Mas, João, o que está fazendo aí? Foi chamado para um amistoso entre Casa dos Parafusos e Pneus Toinho? Nos trocou por essa depressão?
– Desligou….
– É, Sizinho, não existe mais fidelidade partidária….
– Pirou, Hugo, não mistura futebol com política.   


João Perdigão, no condomínio Vila Branca,  quando trocou a pelada oficial por um amistoso

João Perdigão, no condomínio Vila Branca,  quando trocou a pelada oficial por um amistoso

– Liga pro Carlito, então, está duro e não deve ter viajado.
– Fala, Carlito! Corre senão vai ficar fora da primeira, hein! O que, tá em Paquetá!!?? É diversão ou castigo? Cuidado com os pedalinhos, hein! Caramba, nosso grupo tem um péssimo gosto pra viajar. O Eduardo Paes nunca jogaria conosco..
– Tá feia a coisa, hein Sizinho! Tem o celular do Sergio Maluco? Não tá aqui na lista.
– Não tá porque ninguém liga pra ele. Não vamos começar com apelação. A hora é de manter a calma.
– Mas estamos precisando de aliados…..
– Aliados? Lá vem você de novo misturando os canais. 
– Você também falou em pedalinhos….
– Verdade, esquece. Apesar de o Sérgio Maluco estar mais para black bloc porque da última vez mandou dois para o hospital, vou ligar.
– Fala, Serjão! Saudade!! Tá faltando um zagueirão do seu nível! O que, traçou uma feijoada agora? Então, vem vindo devagarzinho para fazer a digestão. Claro que joga a primeira!!! 
– Ferrou, ele vem. 
– Chegou o Tico, faltam sete! 
– E os goleiros? 
– É mesmo. Vou tentar o Neneca. E aí, frangueiro, cadê você? Virando laje? Aproveitando o sol? Peraí, sol é pra jogar bola, curtir uma praia, mas levantar laje é o fundo do poço. 
– Outro com alma de pobre que não vem. Essa pelada está povão demais, é Iguaba, é feijoada, é laje…. 
– Tenta o Kayron!
– Chegou o Soninho!!!! 
– Faltam seis. Vai ter jogo, sim. O pessoal tá chegando aos poucos. 
– O do Kayron tá fora de área. 
– Vamos ter que ir de Franz mesmo, hein! – Vamos esperar um pouco. Sérgio Maluco, Franz, aí é quase um golpe. 
– Mas é bom garantir, né! Eu não quero ir pro gol. Vai, liga! 
– Franz, cadê você, amigão? Não vem levar meus gols hoje? Como é que é, você tem vindo e não tem jogado? Injustiça, mas hoje é um bom dia. Estamos reformulando o partido, quer dizer, o grupo. Pega o material e vem logo. 
– Não falei que ele vinha. 
– Com esses incautos a gente pode contar. Ficam ao lado do telefone esperando tocar. 
– Chegou o Menino Lobo! Só falta um goleiro, então. 
– Não. Esqueceu que o Franz confirmou?
– Faltam seis ainda. Dá mais umas ligadas, aí, mostre o nosso poder de mobilização. 
– Limão? Fala, triturador, cadê você que não chega? Tá descendo do táxi com o Naná? Boa! De carniceiros não precisamos mais!
– Faltam quatro. 
– Chegou o Romeu! Vai ter um goleiro a mais…. 
– Liga logo pro Franz e avisa que não precisa mais vir. 
– Caramba, fora de área…. 
– Esse desespero de ficar ligando dá nisso. 
– Chegou o Camilo! O Bacana! 
– A pelada vai ser boa! Vamos começar a aquecer. Agarra lá, Menino Lobo!
– Chegou o Hugo! O Richa! Fechou!!! Divide logo os times, rápido antes que o Franz e o Sérgio cheguem!!!! 
Com os times prontos para dar a saída, aparece Franz, uniforme impecável, luvas brilhando, camisa pra dentro, cheiroso. Em seguida, esbaforido, suando, ainda sob efeito da feijoada, chega Sérgio Maluco. Todos os presentes eram mensalistas. E mensalista, como se sabe, não dá a vaga nem pro Moro. 
– O que falamos para eles, Sizinho?
– Ué, você não estava falando como político o tempo todo? Quem mandou eles acreditarem em nós?
– Vim correndo só porque vocês chamaram, hein – resmungou Franz. 
– Eu também – emendou um desconfiado Sérgio Maluco. 
Cláudio Cachaça, torcedor símbolo, tentou amenizar. 
– O segundo turno, quer dizer, a de fora vai ser boa! Tem vocês dois e tá chegando o Fernando (uma espécie de Tiririca do futebol).
– Isso é falta de respeito – insistiu Franz. 
Mas a bola estava rolando e não havia mais o que ser feito. Franz e Sérgio Maluco, bicudos, mas resignados, ficaram fora da primeira mais uma vez.
Brasil!!!!!!!!