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tabelinha afinada

entrevista: Sergio Pugliese | texto: André Mendonça | fotos e vídeo: Daniel Planel

Ninguém duvida que futebol e música andam lado a lado e a maior prova disso são as grandes amizades entre boleiros e músicos. Por conta disso, estamos sempre tentando promover esses encontros e o último foi de tirar o chapéu. O craque Nélio e a fera Toni Garrido promoveram uma resenha sensacional e demonstraram todo o respeito que têm um pelo outro.

Não podemos deixar de ressaltar que o meio-campo foi feito pelo parceiro Carlinhos Cortázio, o carisma em pessoa e responsável pela pelada com o maior número de lendas por metro quadrado!

– Ele não joga nada, mas é amigo de todos! – brincou o vocalista do Cidade Negra.

Campeão da Copa São Paulo em 1990 pelo Flamengo, ao lado de craques como Djalminha, Marcelinho Carioca e Paulo Nunes, Nélio foi o jogador que mais vezes vestiu a camisa 10 rubro-negra depois de Zico. O feito, aliás, é tratado como um título pelo craque.

– Comecei com a 9, mais avançado, e o Carlinhos me puxou para o meio. Os principais títulos que conquistei foram com a 10! – lembrou Nélio.

Surpreso com a façanha do amigo, Toni disparou:

– Mais essa? Depois do Júnior, talvez ele tenha sido um dos últimos que tenha ficado muito tempo em um clube só.

A amizade entre os dois, assim como muitas outras, começou nas peladas de Carlinhos Cortázio. Antes disso, no entanto, já havia uma admiração mútua pelo trabalho do outro.

Flamenguista de carteirinha, Toni estudava em uma escola ao lado do Gávea e fazia atletismo no clube na juventude. De acordo com ele, os treinos eram em volta do campo em que os jogadores treinavam e ele sempre se distraía vendo seus ídolos batendo bola.

Nélio, por sua vez, sempre teve um gosto musical apurado e tinha o costume de Cidade Negra nas concentrações.

– Eu sou fã dele antes de conhecer pessoalmente. Escuto o Toni há 200 anos e fico muito feliz de ser amigo desse cara espetacular e rubro-negro autêntico! – revelou o camisa 10.

– Era um sonho chegar aqui e encontrar meus ídolos. Tenho muito respeito pelo Nélio. Construiu uma história muito bonita no Flamengo! – devolveu o músico.

No fim da resenha, sem o menor constrangimento, Toni ainda lembrou de uma jogada em que foi humilhado por seu ídolo:

– Voltei para marcar o Nélio com a maior disposição achando que ia tirar a bola dele, tomei duas canetas no mesmo lance e ele ainda fez o gol!

Ainda restou tempo, claro, para as lendas soltarem a voz com músicas que representam a amizade deles:

– A amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir. Somos verdades, nem mesmo esse samba de amor pode nos resumir. Quero chorar o seu choro, quero sorrir teu sorriso, valeu por você existir, amigo!