Escolha uma Página
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Flamengo

ZICO – UMA HISTÓRIA DE SUCESSO

por Luis Filipe Chateaubriand


1.      O Começo

Em 03 de Março de 1953, nascia, no bairro de Quintino, no Rio de Janeiro, Arthur Antunes Coimbra – que viria a ser uma das maiores personalidades da história do Brasil.

O pequeno garoto foi chamado pelos familiares, primeiro, de Arthurzinho, depois, de Arthurzico e, finalmente, de Zico, nome que marcaria sua trajetória ao longo de sua atividade profissional.

O Zico menino e, depois, adolescente – irmão dos jogadores de futebol Antunes e Edu – jogava bola pelas ruas e campos de Quintino.

Jogava bem.

Muito bem!

Tão bem que se via gente vir do outro lado de Quintino, atravessando a linha do trem, para ver o pequeno Zico jogar.

2.      A Ida ao Flamengo

O radialista Celso Garcia ouviu falar que havia, em Quintino, um menino lourinho, de 14 anos, que “comia a bola”.

Resolveu ir ver pessoalmente.

Foi a Quintino ver uma partida de futebol de salão do adolescente Zico.

Saiu de lá de “queixo caído”, maravilhado com a quantidade de gols e jogadas geniais que Zico produziu.

Imediatamente, foi à casa dos Antunes, pedir permissão para levar Zico ao Flamengo.

O velho Antunes, pai de Zico, foi reticente de início, mas acabou concordando.

O Flamengo acabava de ganhar o que viria a ser seu melhor jogador em todos os tempos!

3.      A Preparação Física


Na Gávea, todos se encantaram com a técnica do jovem Zico.

Mas havia o temor de que aquele rapaz franzino não vingasse para o futebol, muito magro e pequeno, poderia ser presa fácil de zagueiros altos, fortes e violentos.

Então, foi feito um trabalho especial de fortalecimento muscular, comandado por José Roberto Francalacci, onde Zico fazia musculação, tinha uma alimentação especial e tomava suplementos vitamínicos.

O trabalho fez Zico ganhar peso em massa muscular e, assim, se tornar um jogador mais resistente fisicamente.

4.      Os Fatídicos Anos de 1971 e 1972

O ano de 1971 não foi dos melhores para a carreira de Zico.

Promovido dos juvenis aos profissionais com 18 anos, teve que voltar aos juvenis, pois Zagallo – o novo treinador do Flamengo – argumentou que ele foi lançado nos profissionais prematuramente.

Se Zico jogasse nos profissionais desde 1971, provavelmente chegaria à Seleção Brasileira mais cedo e, quem sabe, disputaria a Copa do Mundo de 1974.

Também em 1971, disputou o Torneio Pré-Olímpico, e a Seleção Brasileira se classificou para as Olimpíadas com um gol seu.

Porém, na lista de convocados para as Olimpíadas de 1972, seu nome não constava.

Uma clara perseguição da ditadura militar à família Antunes, uma vez que seu irmão Nando militava em movimentos de esquerda.

O baque para Zico foi tão forte que ele pensou seriamente em abandonar o futebol.

Para nossa sorte, isso não aconteceu.

5.      A Seleção Brasileira


O ano de 1974 marcou a ascensão de Zico aos profissionais do Flamengo, já como titular.

O mancebo jogou tanta bola que recebeu o prêmio mais importante do futebol brasileiro, a Bola de Ouro, da Revista Placar.

Dois anos depois, em 1976, debutaria na Seleção Brasileira, em jogo contra o Uruguai, em Montevidéu, no qual marcaria um gol de falta.

Pouco depois, conquistaria o Torneio Bicentenário dos Estados Unidos.

Jogou na Seleção Brasileira até 1986 – foram 10 anos, portanto – tendo participado de escretes marcantes, como o que disputou a Copa do Mundo da Argentina, em 1978, a Copa do Mundo da Espanha, em 1982, e a Copa do Mundo do México, em 1986.

6.      A Era de Ouro

Entre 1978 e 1983, o Flamengo – liderado por Zico – ganhou títulos em profusão, de todos os jeitos, de todos os modos, de todas as maneiras.

Foram nada menos do que quatro Campeonatos Estaduais (1978, 1979, 1979 especial, 1981), três Campeonatos Brasileiros (1980, 1982, 1983), uma Copa Libertadores da América (1981) e um Mundial de Clubes (1981).

Era uma época em que o time do Flamengo era uma verdadeira Seleção Brasileira – talvez, até melhor que a própria seleção, por ter mais conjunto e ter boa estrutura tática.

Zico era o craque do time.

7.      Na Itália


Em meados de 1983, Zico é vendido para a italiana Udinese, por astronômicos (para a época) quatro milhões de dólares.

Zico não queria ir, mas era a oportunidade que o Flamengo tinha de fazer dinheiro com ele, pois teria passe livre ao final de seu contrato.

Na primeira temporada na Itália, Zico foi a sensação: gols atrás de gols, foi vice-artilheiro (perdeu para Platini, que fez mais jogos que Zico), passes, lançamentos, cobranças de faltas, cobranças de pênaltis.

Na segunda temporada na Itália, Zico, o “Galinho de Quintino”, não foi tão bem, teve problemas físicos.

Era hora de voltar para casa.

8.      De Volta

A volta de Zico ao Brasil foi comemorada em prosa e verso pela torcida rubro negra.

O ídolo à casa retornava.

Só que, infelizmente, a alegria durou muito pouco!

Depois de Zico ter disputado poucos jogos, veio a partida contra o Bangu.

E, aí, um troglodita chamado Márcio Nunes acertou o joelho de Zico!

Quanta dor, quanto sofrimento!

Foram meses de tratamento para voltar a jogar.

9.      Campeão Novamente

Após a Copa do Mundo de 1986, no México, Zico operou o joelho machucado e, em 1987, voltou a jogar – com algumas restrições, mas ainda em alto nível.

Assim é que se tornou decisivo para o título da Copa União, ainda em 1987, quando o Flamengo tinha um timaço que encantou o Brasil jogando uma bola que era de se admirar.

Esse foi o título derradeiro da carreira de Zico no Brasil.

10.  A Despedida no Brasil

Os anos de 1988 e de 1989 foram sem título no Flamengo e, então, Zico decidiu que era chegada a hora de parar.

Uma festa linda, em um Maracanã com mais de 120000 pessoas, jogadores de nível internacional, luzes encantadoras, algo ao nível do “Galinho de Quintino”.

Mal se sabia que a história não acabaria ali…


11.  No Japão

Em 1990, 1991, e 1992, Zico foi Secretário de Esportes do Governo Federal.

Depois disso, aceitou ou convite do clube japonês Sumitomo (Kashima Antlers) para voltar a jogar e popularizar o futebol no Japão.

Foi isso que fez, fazendo que o futebol se tornasse um esporte popular no Japão.

Lá, ele fez o gol que muitos consideram o mais belo de sua carreira, o “gol escorpião”, em que ele faz o movimento de um gol de bicicleta, só que com o calcanhar.

No Japão, também teve direito a uma despedida de gala, com direito a um boneco seu em tamanho gigante.

12.  Depois do Jogador de Futebol

Embora tenha relutado a princípio, tornou-se técnico de futebol, tendo treinado diversos clubes e seleções.

Ensaiou, também, uma candidatura a presidente da FIFA.

Ao momento, é Gestor de Futebol do Cashima Antlers.

Tem, também, o seu próprio clube de futebol, o CFZ.

13.  O Legado

Quando se pensa em Zico, se pensa em profissionalismo, se pensa em dedicação, se pensa em trabalho, se pensa em superação, se pensa vitória!

O CRAQUE DO BRASIL EM 2009

por Luis Filipe Chateaubriand


Em 2009, Petkovic estava de volta ao Flamengo, fruto de negociações de dívidas antigas com a diretoria rubro negra.

A novidade não fez sucesso com a torcida, que achava que oito anos mais velho do que quando fez o golaço de falta do tricampeonato contra o Vasco da Gama, o gringo não era mais o mesmo.

Ademais, depois de ter saído do Flamengo, Pet jogou no Vasco da Gama e no Fluminense, e o torcedor rubro negro não perdoava.

Mas Pet veio.

E veio para fazer um Campeonato Brasileiro soberbo, com passes longos, passes curtos, lançamentos, cobranças de faltas, assistências e gols – sejam dele, mesmo, sejam os que propiciou aos colegas de time, especialmente Adriano, o Imperador.

O gringo fez barba, cabelo e bigode e, por isso, foi o grande jogador do Brasil em 2009!

Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada!

A MÁGOA DE MARCELINHO

por Elso Venâncio


Marcelinho ainda não era chamado de ‘Carioca’ quando estreou pelo Flamengo, aos 16 anos, entrando no lugar de Zico em um Fla-Flu disputado no ano de 1988, no Maracanã. Eram 11 minutos do primeiro tempo. Zico sentiu a coxa, não esperou nem o médico e saiu correndo, evitando a imprensa, rumo ao vestiário.

Mestre Telê Santana, técnico expert em lançar garotos – até porque fazia questão de sempre assistir com atenção aos treinos da categoria de base, pediu para Marcelinho se aquecer. O garoto franzino em campo e os 60 mil torcedores presentes sem saber sequer quem era. Pelo pique, parecia levar jeito. Tinha presença. Logo chamou a atenção de todos.

Na geral, uma cena histórica. Seu Adilson, pai do jogador, estava trabalhando com a roupa abóbora usada pelos garis. Ele parou de varrer, fixou o olhar no gramado e parecia sonhar. Instintivamente, colocou a vassoura por trás da cabeça, em horizontal, e observou um tanto quanto incrédulo à entrada do filho. “Em lugar do Galo…” – tentava compreender enquanto a ficha caía. O futebol brasileiro era apresentado naquele momento a um dos maiores batedores de falta da História.

Seu Adilson foi quem incentivou e determinou que Marcelinho treinasse as batidas. Ele comprou VHS de Zico, Nelinho, Roberto Dinamite, Zenon, fitas de vídeo que eram comuns na época, e durante a madrugada os dois viam e reviam cada cobrança. O pai lembra que Zico estava na Gávea. Falta na entrada da área para ele era pênalti.

Marcelinho passou a treinar muito esse fundamento. Aprimorava a batida e começava, já na base, a fazer gol de tudo quanto era lugar. Perto da meia-lua, do lado esquerdo, pela direita, de longe. Acabou virando o “Pé de Anjo” – afinal, calçava chuteiras tamanho 36.

O menino participou do vitorioso grupo que conquistou a Taça São Paulo de Juniores em 1990. Depois vieram os primeiros títulos pelos profissionais: Copa do Brasil em 1990, Carioca em 1991, Brasileiro de 1992 e, de repente, o inexplicável: mergulhado em dívidas, o clube começou a rifar suas grandes promessas. Nomes como Marcelinho, Djalminha, Júnior Baiano, Marquinhos, Paulo Nunes e outros. Na época em que “Craque o Flamengo faz em casa”, uma geração inteira era desperdiçada.

Marcelinho rodou o mundo. Jogou no Corinthians, no espanhol Valencia, voltou ao Corinthians, passou pelo Santos, Gamboa Osaka, Vasco, etc… Na verdade, teve três passagens pelo Timão: de 1994 a 1997, de 1998 a 2000 e de 2001 a 2006. Ganhou um punhado de títulos: Mundial de Clubes da FIFA em 2000, dois Brasileiros (1998 e 1999), uma Copa do Brasil em 1995 e quatro Paulistas. Obviamente, virou Corinthians de coração. Um dos maiores ídolos da Fiel.

A mágoa que ele tem com o Flamengo é grande. Em 1993, foi considerado um dos melhores jogadores do futebol brasileiro. Em um dia de folga, foi chamado à Gávea. O supervisor Isaías Tinoco, de forma direta, deu a notícia fatal:

– Você está vendido ao Corinthians.”

– Eu… vendido? Tá louco? Você tá de sacanagem, só pode ser! – retrucou, sério.

– Temos que pagar a folha e o décimo terceiro dos jogadores e honrar ainda os contratos do Renato Gaúcho, do Casagrande… – argumentou Tinoco.

– Não vou! Não vou mesmo! – repetia, aos gritos.

Eu presenciei o diálogo e o divulguei em seguida no microfone da Rádio Globo. Imprensa tinha acesso aos ídolos e dirigentes até nos vestiários. Era ordem do presidente rubro-negro, Luiz Augusto Veloso. O prodígio de craque teve que ir, mas saiu zangado.

Anos depois Marcelinho estava no exterior quando recebeu uma ligação de Márcio Braga, reeleito presidente do Flamengo:

– Te peguei no Madureira e quero você de novo aqui. Estou te comprando.

Personalidade forte Marcelinho sempre teve:

– Não vou. Me desculpe, mas vocês me mandaram embora. E por 500 mil dólares.

Tinha feito a promessa de nunca mais pisar no clube do coração de Seu Adilson. Clube esse que tinha sido o do seu coração também. Às vezes, amor e ódio se confundem numa paixão.

Há poucos anos houve uma festa no Ninho do Urubu para comemorar a conquista do Brasileiro de 1992, com direito à presença dos atletas campeões. Marcelinho não compareceu. Essa bronca explica sua vibração no título carioca que deu ao Vasco em 2003. Após empate em 1 a 1 com o Flamengo, comemorava feito louco, alucinando, correndo de um gol ao outro do Maracanã. Na cabeça, uma faixa: ‘Jesus é Fiel!’

O destino, às vezes misterioso, mudou a trajetória e a história desse grande ídolo do nosso futebol. Ces’t la vie…

A PERDA DO TRI

por Marcos Eduardo Neves


A perda do tricampeonato da Libertadores para o Palmeiras faz duplamente história na Gávea.

Em primeiro lugar, a dúvida se essa geração superaria a de Zico perde força. Mas nada impede que no ano que vem, tal qual o Ronaldo derrotado de 98 que virou mártir na Copa seguinte, essa turma volte à nova final e obtenha dois titulos em quatro anos, um feito incrível.

Se essa dúvida se posterga, uma certeza se concretiza. Renato Gaúcho se torna o primeiro treinador do Flamengo a perder uma final de Libertadores.

Não se luta contra fatos. Seu time levou um gol muito rápido, martelou e empatou, mas foi traído por um acidente de percurso, uma falha individual, uma bola infeliz, que, é bom que se diga, já ganhamos de Márcio Theodoro e de Gonçalves no passado, mas hoje entregamos.

Renato que acertou em começar com a força máxima, foi obrigado a substituir Filipe Luís, mas escolheu inserir Kennedy em campo.

Contra o Liverpool, entrou Lincoln.

Contra o Palmeiras, Kennedy.

Obama nas alturas, o técnico desmontava a criatividade, diminuía a qualidade técnica do time.

Michael entrar era óbvio. Mateuzinho, Vitinho e Pedro, ótimas pedidas. Ao perder o lateral, optou por Renê, mais experiente que Ramon, ok. Mas… Kennedy?

Até por uma questão de misticismo, nessa trama Diego era o quinto elemento a entrar. Ele que lançou Gabigol em 2019. O super-herói rubro-negro, inclusive, já tinha feito o dele, empatando, mas faltava ainda o da virada, muito menos impossível do que há dois anos.

Sem Arrascaeta, Everton Ribeiro ou Diego, esse lançamento para frente não veio. Nem o título para o Flamengo.

Parabéns, Abel Ferreira. Jogo perfeito, de acordo com suas limitações e possibilidades. Campeão merecido. Faca nos dentes desde o apito inicial.

Que seja forte o belo jogador Andreas Pereira. Não merecia. Mas nada como um dia após o outro. Tita perdeu um pênalti decisivo em 77 e no ano seguinte deu início a uma saga inesquecível de glórias.

A Renato, fica a loteria de conseguir ver o imponderável tomar o título brasileiro que ele mesmo ajudou a aproximar das mãos do Atlético. Não conseguindo, até sua presença no tradicional Jogo das Estrelas, o jogo do Zico, pode embaraçar a relação entre ele e a torcida. Eu me preservaria. Salvo eneacampeão.

Renato se abster da festa a seu ídolo será inédito. Assim como o fato de um treinador ter nas mãos a chance de ganhar três títulos importantes em um mês, e hoje correr o sério risco de não conquistar sequer um deles.

#renatogaucho #renatoportaluppi #flamengo

PARABÉNS, FLAMENGO!

por Zé Roberto Padilha


Como tricolor, senti uma pontinha de inveja por durante tanto tempo não ver as ruas inundadas com a nossa camisa. E olha que poucos clubes tem uma camisa tão bonita.

Tamanha mobilização, parecia que a partida era pela Copa do Mundo.

Moramos num país em que poucos passam em primeiro lugar em concursos, mas não são capazes de respeitar quando um clube de futebol tira em segundo lugar em toda a América Latina.

Já imaginaram quantos clubes possui a América Latina?

Outra coisa, por que não reconhecer os méritos do adversário e procurar culpados pela derrota. Fazemos isso quando nosso time ganha?

A vitória encobre todos os erros, mas a derrota não pode continuar a encobrir todas as virtudes.

Jogou mal, sim, e daí? O primeiro tempo, então, foi um horror. Mas não acontece no ofício da gente? Pegar uma folha em branco, uma caneta, ter uma ideia na cabeça e não conseguir traduzi-la para o papel?

Inspiração. Essa não está a venda nem no Black Friday.

Não somos robôs, que bom, pra sorte da humanidade, pra sorte do futebol somos Andreas num dia, Deyverson no outro.

A vida continua. As ressacas de quem ganhou ou perdeu vão passar juntas. Quem duvida?

Parabéns Bruno, Aline, Roberta, Priscila, Luísa, Felipe , meio Gabriel, Jane, Daniela, Gustavo e Fabio, a porção rubro-negra da nossa família pelo vice-campeonato. Quem sabe um dia será respeitado?

Parabéns, Flamengo!