SEM TESÃO, NÃO HÁ SOLUÇÃO
por Zé Roberto Padilha

Ontem, no Fla x Flu, tivemos um duelo entre dois dos mais talentosos armadores do nosso futebol. Ganso de um lado, que tem uma técnica mais apurada, Gerson do outro, que alia a força física ao seu talento.
Não era uma partida para cumprir uma tabela previamente elaborada. Era uma decisão, e quem perdesse ficava de fora da Copa do Brasil. E é nesta hora que é preciso dar um dente a mais. Acrescentar algo a mais conhecido nos bastidores como tesão.
Ganso atuou com a frieza de sempre. Sua capacidade de organizar seu meio-campo e encontrar soluções para as jogadas mais complicadas é impressionante. Porém, se manteve frio do começo ao fim e mal se aproximou da grande área.
Gerson, ao contrário, disputou cada jogada como se fosse a última. Além de marcar e armar, chegou à grande área para concluir por diversas vezes.
A orquestra do Flu, perante a categoria de seu maestro, manteve seu ritmo Tabajara, de Severino Araújo, que lhe deram 68% de posse da pista. Já a banda do Gerson, acrescentou uma pitada latina para atropelar os boleros que ditavam a cadência do lado de lá.
No fim, quem dançou fomos nós tricolores, que perdemos a oportunidade de permanecer no baile a tentar seduzir a rica e libertadora Copa do Brasil.
Pois sem tesão, não há solução.
UMA COISA JOGADA COM MÚSICA – CAPÍTULO 12
por Eduardo Lamas Neiva

Enquanto Jorge Goulart deixa o palco, depois de cantar o Hino do Bonsucesso, o papo retorna, com o Diamante Negro na berlinda.
Sobrenatural de Almeida: – A bicicleta, lance que ajudou a consagrar o Leônidas, teve a minha contribuição, claro.
Coro: – Claro!
Sobrenatural de Almeida: – Na primeira rodada do Campeonato Carioca de 1932, mais precisamente no dia 24 de abril, resolvi ir ao antigo Campo da Estrada do Norte, hoje Estádio Leônidas da Silva, ex-Teixeira de Castro, que é o nome da rua onde fica o Bonsucesso Futebol Clube.
Ceguinho Torcedor: – Naquele dia eu estava nas Laranjeiras e vi o Fluminense empatar com o Bangu, em 2 a 2.
Sobrenatural de Almeida: – Pois então, naquele mesmo dia, o Bonsuça recebia o Carioca, time que fez muito sucesso no futebol de salão muitos anos depois, mas que no campo era saco de pancadas. Já tinham me falado desse Leônidas e fui lá pra ver se ele era aquilo tudo mesmo. Numa bola alta na área, o craque estava de costas pro gol e de repente deu aquele salto inesperado e chutou, com o corpo paralelo ao chão no ar. Uma coisa estranha daquela merecia o gol e dei aquela ajudinha pra bola ganhar as redes. Foi o primeiro gol de bicicleta da História.
João Sem Medo (rindo muito): – Ainda bem que você achou estranho e não bonito. Se achasse bonito, era capaz de desviar a bola pra fora.
Todos riem muito.
Idiota da Objetividade: – O paulista Petronilho de Brito reivindicava pra ele a invenção da bicicleta no futebol. Chilenos, argentinos e italianos também diziam que compatriotas seus é que teriam inventado a jogada.
Ceguinho Torcedor: – Bobagem, Idiota. Leônidas da Silva mesmo nunca quis se vangloriar como inventor, mas como aquele que difundiu a jogada. Ele, um craque brasileiro, é que mostrou a jogada pro mundo. Eu vi! Ou melhor, eu senti e sei. O mundo todo sabe.
De repente, eis que de repente, entra no Além da Imgainação, ele, o Diamante Negro.
Todos: – Leônidas!
É ovacionado e levado ao palco, com a imagem de um gol de bicicleta seu, feito especialmente para o filme “Suzana e o presidente”, de 1951, no telão.
Todos vibram com o gol como se tivesse ocorrido naquele momento, num jogo de verdade.
Leônidas da Silva: – Obrigado. Esse aí não foi de verdade, foi pra um filme. Mas ficou bonito. O Ceguinho está certo, ouvi o que ele disse. Eu posso me considerar talvez o homem que difundiu a bicicleta, porque fazia com mais constância esses lances e talvez tivesse sido mais feliz, mas não tenho a veleidade de ser o criador, o autor, do lance de bicicleta, não.
Ceguinho Torcedor: – Leônidas, você pode nos contar como foi aquele gol de meião na Copa de 38?
Leônidas da Silva: – No segundo tempo do jogo com a Polônia, o campo pesado, com a chuva que caiu, barro, acabou a chuteira ficando uma boca de jacaré. Descolou a sola da parte superior e eu não podia ficar com aquilo. Então, tirei e joguei fora a chuteira e comuniquei ao técnico pra arrumar outra. Mas eu tenho um pezinho delicado, tamanho 36, então não foi fácil encontrar na Europa um tamanho desse, nem mesmo na minha equipe. Pediram a um dos garotos, gandulas, que apanham a bola fora do campo, uma botina daquelas até que encontrei uma 38. Acabei jogando com ela.
Garçom: – Marcelinho Carioca podia estar lá naquela época.
Leônidas da Silva (rindo): – Verdade, ele calça a mesma coisa, né?
Alguém na plateia: – Marcelinho calça até menos, 35.
Leônidas da Silva: – Ih, então ia ficar apertado. (ri). Ou melhor, mais largo ainda, com a botina que arrumaram pra mim. Mas antes que eu conseguisse uma chuteira, ia ser cobrada uma falta contra a Polônia e eu fiquei “desuniformizado”. Chovia, o juiz não se apercebeu. Nós não tínhamos meia branca, na época jogávamos com meias pretas. Então, com a lama também, o juiz não tenha observado. As chuteiras também tinham a cor escura, e eu fiquei na jogada, a bola bateu na barreira e eu aproveitei o lance e fiz o gol.
Ceguinho Torcedor: – Que maravilha!
Todos aplaudem.
João Sem Medo: – E por que você não pôde jogar contra a Itália, Leônidas?
Leônidas da Silva: – João, houve muita conversa de bastidores e que o Pimenta queria me poupar pro jogo contra a Itália, não sei o quê.
Idiota da Objetividade: – Só pra esclarecer pra quem não sabe: Ademar Pimenta era o técnico da seleção brasileira na Copa de 38.
Leônidas da Silva: – Isso mesmo, “seu” Idiota. Então ele me lançou no jogo contra a Tchecoslováquia, quando me contundi e não pude jogar contra a Itália. Mas não foi nada disso, não. O sistema do campeonato do mundo naquela época era eliminatório desde o início, jogou, perdeu, cai fora. Jogamos contra a Polônia, decidimos na prorrogação, ganhamos de 6 a 5. Jogamos contra a Tchecoslováquia e tivemos que realizar dois jogos, porque nem na prorrogação decidiu. Aí, duas horas de futebol e terminou empatado. Então houve praticamente um terceiro jogo, que foi quarenta e oito horas depois. O Pimenta não tinha centroavante porque o meu reserva não tinha condição de jogo, era o Niginho. Ele estava inscrito pela Federação Italiana, considerado jogador italiano e, equivocadamente, o Brasil levou o Niginho pra Copa do Mundo.
João Sem Medo: – Como sempre a cartolada fazendo bobagens, sem conhecer o mínimo, que é o regulamento da competição.
Leônidas da Silva: – Mas acreditando que eu pudesse jogar todas as partidas. Houve um princípio de lesão na partida em que jogamos duas horas. Aí o Pimenta disse: “Não adianta poupar você, porque se for poupar você pro jogo contra a Itália, na quinta-feira, se nós perdermos na terça-feira, não vamos jogar contra a Itália. Então vamos correr o risco”. Então eu joguei na terça-feira, contra a Tchecoslováquia, e não tive condição de jogar na quinta-feira.
João Sem Medo: – O Pimenta agiu certo, até porque naquela época não havia substituição.
Leônidas da Silva: – É isso. Muito obrigado a todos, foi só uma passada rápida a convite do Zé Ary. Abraços.
Garçom: – Muito obrigado, “seu” Leônidas. Mas antes que o senhor vá embora. Queria chamar ao palco novamente Carmen Miranda para cantar uma música da Copa de 38.
Leônidas recebe Carmen Miranda no palco, a cumprimenta, deixa o palco e se senta ao lado para assistir à apresentação. A plateia aplaude Leônidas e Carmen, de pé.
Carmen Miranda: – Esta música que vou cantar acompanhada deste maravilhoso conjunto, foi composta por Alcyr Pires Vermelho e Alberto Ribeiro. Apesar de não falar no futebol se tornou o tema da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1938. Chama-se “Paris”. Em 98, quando foi disputada outra Copa do Mundo na França, a queridíssima Elba Ramalho regravou esta música, com minha “participação”.
É aplaudidíssima novamente.
Fim do capítulo 12
AS MARCAS E O RACISMO
por Idel Halfen

Vamos falar de racismo, mas não pelo prisma da covardia, da ignorância, da falta de empatia, isso já foi bastante abordado e de formas muito mais eficazes e interessantes do que eu seria capaz de fazer.
Vamos falar de marketing e de patrocínio, mais especificamente das marcas que investem nos clubes envolvidos em casos de racismo e da LaLiga – liga que rege o campeonato espanhol de primeira divisão.
Primeiramente devemos procurar entender a motivação de uma marca para se investir no patrocínio esportivo. Se for visando uma mera exposição, ok, a ação até pode ser efetiva, embora não aproveite todo o potencial do investimento e incorra no risco de estar associada a algo nocivo.
Derivamos esse raciocínio para um segundo questionamento: as marcas devem buscar a boa aceitação de todos, mesmo que nesse universo estejam os racistas, ou focar apenas naqueles que valorizam e praticam o respeito?

Será que passa pela cabeça dos gestores das marcas que investem no esporte, que essa atividade traz em sua essência valores nobres e que, sendo um agente também de formação educacional, deve ser protegido de qualquer ameaça que possa por em risco seus valores.
Pois bem, ainda que haja uma série de obstáculos jurídicos para a rescisão de contratos, seria fundamental, tanto para o combate ao racismo como para a própria saúde das marcas que essa possibilidade fosse considerada. A hipótese de o racismo ser algo cultural, por mais que possa ser real – vide as declarações iniciais do presidente da LaLiga e de outras reações “benevolentes” de parte da população -, não pode redundar em conformismos que deixem a situação parecer normal.
Nesse contexto, o marketing tem muito a contribuir!
Por mais que os clubes espanhóis tenham parte significativa de suas receitas advindas dos direitos de transmissão, essas já não possuem a significância de outrora. Na temporada de 2006/2007, por exemplo, o faturamento com broadcasting do Barcelona cresceu 135% enquanto o obtido com marketing evoluiu 200%. No Real Madrid, desde 2012/13, o faturamento com marketing é o de maior peso entre as receitas recorrentes.
São números que nos permitem refletir sobre até que ponto os clubes e a liga espanhola conseguem sobreviver sem as marcas.
Claro que existe também a possibilidade de boicotes às marcas que se posicionarem contra o racismo, caso, seja algo realmente cultural.

Há, no entanto, dois contra argumentos para esse ponto:
(i) o conceito de ESG – Environmental, Social and Governance – torna-se de forma exponencial cada vez mais importante para as empresas, inclusive no que tange o mercado;
(ii) toda empresa recebe diariamente dezenas propostas de patrocínio, as quais, mesmo que não proporcionem em um primeiro momento o mesmo retorno do futebol, podem de alguma forma contribuir para o processo de valorização da marca, ou seja, o futebol não é a única opção, tampouco o esporte.
Não creio que as coisas devam chegar aos pontos de rompimentos e rescisões, seria muito radicalismo, a intenção do texto é mostrar que as marcas têm um poder transformador muito mais forte do que se imagina, basta serem geridas por profissionais que entendam que a sustentabilidade, inclusive a dos resultados, devem fazer parte dos seus objetivos profissionais e pessoais.
OS HERÓIS QUE VOAVAM DE VERDADE
por Zé Roberto Padilha

Até 1970, quando alcançamos nosso tricampeonato, nossos goleiros, como Felix, eram como náufragos. Ficavam isolados naquela ilhota na pequena área e não havia quem os treinasse em separado.
Corriam com a gente, faziam os mesmos exercícios dos que atuavam na linha e, após os treinamentos, ficavam em uma caixa de areia saltando pra lá e pra cá. E os preparadores pediam para cruzarmos bolas sobre a area para saírem do gol.
Já em 1974, Leão foi o primeiro goleiro da seleção a ser resgatado do isolamento. Raul Carlesso, da Comissão Técnica da Seleção Brasileira, inovou criando uma nova função, treinador de goleiros, que veio a dar orientações e treinamentos específicos para a posição.
Você só percebe essa evolução técnica assistindo “Gol, o grande momento do futebol “. A maneira como passaram a saltar e se posicionar mudou completamente. E para melhor.
No fim de semana, vendo o goleiro do Cruzeiro não se mexer diante da cobrança da penalidade máxima, cobrada por Gabigol, deu para perceber que seu treinador estudou com ele, Rafael, a melhor maneira de defender.
Como Gabigol precisa que o goleiro salte para um lado para jogar a bola do outro, ao permanecer parado tirou sua concentração e ele acertou a trave.
São mais que treinadores, são orientadores, psicólogos, amigos e psiquiatras. Do contrário, sem esse ombro, os reservas do Fábio já teriam se jogado da ponte.
Desse jeito, rendo minhas homenagens aos que não tiveram tal privilégio. E mesmo assim se superaram, treinavam por conta própria e saiam do gol por sua conta e risco.
E a eles, especialmente ao Gato Félix, tricampeão mundial, uma das pessoas mais educadas com que joguei, no Fluminense, rendo minhas homenagens.
Eles foram os nossos heróis que, ao contrário do National Kid, voavam de verdade.
O LEGADO DE TARCISO
por Claudio Lovato Filho

Volta e meia, quando penso em como devemos nos comportar nos momentos bons e nos momentos nem tão bons, penso em Tarciso.
De tempos em tempos – com frequência cada vez maior conforme a idade avança – reflito sobre o quanto é importante acreditar no dia seguinte, no fato que está por vir, e manter a confiança. Durante essas reflexões, é comum que me venham à mente lembranças de Tarciso.
Que legado de persistência, honradez e humildade.
A persistência, a honradez e a humildade que só os verdadeiros vencedores têm.
Não apenas isso, claro, porque também jamais faltaram a ele atributos como talento, coragem e senso de companheirismo. As qualidades não eram poucas.
Em 2018, alguns dias após a morte dele, fui chamado a falar sobre o Flecha Negra a um grupo de gremistas aqui de Brasília. Foi de surpresa, sem aviso prévio, durante um almoço. Quem me conhece sabe que prefiro escrever a falar, mas não pude recusar aquele pedido, não houve como. Não tanto pela insistência dos parceiros ou pela ênfase da convocação, mas simplesmente porque precisávamos falar de Tarciso, chorar sua partida, celebrar sua legenda e sua lenda. Então fui.
Recordei acontecimentos como os jogos de que participei na Escolinha do Grêmio, em 1978, aos meus 13 anos, sob a assistência de Ancheta, Tadeu Ricci, Iúra, André, Éder, Tarciso e os outros heróis que formaram um dos elencos tricolores mais inesquecíveis de toda a nossa longa história iniciada em 1903.
Naquele almoço com companheiros tricolores aqui do Distrito Federal, eu disse, lá pelas tantas, que Tarciso havia roído o osso, mas também havia comido o filé. Um chavão surrado, eu sei, mas que me ajudou a expressar o que penso e o que sinto quando falo em José Tarciso de Souza.
Ele mostrou suas credenciais aos torcedores gaúchos em novembro de 1972, quando, jogando por seu clube de então, o América do Rio, deu espetáculo numa partida contra o Internacional, no Beira-Rio. O jovem centroavante de 21anos fez gol em jogada que incluiu dribles em Figueroa e no goleiro Schneider. (Talvez disso tenha decorrido, pelo menos em parte, o gosto do zagueiro chileno em desferir cotoveladas no rosto do atacante, coisa vista muitas vezes nos anos seguintes, mas que jamais atingiu o intento de amedrontar o guerreiro nascido na pequena São Geraldo, em Minas Gerais.)
Tarciso chegou a Porto Alegre dois meses depois, em janeiro de 1973, vindo do América para assumir a camisa 9 tricolor, numa negociação que incluiu a ida de Ivo e Flecha para o clube carioca. Tarciso viu nosso arquirrival ser campeão estadual quatro vezes seguidas – sequência que envolveu questões nebulosas, como a absurda regra do “goal average”, que nos tirou o título de 1975, ano do Gre-Nal dos três gols do Zequinha, mas isso é outra história.
Em 1977, sob a batuta de Telê Santana – que o transformou definitivamente em ponta-direita, na sequência de movimentos feitos por Milton Kuelle e Ênio Andrade – e formando um ataque lendário com André Catimba e Éder Aleixo, Tarciso foi um dos maiores protagonistas da conquista do campeonato gaúcho daquele ano, título que, como tantas vezes enfatizou nosso eterno presidente Hélio Dourado, abiu as portas para as grandes conquistas dos anos seguintes: o Campeonato Brasileiro de 1981, a Libertadores e o Mundial Interclubes de 1983 e tudo o que veio depois.
Tarciso estava lá: no Morumbi, superando o São Paulo e levantando a taça do nosso primeiro Brasileirão; no amado e saudoso Olímpico, derrotando o Penãrol, num feito do tamanho da América; e no Estádio Olímpico de Tóquio, jogando na ponta-esquerda, na épica vitória contra o Hamburgo, confirmando que a Terra é azul. E nunca, nem a sério nem de brincadeira, se ouviu ou viu, partidos dele, um gesto ou uma palavra que indicassem perda da simplicidade e da modéstia.
Neste 2023, caro amigo (acho que posso te chamar assim, não é?), quando se completam 50 anos da tua estreia pelo Grêmio, eu e toda a torcida azul-preta-e-branca queremos, mais uma vez, e de forma especial, celebrar teu nome, tua história e tua herança, e reiterar o orgulho de ter a ti como o jogador que mais vezes vestiu a camisa do nosso clube amado, em 723 partidas, e como um dos nossos principais artilheiros, o segundo maior, atrás apenas de Alcindo, com os teus 228 gols.
Jamais serás esquecido, jamais. Especialmente (digo isto por mim, mas sei que não apenas por mim) quando pensarmos em qualidades como honradez, persistência, humildade, talento, coragem e generosidade – só para citar algumas das que possuías de sobra.
Aqui estamos, amigo. A tua torcida. Ela te saudará para sempre.