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ÉPOCA DE OURO

entrevista: Sergio Pugliese | texto: Marcelo Mendez | fotos e vídeo: Daniel Planel 

Houve um tempo em que o rádio de pilha era o “melhor amigo” de muita gente e, se isso ocorreu, muito se deve a José Cunha e Walter Salles, o garimpeiro da notícia, sempre levando aos ouvintes o melhor da crônica esportiva.

José Cunha, por sua vez, é capaz de transformar até os jogos de futebol de mesa em emocionantes. Sua narração é algo fora de série.

Para falar de José Cunha, se faz necessário voltar para o tempo dos sonhos.

Uma época em que, sem tanta interatividade, sem tanta tecnologia, as pessoas não eram reféns de nada que não fosse seus próprios encantos, suas odes, suas tantas vidas e paixões.

No meu caso, eram os tempos de menino do Parque Novo Oratório em Santo André, naqueles tumultuados anos 70.

 Se bem que na segunda metade da década, quando realmente descobri o Zé, as coisas já não tavam tumultuadas assim…

 Mas isso não fazia parte da minha infância.

Aos sete anos de idade, no ano da graça de 1977, eu já era apaixonado pelas coisas da bola e como não tinha muito jeito de ver futebol se não fosse indo aos estádios, ou vendo os poucos jogos da TV, eu via absolutamente tudo que passava. E aos domingos à noite, ali por volta das 20h, era a hora do Compacto do Campeonato Carioca.

Para nós, em São Paulo, passava na TV Cultura e, dessa forma, descobri os narradores da TVE Rio.

 Foi assim que descobri José Cunha.

“Roberrtôôôô… Ta lááááááá!!!”

José Cunha não gritava gol, porque dizia que o telespectador não é cego. “Ele ta vendo aí que foi gol, pô!” – Tinha voz rouca, forte, preenchia toda a sala da minha casa e eu pirava nisso tudo.

Agora, no ano da graça de 2018, mais de 40 anos depois, temos a chance de ver José Cunha, ao lado da fera Walter Salles, de maneira orgânica, livre e solto, contando toda sua trajetória aqui no Museu da Pelada.

Divirtam-se!