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AGORA, LELÊ, VEM A PARTE MAIS DIFÍCIL

11 / abril / 2024

por Zé Roberto Padilha

Por um bom tempo você vai andar fora da mídia. É o preço que pagamos a partir do dia em que nossos joelhos são atingidos. A dor de um ligamento cruzado rompido só perderá para a dor de ser esquecido.

E para essa dor, não há remédio na praça que atenue a angústia de deixar a glória eterna para viver no presente ostracismo.

Ganso, se não opera o joelho, seguiria os passos do Neymar. Com quem foi criado, treinado e entrosado desde a base. Bruno Henrique estaria na seleção brasileira, não no banco do Flamengo, se não opera seu joelho.

Ele, que nos equilibra, rodopia, proporciona a alavanca para o salto, o chute e o drible, é quem vai definir se vamos em frente ou nos abrigaremos em equipes de menor expressão.

Jogava no Santa Cruz FC, no Recife, e o Internacional me queria. Estava bem aos 26 anos. Treinado por Evaristo Macedo, jogava ao lado do Betinho, Wilson Carrasco e Givanildo. À frente, Luiz Fumanchú e Nunes.

Saíram de Porto Alegre para nos ver atuar no Maracanã, contra o Fluminense. Antes do embarque, num apronto que nada valia, acertaram meu joelho. E nunca mais fui o mesmo.

A passagem de Porto Alegre foi trocada para Itabuna, na Bahia. Depois da primeira cirurgia. Na segunda, encontrei abrigo em Marília. Um ano depois, desembarquei em Campos para defender Goytacaz e Americano e aí só sobrou alguns caquinhos, conhecidos como neomeniscos, antes da última parada para defender o Bonsucesso.

E passar por outras duas cirurgias. As tais toilettes.

Não desejo nada disso pra você, Lelê. Pelo contrário, Todos nós, tricolores, sabemos que nada foi fácil em sua ascensão. Cada conquista tem a marca da sua luta, os méritos pelo seu futebol. Chegou vindo do interior e sem parentes importantes foi jogar desapadrinhado no Fluminense.

A medicina esportiva progrediu muito desde então. Quase peguei a artroscopia. O que tem ficado é a eterna falta de respeito dos clubes por aqueles jogadores que, como eu, as contusões deixaram pelo caminho.

Boa sorte. E boa recuperação.

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