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NEM A DISTÂNCIA SEPARA

20 / junho / 2019

por Wendell Pivetta


Amor pelo clube do coração é algo inexplicável. Não existem fronteiras para dedicação do torcedor, ainda mais aquele que mora longe do estádio, que muitas vezes acaba falecendo e nunca teve a oportunidade de assistir o clube do coração na cancha futebolística. Algumas cidades ainda fazem excursões, porém o custo é alto, até porque os estádios ficam cada vez mais elitizados e não compreendem talvez que boa parte do público venha de longe.

No caso de hoje, conto a história da minha cidade, Tupanciretã, fixada no centro do Rio Grande do Sul, com a torcida Camisa Vermelha, que em média, 1 vez por mês marca presença no Beira Rio. Eliandro Amarante, criador do movimento, começou a divulgar e reunir pelos bares com transmissões dos jogos e via Whatsapp a ideia de ir para o estádio, ver pela primeira vez seu time de coração atuar no gramado que, ao vivo, era muito mais verdinho. A cidade costumava ir apenas uma vez ao ano para o estádio, e hoje a realidade já é outra, tendo em média um micro ônibus mensal, dobrando inclusive o quadro de sócio torcedor da cidade pelo Clube do Povo do Rio Grande do Sul.

A viagem tem o total de 800 quilômetros, cerca de 5 horas de viagem, para até então, ter participado de 13 jogos, nenhuma derrota e apenas um empate assistido que foi neste ano, diante do River Plate pela Libertadores da América (dados levantados antes da parada da Copa América). Famílias percorrem a longa estrada para vislumbrar o grande evento que é uma partida de futebol da capital, algo que não tem preço para os organizadores das excursões que passam semanas organizando e reunindo o dinheiro, contatando empresas com transporte, e garantido o ingresso de todos para dentro do jogo. 


Nossa primeira partida que a excursão vislumbrou foi o jogo Internacional 2×1 Corinthians pelo Brasileirão de 2018. Lotaram uma van de 15 pessoas, um dos transportes mais difíceis para percorrer 5 horas de viagem, porém naquela data o nosso país enfrentava a greve dos caminhoneiros, e a falta de gasolina era algo que cada vez mais iria se tornando realidade entre os transportes. Quando chegamos e entramos no estádio, era possível ver o aglomerado de pessoas, e sem perceber o sangue ia fervendo, o coração mal parava de bater e isso tudo só de entrar estádio a dentro, então, quando você passa pelo corredor, o Beira Rio no setor inferior conta com escadas para você subir até a parte do gramado, e subindo pela primeira, e ainda até hoje, não existe colorado que não se arrepia todo ao ver a imensidão do estádio, da beleza fenomenal do interior e aquele sol que bate no gramado e o torna ainda mais verde. O torcedor se sente completamente em casa. Sem falar as histórias do pré jogo, como por exemplo ao passarmos por dentro da Porto Alegre vazia, visualizamos o ídolo e ex-zagueiro Índio andando a pé para o estádio, ou no clássico gre-NAL que ao estacionarmos nosso ônibus, começamos assar a carne do almoço e fazer uma cantoria, logo chega torcedores de outra cidade, Horizontina, para tocar com nós e em menos de 2 minutos o local encher de torcedores vislumbrando do mesmo momento mágico.

Encarar frio, chuva, falta de sono e preços absurdos ao totalizar passagem, ingressos e alimentação realmente é algo que prova a força das excursões do interior do estado para assistir aos espetáculos, e a Camisa Vermelha de Tupanciretã é uma ótima representante destes momentos que só o torcedor passa. 

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