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GUINA, A JOIA QUE NÃO FOI LAPIDADA

21 / outubro / 2019

por Luis Filipe Chateaubriand


Aguinaldo Roberto Gallon, o Guina, era um meia armador que tinha tudo para ser craque, porém não chegou a atingir esse patamar.

No ano de 1976, começou a se destacar, no Comercial de Ribeirão Preto. Não tardou para que o Vasco da Gama adquirisse seu passe, e a promessa se transferiu ao cruz maltino em 1977.

Ainda em 1977, jogou o Mundial sub-20, onde a Seleção Brasileira obteve a terceira colocação. Foi um dos destaques do time, tendo sido artilheiro do certame e, assim, conquistado a Chuteira de Ouro.

Este escriba lembra que, ainda garoto, apreciava o futebol de Guina. Jogador técnico, passava a bola muito bem. Tanto sabia chegar próximo à área, para tabelar com os atacantes e ajudar a fazer gols, como também sabia recuar e fazer lançamentos precisos aos homens de frente.

Sem ser a estrela da companhia, que atendia pelo nome de Roberto Dinamite, sabia ser um excelente coadjuvante, que fazia o time produzir e ajudava os companheiros, estrelas ou não, a brilhar.

No jogo da volta de Roberto Dinamite ao Maracanã jogando pelo Vasco da Gama, depois de uma frustrante passagem pelo Barcelona, o artilheiro fez cinco gols no Corinthians. Foi bastante ajudado por Guina, que, com passes e lançamentos preciosos, criou oportunidades de todos os tipos para o consagrado centroavante concluir.


Em 1980, com 22 anos, Guina se transferiu para o pequeno Real Murcia, da Espanha. E, a posteriori, perambulou por modestos clubes de futebol na Espanha e em Portugal. Ficou, assim, relegado ao ostracismo.

Assim, Guina é um exemplo do que vemos várias vezes no futebol: um jogador com grande potencial, mas que não chega a exercê-lo na plenitude, e sequer em patamares próximos a isso.

Temos um exemplo mais recente e cristalino da mesma situação no futebol brasileiro, o de Paulo Henrique Ganso, com a diferença que este retornou ao futebol brasileiro – mas, ao que parece, apenas para proferir patéticos xingamentos a treinadores, quando é substituído…

No caso de Guina, poderia ficar mais alguns anos em um clube de porte, camisa e repercussão, como era o Vasco da Gama e, mais à frente, poderia sair para o estrangeiro, quem sabe para um clube mais consolidado, onde seu futebol continuaria sendo alvo de atenção.

Hoje, Guina é secretário particular do ex-lateral da Seleção Brasileira Roberto Carlos. Poucos lembram que jogava muita bola. Seu exemplo mostra como é importante jogadores saberem gerenciar suas carreiras, para seu próprio bem.

Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebol há 40 anos e é autor da obra “O Calendário dos 256 Principais Clubes do Futebol Brasileiro”. Email: luisfilipechateaubriand@gmail.com.

4 Comentários

  1. Geraldo Gelson

    Nossa era garoto nós anos 80, quando comecei a torcer pelo Vasco
    Mas não lembrava desse jogador Guina
    Mas vendo o vídeo do jogo da reestréia de Roberto dinamite pude observar o talento desse jogador
    Foi uma pena não ter tido uma sorte melhor, com certeza merecia
    No Vasco poderia ter feito carreira vitoriosa ao lado do nosso ídolo Roberto
    Fiquei vá só de vê-lo, Guina, jogar muita visão de jogo e sabia fazer o passe perfeito
    Nossa deu saudades da minha infância
    Que esteja bem financeiramente e principalmente de saúde
    Gratidão

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  2. Botelho Pinto Durão

    Sou Mengão, mas, na minha adolescência, admirava, mto, o seu futebol. Era um jogador técnico, mas, tbm raçudo. Participava intensamente do jogo, durante os 90 min.
    Merecia ter alcançado patamares mais elevados, no futebol.

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  3. tg

    Guina foi craque, sim, e muito respeitado pelo Vasco da Gama e sua torcida. Assisti muitos jogos da arquibancada, em que ele atuava com seu toque de refinada classe, rara nos dias atuais. Jogador inteligente e muito raçudo. Talvez não tenha tido tanta expressão midiática tanto por não fazer questão ou até não ser a mídia de hoje. E o fato de jogar em alguns clubes europeus de pouca repercussão por aqui (exceto Belenenses), certamente se realizou, tanto que lá permanece até hoje. A exposição na mídia não significa alegria e realizações na vida dd todos. Há quem prefira a vida discreta. Vida longa ao Sr Guina, craque da camisa 8 do Vascão.

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  4. Julio Brito

    Campeonato Carioca de 1978, na grande final entre Vasco e Flamengo, o melhor daquela partida não foi o gol de cabeça de Rondinelli, mas as disputas de bola entre Guina e Tita, nunca o Maracanã viu 2 jogadores trocarem pontapés com tanta disposição, quanto esses 2 meio atacantes.

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