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A HISTÓRIA DO TRÁGICO FOLIÃO DJALMA

2 / março / 2022

No Sport, Vasco e Bangu, o ponta Djalma fez sucesso. Arisco, ele seduziu todos os treinadores com os quais trabalhou. Não chegou a ser propriamente um ídolo do Expresso da vitória cruz-maltino, mas no Sport sim. Conheça um pouco mais sobre o craque e seu triste destino em um carnaval carioca.

por André Felipe de Lima


Ponteiro direito, Djalma Bezerra dos Santos, recifense nascido a 19 de dezembro de 1918, iniciou a carreira no Sport Clube Recife no final dos anos de 1930. Ainda jovem integrou o time principal do Sport que derrotou o Santa Cruz no jogo inaugural do estádio da Ilha do Retiro, no dia 4 de julho de 1937, com vitória de 6 a 5 do esquadrão rubro-negro. Foi titular do time rubro-negro que excursionou pelo sul e sudeste do País com grande desenvoltura, em 1941 e 42. O sucesso foi tão intenso, que muitos craques do rubro-negro pernambucano não voltaram para Recife. Zago e Ademir de Menezes ficaram no Vasco; Pirombá, no Flamengo; Magri, no América, e Pinhegas, no Fluminense. Foram onze vitórias, dois empates e apenas quatro derrotas em jogos disputados no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

Enquanto Ademir trocou o Vasco pelo Fluminense em 1945, Djalma resistiu no futebol pernambucano até 1943, sendo tricampeão estadual com o Sport em 1941, 42 e 43.

Djalma seguiu para o Vasco em 1944 para assumir a ponta-direita do time de São Januário. Ao formar o ataque do Vasco em 1947, com Maneca, Friaça, Lelé e Chico, o atacante conquistou o campeonato carioca e ajudou o quinteto a entrar para história do futebol no Rio. O ataque vascaíno marcou 40 gols em apenas 10 partidas e escreveu nos anais do campeonato carioca uma das maiores goleadas da era profissional no estado: 14 a 1 no Canto do Rio. O Vasco terminou a competição de 47 com sete pontos a frente do Botafogo e Djalma foi considerado pelo rival rubro-negro Zizinho como a peça chave do esquema do treinador vascaíno Ondino Viera. “Já em 1945 surgiu o 4-3-3, criado no Vasco da Gama pelo treinador Ondino Viera. Ele recuou para o meio-de-campo o ponta-direita Djalma. Estava sacramentada a função do ponta-de-lança”, como narra Kleber Mazziero, na biografia de Ademir da Guia.


Em 1949, Djalma, igualmente ao zagueiro argentino Rafanelli, trocou o Vasco pelo Bangu, último clube da carreira do ponta pernambucano, que morreria, de forma trágica em uma terça-feira de carnaval. Djalma acompanhava as irmãs Ivone e Dulce dos Santos no baile carnavalesco dos casados, na sede da Associação dos Empregados no Comércio, na tarde da segunda-feira. Em meio às marchinhas, um folião pisou no pé de Dulce.

Houve discussão, e Djalma tomou as dores da amiga. Cerca de 20 comparsas do rapaz que batia boca com Dulce e Djalma partiram para cima do craque e o espancaram. Djalma sofreu um corte profundo na face direita.


O craque foi socorrido no pronto socorro, teve alguns pontos no rosto e liberado em seguida para retornar a folia, no Centro da cidade. Às 22 horas, Dulce sugeriu que deveriam ir à residência dela para que trocassem de roupa para outro baile. Ao chegarem, a fechadura havia emperrado. Uma vizinha sugeriu que Djalma tentasse entrar no apartamento da amiga, no segundo andar, descendo por uma corda de persiana estendida pela janela do apartamento do terceiro andar.

O peso do corpo de Djalma foi demasiado e o jogador caiu, de pé, na marquise, mas desequilibrou-se e caiu na rua, batendo com a cabeça no meio fio. O levaram novamente para o hospital, mas Djalma não resistiu e morreu às 13h30, do dia 2 de março de 1954.

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