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A TRAGÉDIA DO SARRIÁ PASSO A PASSO

por Luis Filipe Chateaubriand

Naquele dia de Julho de 1982, o Brasil jogava pelo empate, contra a Itália, para se classificar às semifinais da Copa do Mundo da Espanha.

Jogo começa, Itália exercendo marcação alta e pressionando o Brasil.

Um cruzamento da esquerda, do excelente Cabrini, encontrou Paolo Rossi na área, pelo lado direito, e o “Bambino D´Oro” meteu a esférica para as redes.

Itália 1 x 0 Brasil.

Eis que, logo depois, Zico fez, perto da área, um lançamento brilhante para Sócrates, que, parecendo uma jogada de sinuca, tocou entre a trave e o goleiro Zoff.

Itália 1 x 1 Brasil.

Logo depois, Toninho Cerezo quis dar um passe lateral, mas longo e na defesa, para o zagueiro Luisinho, do outro lado do campo.

Como Toninho Cerezo não deveria ter feito tal bobagem e como Luisinho era um zagueiro técnico, mas lento, Paolo Rossi roubou a bola e, antes da área, chutou de forma certeira.

Itália 2 x 1 Brasil.

E terminou o primeiro tempo.

Em meados do segundo tempo, Paulo Roberto Falcão fez de conta que ia passar a bola a Toninho Cerezo, na direita, mas desferiu um petardo em gol.

Itália 2 x 2 Brasil.

Na sequência, Toninho Cerezo jogou a escanteio uma bola dominada, o corner foi batido, a zaga brasileira aliviou, mas a bola voltou para a área e Paolo Rossi, no centro da área, arrematou com sucesso, com Junior não tendo feito a linha de impedimento a contento.

Itália 3 x 2 Brasil.

Depois, a Itália fez um gol com Antognioni, mal anulado, e o Brasil teve a chance no minuto derradeiro com uma cabeçada de Oscar, que o goleiro Zoff defendeu de forma brilhante.

Com os 3 x 2 finais, a Itália seguiu para as semifinais, e o Brasil ficou no meio do caminho.

Alguns detalhes precisam ser esclarecidos.

O primeiro deles é que a Itália possuía um grande time – Zoff; Gentile, Colovatti, Scirea e Cabrini; Oriali, Tardelli e Antognioni; Conte, Paulo Rossi e Graziani; sem dúvidas, não é um time desprezível.

O segundo deles é que, indubitavelmente, a Itália jogou melhor – o Brasil só teve superioridade na primeira metade do segundo tempo, no restante do período de jogo, os italianos foram superiores.

O terceiro deles é que Zico jogou no sacrifício, pois, no jogo anterior, foi brutalmente atingido por um brutamontes argentino – no primeiro tempo, jogou muito bem, mas, no segundo, sentiu a contusão.

Em resumo, a Itália mereceu vencer – e time que tem Valdir Peres no gol, Serginho Chulapa de centroavante e Luisinho de quarto zagueiro não pode ser campeão do mundo!

AS CORES QUE TRADUZEM… BELEZA

por Zé Roberto Padilha

Vinicius de Moraes já dizia, “que me desculpem as feias, mas beleza é fundamental”.

Na época, em plena Bossa-nova, Pier de Ipanema à frente e o Pasquim nas mãos, quem dava as cartas era a beleza, cheia de graça, que em seu doce balanço caminhava em direção ao mar.

E ela, a beleza, em sua plenitude, é hoje representada no Mundial de Clubes pela torcida do Fluminense.

Nenhuma outra, por mais mosaicos que produza, balões e fumaças que mais atrapalham que encantam, será capaz de embelezar um estádio daquele jeito.

O Mundial de Clubes seria, sem a torcida do Fluminense, uma grande festa de casamento em que o buffet seria da Confeitaria Colombo, a banda, Vitória Regia, o palco o Museu de Arte Moderna, os garçons Árias, Rios e Arrascaeta, mas o decorador… esqueceu sua caixinha de lápis de cores em casa.

Neste caso, só lhe restaria um painel estilo um clássico entre Atletico-MG e Santos.. Cheios de emoção, mas distintos de cores e brilhos. Bastaria serem transmitidos pelo rádio. E pra que tantos K se em preto e branco seria a projeção?

O mundo, há algum tempo, anda nos emitindo imagens assustadoras, de mísseis que cortam os céus no Oriente Médio e matam inocentes. Não há qualquer beleza na guerra.

Então, que o Fluminense amenize essa tragédia e continue a embelezar a Copa dentro e fora dos estádios. E levar, a todos os lares, o brilho que faltava para a humanidade voltar a pintar suas unhas, realçar os cílios, arrumar os cabelos e escolher o batom mais bonito com que irá sair de casa e celebrar a vida.

Porque ela, a vida, será sempre mais fascinante, segura, divertida e bonita quando é colorida.

FLU FAZ HISTÓRIA NOS EUA

por Elso Venâncio

O Fluminense foi gigante em seu confronto com a Inter de Milão, pelas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes. Não se intimidou diante do favoritismo do clube italiano, se impondo técnica e fisicamente em campo, o que resultou na vitória por 2 a 0 e na classificação às quartas de final.

Nossos clubes chegaram ao Mundial menosprezados, mas isso mudou desde que o Botafogo derrotou o PSG, atual campeão europeu, por 1 a 0. Em seguida, o Flamengo fez 3 a 1 no Chelsea, de virada, e agora o Fluminense, que já havia empatado com o Borussia Dortmund, mandou para casa o vice-campeão da Europa.

O técnico tricolor, Renato Gaúcho, demonstrou amadurecimento na partida contra a Inter de Milão. Colocou três zagueiros, fechou o meio-campo e dificultou o jogo aéreo do adversário. Renato preparou o time para a batalha, sabendo que seria atacado com força. Estratégia correta, alterando o esquema habitual. O Flamengo, ao contrário, manteve a forma de jogar e tropeçou nos próprios erros diante do Bayern de Munique (mesmo com o clube alemão dando a impressão de que, para definir o jogo, bastaria se concentrar no caminho do gol). Não é segredo para ninguém que o Bayern marca forte a saída de bola. Por que a insistência em sair jogando com a bola dominada? Isso deveria ser corrigido e não foi. Ainda assim, pela luta, o Flamengo deixou o Mundial de cabeça erguida.

Se antes do Mundial o Fluminense era o clube brasileiro mais desacreditado, a impressão dos críticos já deve ter mudado. Em suas escolhas, Renato Gaúcho também pediu a saída com bolas longas e não fugiu da marcação homem a homem, tradicional na Itália. Os heróis foram Germán Cano, o goleador de um só toque na bola, e Hércules. Mas como esquecer de Jhon Árias, justamente quem melhor protege a bola no time tricolor? Seu pé parece um ímã, que a bola procura e não larga.

Analisando apenas a idade, o tradicional jornal Corriere dello Sport, da Itália, chamou Fábio de velho. Acabou pagando por isso, pois o goleiro do Fluminense teve um dia de Castilho contra a Inter de Milão. Quando não defendia, era salvo pelas traves ou o travessão.

No Botafogo, a surpresa foi a demissão do técnico Renato Paiva após a eliminação para o Palmeiras. Trata-se de uma atitude passional e até amadora. É verdade, sim, que o Botafogo jogou fechado, tendo cuidados com um Palmeiras que se classificou como líder do seu grupo, que tinha o Porto e o Inter Miami de Messi. Mas o Glorioso só perdeu com um gol sofrido na prorrogação. Havia 13 anos que um clube brasileiro não vencia uma equipe da Europa, e o triunfo sobre o forte PSG não poderia ser esquecido. É como se Renato Gaúcho perdesse o próximo jogo e fosse mandado embora do Fluminense. Tudo indica que algum ocorrido não veio a público, como já se fala na possibilidade de insatisfação de Renato Paiva com palpites nas suas escalações.

Dos quatro brasileiros que foram aos Estados Unidos, dois estão nas quartas de final. O Palmeiras volta a campo na sexta-feira (04/07), para enfrentar o Chelsea, às 22h (de Brasília), na Filadélfia. O Fluminense joga no mesmo dia, mas às 16h, em Orlando, contra o responsável pela maior zebra da competição. De forma surpreendente, o Al-Hilal, da Arábia Saudita, chegou às quartas de final superando o Manchester City, de virada, por 4 a 3.

Independentemente dos próximos resultados, podemos afirmar que esta Copa do Mundo de Clubes fará bem à Seleção Brasileira, pois reviveu o intercâmbio internacional. Está sendo uma boa novidade às vésperas da Copa de Seleções, a ser disputada ano que vem, no Canadá, no México e também nos Estados Unidos.

ESSA COISA DA VITÓRIA TRICOLOR

por Paulo-Roberto Andel

I

Foi bom demais nesta segunda-feira. O Fluminense fez seu papel mais apurado, o de mosca na sopa, e venceu a poderosa Internazionale de Milano para a surpresa de muitos desavisados. Quando o jogo acabou, passei um bom tempo respondendo a mensagens de congratulações pela vitória. E aí veio gente a granel. Desde cedo, sou lembrado por muita gente como um exemplar tricolor, nos tempos da escola e do grupo escoteiro vindo até hoje. No WhatsApp apareceu gente de todos os lados: colegas tricolores que não vejo há tempos, pessoas admiráveis, crushs, amigos e colegas que torcem para outros times, teve até ex-namoradas. Será que também fui lembrado por quem não fala mais comigo ou que me esqueceu/despreza? É possível. Minha ligação sentimental com o Fluminense é muito forte, então até quem me detesta deve ter se lembrado de mim quando Hércules fechou o marcador. O futebol oferece uma fraternidade que não se vê em mais nenhum outro traço da vida brasileira. Por alguns instantes isso é bom e aquece a alma, dá um alívio para encarar o dia seguinte cheio de dúvidas e problemas, literalmente ajuda a viver. O futebol, ainda que com todos os seus problemas extracampo, é um dos traços mais bonitos da identidade brasileira. Mesmo que virtualmente, os abraços e parabéns mostram que ainda há uma gotinha de salvação. Bom, agora é o dia seguinte, uma terça-feira nublada, a rijeza do trabalho, os dissabores da vida adulta e lá vamos nós, tricolores, marcando um novo encontro para sexta-feira e tentando reviver por algumas horas o Reino do Nunca.

II

Eu estou contente. Meu Fluminense venceu. Só lamento não ser criança hoje, do jeito que eu era com 11 e 12 anos em 1980. Poder levar um botão da sorte para a escola, comemorar na hora do recreio, marcar uma pelada na vila depois do almoço, sonhar em jogar num campo oficial de grama, feito o do 18. Ficar espiando a revista Placar, a ficha dos jogos, as fotos e as matérias. Juntar o troco do lanche para comprar um escudo bordado do Fluzão. Se eu estivesse em Copacabana em 1980 ia comemorar com o Léo e o Rubinho, com os gêmeos, ia procurar o Fábio na esquina da Santa Clara para comemorar – ele tinha um timaço de galalite do Flu. Depois iria para a praia jogar bola e imitar Edinho ou Gilberto, ou Cláudio Adão – ele era infernal feito Arias e Cano.

Agora também é bom, mas é ser diferente. O tempo, senhor implacável, escorreu com enorme velocidade. Quarenta e cinco anos escorreram feito filete d’água no ralo da pia. E você está inevitavelmente mais perto do fim do que do começo. Mas ainda pode e deve ser muito divertido. Nessa terra de tanto egoísmo e ruindade, o futebol ainda é uma benção. O Fluminense venceu e isso nos ajuda a respirar melhor. Nós, tricolores, estamos iguais aos personagens da letra de “Mais do mesmo”, feita pelo ícone tricolor Renato Russo: “enquanto isso na enfermaria/ todos os doentes estão cantando/ sucessos populares”. Ou ainda outro mestre das três cores, Tom Jobim: “os olhos já não podem ver/coisas que só o coração pode entender”.

Onde está minha lancheira do Fluminense?

@p.r.andel

NO MÊS MAIS NORDESTINO, A MINHA SELEÇÃO DA REGIÃO DE TODOS OS TEMPOS 

por Israel Cayo Campos

No mês de São João, Santo Antônio e São Pedro. Junho que é considerado o “Natal do Nordestino”, imaginei a Seleção nordestina de todos os tempos! Inclusive com o treinador ideal. 

Com um atual elenco em mundiais que vão do número um ao vinte e seis, pretendo montar uma equipe que independentemente do resto do país, seria campeão do mundo fácil, fácil. Como objetivo, busco mostrar o quão importante é nossa região para a história do futebol nacional. 

Qualquer discordância, desde que exista o respeito, aceito sugestões ou trocas! Viva a democracia! 

Goleiros: 

Três goleiros seriam os meus escolhidos. O titular, eles que mostrassem nos treinos. 

Manga: Maior goleiro da história do Botafogo, Nascido no Recife, tem no seu dia de nascimento, dia 26 de abril, a comemoração do dia do goleiro. 

Dida: Um dos maiores goleiros do mundo. Campeão de todos os torneios existentes, o baiano de jeito calado é o sinônimo de frieza debaixo das traves. O Rei das defesas de pênaltis, a princípio, seria o meu goleiro titular.

Santos: Após brilhar no Athletico do Paraná e boa passagem pelo Flamengo, o goleiro paraibano chegou a seleção brasileira. Provavelmente seria o meu terceiro goleiro. 

Zagueiros: 

Ricardo Rocha: Campeão do mundo com a Seleção brasileira em 1994 e um dos melhores zagueiros do meio da década de 1980 até meados de 1990, teve ótima passagem no Real Madrid e foi campeão pelo São Paulo e Vasco da Gama no mesmo período. 

Aldair: O baiano extremamente técnico, talvez o melhor zagueiro da história do futebol brasileiro, Aldair, também campeão do Mundo em 1994 e vice campeão em 1998, passou praticamente toda a sua carreira na Roma no futebol italiano, onde é reconhecido como uma lenda do clube. 

Luís Pereira: Ídolo do Palmeiras e do Atlético de Madrid, o baiano disputou a Copa de 1974. Luís “Chevrolet” sempre foi o exemplo de classe e técnica atuando na defesa do futebol brasileiro. Nem a expulsão no jogo contra os Países Baixos no mundial diminuiu sua reputação por anos de maior zagueiro brasileiro. 

Zózimo: Mais um baiano na defesa, o bicampeão do mundo com a Seleção brasileira (1958 e 1962), sendo titular na Copa de 1962 no Chile ao lado de Mauro Ramos. Apesar de acusações de suborno no livro “Subterrâneos do Futebol”, onde nada foi provado, o beque ídolo do Bangu entra na minha seleção. 

Laterais: *

Zé Maria: Nascido em Oeiras no Piauí, no caso específico estou a citar o mais jovem, que atuou na Portuguesa em suas fases áureas, Flamengo e futebol italiano. Não confundir com o “Super Zé Corintiano”. Jogador rápido e habilidoso, várias vezes ficou no quase de grandes campeonatos pela seleção numa posição que foi dominada pelo Cafú por mais de uma década. 

Marinho Chagas: O potiguar Marinho apesar de atuar pela esquerda, era um destro de total qualidade. Melhor lateral esquerdo da Copa de 1974, o ídolo do Botafogo e campeão pelo São Paulo foi um dos maiores jogadores do mundo na década de 1970. 

Júnior “Capacete”: Também destro extremamente bem adaptado a lateral esquerda, o paraibano e ídolo do Flamengo, o Maestro Júnior poderia atuar em ambas as “alas”, bem como no meio campo! Júnior esteve na Seleção de 1982 e 1986, mas poderia ter jogado também 1978 e 1990. 

Júnior Nagata: Campeão do mundo com a Seleção de 2002 como reserva de Roberto Carlos, fez uma excelente partida contra a Seleção da Costa Rica dando duas assistências e marcando um gol. Foi multicampeão no Palmeiras e São Paulo. O baiano formado no Vitória também fez muito sucesso no futebol italiano ganhando títulos com o Parma. 

* Em respeito ao povo Nordestino, Daniel Alves não será inserido embora seu futebol tenha nível para estar nessa lista! 

Volantes: 

Clodoaldo: Pra mim, o sergipano seria o meu efetivo nesse elenco. Um dos maiores craques da história do futebol brasileiro, onde se destacou pelo Santos de Pelé e conquistou o tricampeonato do mundo como jogador titular em 1970 é considerado um dos maiores volantes de todos os tempos do futebol mundial. 

Vampeta: Tinha que ter mais um jogador da boa terra. Marcos André, vulgo “Vampeta”, campeão do mundo pela Seleção em 2002, fez uma eliminatórias onde atuou na maioria dos jogos e ajudou o Brasil a se classificar para a Copa da Coréia do Sul e do Japão. Ídolo do Corinthians, o Velho Vamp foi multicampeão com o time de Parque São Jorge. Também poderia atuar na lateral direita dessa minha Seleção. 

Josué: Nascido em Vitória de Santo Antão, no estado do Pernambuco, Josué, ídolo do Goiás, São Paulo e Atlético Mineiro, clubes onde conquistou duas Libertadores e um mundial (pelo São Paulo), era um marcador incansável. Todo time ou Seleção precisa de um cão de guarda! Chegou a disputar a Copa de 2010 na Copa do Mundo da África do Sul. 

Juninho Pernambucano: Ídolo do Sport, do Vasco com seu heróico gol contra o River Plate e principalmente do Lyon da França, que conseguiu tornar a época a principal potência francesa no futebol europeu, Juninho é um exímio maior batedor de faltas, octa campeão francês pelo Lyon, disputou a Copa de 2006 e dono de uma classe impecável, tem uma vaga para aquele volante que sabe mais sair para o jogo. 

Meias: 

Rivaldo: Para mim, o maior jogador nordestino dos últimos cinquenta anos, o pernambucano camisa dez da Seleção no vice mundial em 1998 e campeão mundial em 2002 sendo o melhor jogador tecnicamente do torneio, Rivaldo foi ídolo do Palmeiras, La Coruna e Barcelona. Desde Pelé, é o camisa dez mais vencedor com a camisa da Seleção nacional. Nada mais a declarar. 

Hernanes: Mais um pernambucano, Hernanes jogou em 2014 e estava no trágico sete a um. Contudo, foi um ótimo jogador no São Paulo e na Seleção brasileira.

Mazinho: O polivalente jogador paraibano foi campeão mundial pela Seleção brasileira em 1994. Deixando no banco o camisa dez Raí a partir do terceiro jogo. Mazinho e sua capacidade de jogar de lateral (tanto direito como esquerdo) e meio campo e um craque em todas as posições que atuava, foi ídolo de um Palmeiras da geração Parmalat e que teve boas passagens pelo futebol espanhol e italiano. Apesar dos títulos, Mazinho tem muito pouco reconhecimento do torcedor brasileiro. 

Bobô: O inteligente meio campo nascido em Senhor do Bonfim na Bahia, conseguiu ser destaque no Bahia, onde conquistou o último campeão brasileiro por um time nordestino e também com grandes passagens pelo São Paulo e Fluminense. 

Marcelinho Paraíba: O sobrenome já permite que não se cite o estado a qual pertence. Marcelinho foi um craque sem sorte. Nasceu num período em que tínhamos meias – atacantes aos montes em nosso futebol. Ajudou a Seleção a classificar para a Copa de 2002, mas não estava na lista final. Marcelinho foi ídolo e estava no meio pra frente da carreira mais como atacante do que meia. Foi ídolo do São Paulo e do Herta Berlim, da Alemanha. 

Atacantes: 

Vavá: “O Leão de Estocolmo”, ídolo do Sport (mais um pernambucano) e do Vasco, Vavá foi o camisa nove da Seleção Brasileira nas Copas de 1958 e 1962. Além de ser campeão das duas Copas como titular marcando nove gols em ambas, Vavá, que é outro que deveria ter bem mais reconhecimento do que possui, é ao lado de Pelé o único brasileiro a marcar em duas finais. Sendo que em seu caso, as duas Copas seguidas que disputou e venceu respectivamente na Suécia e Chile. 

Ademir de Menezes: Com uma carreira similar a de Vavá, só que anos antes, Ademir tem um início no Sport do Recife, seu estado natal, e em seguida partiu para uma carreira vitoriosa com o Vasco. Até em Copas, ambos possuem a mesma quantidade de gols, nove! Contudo, Ademir fez seus nove tentos em apenas um mundial, jogando seis partidas apenas! A diferença entre os dois vem a partir do momento em que o Ademir não conseguiu o tão almejado título mundial, sendo vice-campeão na Copa de 1950, a primeira disputada no Brasil. Mesmo assim, até hoje é o brasileiro que marcou mais gols em apenas uma Copa do Mundo. Total respeito a esse gênio da primeira metade do Século no futebol brasileiro. Se o Brasil vencesse esse mundial, Ademir estaria sendo comparado a Careca, Ronaldo e Romário. 

Bebeto: Talvez meu trio de ataque titular da Seleção nordestina fechasse com o bom baiano Bebeto. Campeão brasileiro no Flamengo e Vasco, além de levar ao vice campeonato espanhol o La Coruña, no ano que Romário levou o Barcelona ao título. E foi por pouco. Na Seleção, poderia ter ido a Copa de 1986, mas disputou de fato três Copas. Em 1990, onde foi pessimamente aproveitado por Sebastião Lazaroni, 1994 onde com três gols importantíssimos ajudou na conquista do tetracampeonato mundial. Em 1998, mais uma final, agora fazendo dupla com Ronaldo Fenômeno! Novamente três gols, mas o Brasil ficou com o vice mundial. Bebeto sempre foi um craque tratado como coadjuvante.

Edilson: “Não discordo craque!” Edilson apareceu como grande promessa no Guarani de Campinas, foi campeão no Palmeiras, no Corinthians e Flamengo, debochou e cumpriu de humilhar com seus dribles gringos campeões do mundo e foi chamado ao mundial de 2002. Apesar de não ser titular e não marcar nenhum gol, era ao lado de Denilson o principal jogador a entrar na equipe de Luís Felipe Scolari que trouxe o pentacampeonato para o Brasil. O baiano Edilson foi um craque do nosso futebol. 

França: O maranhense de Codó, França fez o último gol brasileiro no estádio de Wembley. Era um centroavante de dribles curtos e tabelas certeiras. Com 182 gols com a camisa do São Paulo, é um dos maiores goleadores da história do clube. Esteve cotado para a Copa do Mundo do Japão e da Coréia do Sul. Para esse que vos escreve, tinha mais talento e disposição física para atuar no lugar do Luizão, mas a escolha de Felipão deu certo. 

Jardel: Para encerrar, um cearense que virou chuteira de ouro por três vezes na Europa. Um dos maiores ídolos do Porto e Sporting de Portugal, além é claro do Grêmio de Foot-Ball Porto Alegrense. Um dos maiores, se não o maior cabeceador da história do nosso futebol, Jardel serviria e muito em um jogo onde cruzamentos na área fossem necessários, Jardel seria a grande opção. 

Técnico: 

Mário Jorge “Lobo” Zagallo: Um homem que construiu sua história defendendo como jogador e treinador a camisa amarela da Seleção. Um dos maiores treinadores da história, a vaga desse timaço só poderia cair na mão de um gênio do futebol como Zagallo. Dois títulos como jogador, um como treinador na dita maior Seleção de todos os tempos e um como coordenador técnico em 1994, onde muitos dizem que ele comandava mais que o Carlos Alberto Parreira. Zagallo, alagoano de nascimento, é o exemplo de um brasileiro vencedor e que amava o futebol de seu país. O que dirá de sua região. 

Tenho certeza que se conseguisse juntar todos esses craques numa mesma época como 2025 para a Copa de 2026 que seríamos favoritos ao título. Mas e você? Qual mudança faria? 

Viva ao Nordeste! Viva ao povo nordestino! Viva nossos craques! Muita gente ficou de fora mesmo com 26 convocados, contudo, esses seriam meus escolhidos! E os seus?