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TÚLIO MARAVILHA, NÓS GOSTAMOS DE VOCÊ

20 / novembro / 2019

por Luis Filipe Chateaubriand


É raro ver, no futebol, uma identificação perfeita entre um clube e um jogador. Evento mágico, denota que aquele personagem é o cara certo no lugar certo.

É, sem dúvida, este o caso de Túlio e Botafogo! 

Casamento perfeito, mágico, indescritível, em que a personalidade do jogador e a do clube se encaixam perfeitamente, como poucas vezes se viu no futebol.

Túlio jogou em diversos clubes, brasileiros e estrangeiros, alguns deles gigantes, como Corínthians e Fluminense. E até na Seleção!

Mas, quando se lembra de Túlio, é do Túlio do Botafogo.

O Túlio do Botafogo campeão brasileiro de 1995, título mais importante do clube nos últimos 50 anos. Time fantástico, de jogadores fantásticos, como seu companheiro de ataque Donizetti, o Pantera, dirigido pelo excelente técnico Paulo Autuori. 

Mas com uma estrela solitária na frente – a estrela de Túlio.

Túlio era irreverente. Não uma irreverência prepotente, marrenta, soberba. Mas sim uma irreverência ingênua, brincalhona, divertida. Não era tudo ou nada, mas “Túlio ou nada”. Não estava tudo bem, mas “Túlio bem”. O jogador cearense Silas, recém-chegado ao clube – de pernas tortas, bigode e orelhas de abano – não era o Silas, recebeu de Túlio o mítico apelido de Gavanildo: pernas tortas de Garrincha, bigode de Valdir e orelhas de Iranildo.

Assim era o bem-humorado Túlio.

Mas, para além do bom humor, existia um artilheiro nato: o que se posicionava na área de forma inteligente; o que via a bola chegar e definia o lance com extrema rapidez; o que tinha incrível frieza na hora de concluir em gol; o que, quando o lance exigia, ainda driblava o zagueiro, para o gol se tornar mais escancarado; o compenetrado até enviar a bola às redes… para só depois disso aderir a uma grande brincadeira.

Brincou demais. 

E a torcida, extasiada, repetia: “Túlio Maravilha, nós gostamos de você! Túlio Maravilha, faz mais um para a gente ver!”

Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebol há mais de 40 anos e é autor de vários livros sobre o calendário do futebol brasileiro.

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