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Ronaldo Fenômeno

JOGAR NO FLAMENGO: SONHO QUE O FENÔMENO NÃO REALIZOU

por Elso Venâncio


Ronaldo Fenômeno é um dos personagens mais vitoriosos do mundo do futebol. Paulo Roberto Falcão costumava dizer que jogador morre duas vezes. A maioria perde o rumo quando se afasta dos campos. Ronaldo, não. Renasce sempre e melhor, como atleta ou empreendedor, lembrando a história da Fênix, lendário pássaro da mitologia grega que morria e pouco depois ressurgia, renascendo das próprias cinzas mais forte do que nunca.

Muitas articulações nos bastidores não chegam à imprensa. O predestinado Ronaldo foi uma espécie de “estagiário” na Copa de 1994. Seus empresários argumentaram com Parreira que a convocação do garoto agradaria ao patrocinador, à CBF, e que ele ganharia experiência para os próximos Mundiais. Afinal, despontou aos 16 anos de idade como um autêntico furacão, um tufão que varria todas as defesas que encontrava pelo caminho, brilhando com a camisa do Cruzeiro.

Parreira levaria Evair, que estava em grande forma no Palmeiras, mas o atacante de 29 anos não teria chance de jogar nos Estados Unidos, menos ainda nas próximas Copas. Com isso, o técnico mudou de ideia. Convocou Ronaldo, então com 17 anos, para ser talvez o único “trainee” da história de um Mundial.

Preparado desde cedo para ser um grande jogador, tinha pinta de craque. Acabou se tornando um fora de série, um supercraque. Estrela mundial, brilhou pelo PSV, arrasou no Barcelona, foi muito bem na Inter de Milão, ídolo de uma constelação no Real Madri e craque do Milan, sendo eleito por três vezes (1996, 1997 e 2002) o melhor jogador do mundo.

Passou a ser o jogador brasileiro mais conhecido e idolatrado na Europa. Bem orientado, inteligente, apoiado por multinacionais e com futebol digno de Fenômeno – apelido que recebeu dos italianos quando atuava pela Inter –, superou adversidades e atingiu todas as metas traçadas até se tornar sócio de clubes poderosos em todo o planeta.

Ronaldo parece ter o mundo a seus pés, mas um sonho de criança passou ao seu lado por três vezes e ele nunca conseguiu realizá-lo: jogar no clube do seu coração.

Na primeira tentativa, saiu da humilde Bento Ribeiro para ser testado dentre quase mil meninos que tentavam a sorte na peneira do Flamengo. Aprovado, não pôde voltar por não ter dinheiro para pagar as passagens.

O São Cristóvão lhe abriu as portas após um convênio com o Social Ramos, clube de salão onde jogava. Para o Cruzeiro e para a fama foi um pulo, mas o Flamengo – e eu pude comprovar isso – não saía da sua cabeça.

Eis que surge na sala de imprensa um garoto magrelo, dentes para fora, munido apenas de um calção e sem camisa. Tinha saído da sala de musculação que ficava entre o vestiário e o corredor onde os jornalistas resenhavam. O garoto já era jogador do Cruzeiro, contratado havia poucos meses, e se recuperava de uma contusão na Gávea. Com um sorriso juvenil, me fez um pedido:

“Elso, eu sou Flamengo. Me ajuda… quero jogar aqui.”

Revelou que ouvia os jogos do time pela Rádio Globo, torcendo ao lado do pai, Nélio Nazário, e que era fã do ‘Garotinho’ José Carlos Araújo.

Ronaldo ainda teve uma última chance de vestir o manto rubro-negro. O sonho do atacante ficou bem perto de ser realizado 15 anos depois de despontar no cenário futebolístico. Em setembro de 2008, já rico, famoso, realizado, protagonista do pentacampeonato conquistado na Copa do Mundo do Japão e da Coreia, o jogador passou quatro meses treinando na Gávea, recuperando-se de uma grave contusão no joelho esquerdo. Estava livre no mercado, pronto para quem sabe finalmente jogar no seu clube e fazer, enfim, um gol no Maracanã.

É verdade: Ronaldo, como profissional, por ter atuado muito tempo no exterior, não tinha marcado ainda no maior e principal estádio do mundo. Mas, curiosamente, não recebeu nenhuma proposta da diretoria rubro-negra. Treinava normalmente, forte, mas não participava dos coletivos. O tempo se passando e nada de proposta, nada de projeto para que permanecesse, ficasse de vez e jogasse pelo Mais Querido.

Seu lado profissional entrou em ação e o craque decidiu aceitar uma proposta tentadora do Corinthians. No clube paulista, encerraria ainda em bom nível a sua brilhante carreira.

Ele não entende até hoje como foi desprezado pelo Flamengo, deixando de realizar o seu sonho de criança.

Coisas do futebol. Vá entender cabeça de dirigentes…

PARABÉNS, RONALDO!

por Mateus Ribeiro

Neste dia 22 de setembro Ronaldo Luís Nazário de Lima, também conhecido como Ronaldo Fenômeno, comemora 44 anos de vida. Para quem não se lembra, ele foi o último grande camisa 9 do hoje judiado futebol brasileiro. Ronaldo foi o último grande símbolo da época que o time da CBF colocava medo em algum adversário. Nenhum zagueiro queria marcar Ronaldo e nenhum goleiro queria ver aquele tanque de guerra vindo em sua direção.

Ronaldo, que para mim sempre será o Ronaldinho, sempre foi um monstro, desde o seu início no futebol profissional. Rápido, técnico muito esperto, aquele menino franzino já era um demônio em seus primeiros dias como jogador, como bem sabe o monstruoso goleiro Rodolfo Rodriguez, que comeu o pão que o diabo amassou na mão do “Menino Ronaldo”.

Com 17 anos, aquele menino franzino já havia sido campeão do mundo e tinha ido para a Europa. Além de dribles e gols, Ronaldo acumulou lesões, que poderiam acabar com sua carreira, caso ele fosse qualquer um. Porém, estamos falando de um dos maiores atacantes da história, que não desistiria fácil. Ronaldo não apenas continuou a sua caminhada, como se tornou campeão mundial e artilheiro da Copa do Mundo de 2002. Tudo isso, quando ainda tinha 25 anos.

Durante a sua carreira pela Europa, Ronaldo passou pelo  PSV Eindhoven, da Holanda e depois, conseguiu a proeza de jogar nos maiores clubes de Itália e Espanha: Inter, Milan, Barcelona e Real Madrid. Apesar de viver altos e baixos e brigar com a balança, ele nunca deixou de marcar gols.

Em 2008, a carreira de Ronaldo estava em baixa, mas ele ainda continuava sendo meu ídolo. Até que um dia, meu saudoso pai me disse que “…o Corinthians havia contratado o Ronaldinho”. Eu duvidei, até ver as notícias na TV. Lembro que fiquei feliz, incrédulo  e chorei muito, da mesma forma que choro agora enquanto escrevo este pequeno relato. Eu e meu pai adorávamos ver Ronaldinho jogar. E ao menos para mim, foi uma realização gigantesca ver a camisa 9 do meu time ter como dono um dos maiores centroavantes da historia.

Ele ficou pouco tempo, mas o suficiente para me fazer sorrir, chorar, gritar e ver um dos maiores de todos os tempos no meu time. A partir de 2009, pude falar frases como “eu vi Ronaldo no meu time”, “eu vi Ronaldo no estádio”, “eu vi Ronaldo sendo campeão pelo meu time”.  Isso me enche de orgulho e satisfação. E por mais que sua despedida tenha sido melancólica, foi legal saber que a última parada desse deus da bola foi o clube que eu torço desde o dia que nasci.

Neste dia, eu só posso parabenizar este craque e agradecer por tantos bons momentos. Seja com a camisa do Corinthians, seja com a camisa da Seleção. E quanto aos outros times em que jogou, nunca simpatizei com nenhum, porém, sempre dava um jeito de assistir, apenas para te ver jogar. 

Parabéns por mais um ano de vida e por protagonizar uma das maiores historias de superação do futebol mundial. Muitos anos de vida, Ronaldo, o último camisa 9 de respeito da seleção!

RONALDO É UM FENÔMENO

por Serginho 5Bocas


Ronaldo era uma máquina programada para matar, o jogo. Dos jogadores brasileiros que vi jogar, foi possivelmente o que mais se aproximou do rei Pelé no cenário mundial, pois também foi a quatro Copas mas em vez de três, venceu duas, em contrapartida fez mais gols em Copas, conseguindo inclusive uma artilharia, é muita coisa para quem jogou em alto nível por um tempo bem menor, por conta dos problemas físicos. 

Mas por que Ronaldo era chamado de fenômeno? 

Porque em 1993, aos dezesseis anos, já era o principal jogador do time do Cruzeiro e foi o artilheiro da equipe no Campeonato Brasileiro, inclusive fazendo 5 gols em uma partida contra o Bahia do “goleirassu” uruguaio Rodolfo Rodrigues. Além disso, marcou 44 gols em 47 jogos pela equipe mineira.

Porque no ano seguinte chamou a atenção do técnico Parreira que acabou convocando-o, e logo em seguida estreou na seleção e marcou contra a Islândia, seu primeiro gol, credenciando-se para ir a Copa dos Estados Unidos como reserva de Romário, onde sagrou-se campeão do mundo pela primeira vez, apesar de não jogar um minuto sequer. 


Porque foi para o PSV da Holanda, fez 54 gols em 57 jogos e jogou tanta bola que chamou a atenção do Barcelona rapidamente e por isso foi comprado sem nem ter tempo de aumentar seus números e feitos na Holanda.

Porque foi rei na Espanha muito jovem, jogando pelo Barcelona, fazendo uma super temporada que o credenciou para receber seu primeiro título de melhor jogador do mundo ainda aos 20 anos, após ter feito inúmeros gols de placa, como o contra o Compostela, quando arrancou do meio de campo sem ninguém conseguir pará-lo, feito uma locomotiva a todo vapor. 

Porque ao chegar no duro campeonato italiano, logo em sua primeira temporada, foi o estrangeiro que fez mais gols na temporada de estreia até então, anotando 25 gols, superando o recordista anterior, que era ninguém menos que Zico que detinha a marca de 19 gols desde 1983. Aliás, foi por essa razão que recebeu a alcunha de “fenômeno”, muito merecida por sinal.

Porque foi considerado o principal culpado pela derrota do Brasil na Copa de 1998 na França, sendo chamado de amarelão, e mesmo após ter ficado quase dois anos sem jogar por motivo de contusões gravíssimas nos dois joelhos, quando ninguém mais acreditava, voltou em grande estilo, como uma ave fênix, sendo campeão do mundo de 2002 na Coréia/Japão, sendo o artilheiro da competição, além de ter abocanhado todos os prêmios de melhor jogador do ano de 2002, uma aula de superação. 

Porque mesmo quando visivelmente fora de forma em 2005, conseguiu dar suas arrancadas fulminantes e deixar sua marca com seu estilo inconfundível, nas eliminatórias da Copa de 2006 contra a Argentina, quando arrancou três vezes e sofreu três pênaltis, marcando os três gols e decidindo a partida. 

 Porque ainda teve fôlego de ir a sua última Copa, a de 2006 e lá fez três gols, com direito a pedalada no goleiro gânes, quebrando o recorde de gols em Copas naquela época, que depois foi superado pelo alemão Klose.


 Que com todo o excesso peso e já em seu ocaso, conseguiu fazer gol no São Paulo, ganhando na corrida desde o meio de campo do zagueiro Rodrigo e vencendo o goleiro Bosco.  

Porque apesar de todas as contusões que abreviaram sua carreira, tornou-se o segundo maior artilheiro da seleção brasileira com 67 gols, a frente de Zico e de Romário e atrás apenas do rei Pelé, além de ser o segundo maior artilheiro da história das Copas do Mundo com 15 gols em 3 copas jogadas. 

Ronaldo era diferente e se distinguia como centroavante, pois ninguém no mundo teve estilo parecido, ou fez jogadas rápidas e inteligentes com a qualidade que ele produziu. Ronaldo conseguia carregar a bola colada aos seus pés em altíssima velocidade, aliada a dribles curtos e muitos gols. Só mesmo um fenômeno poderia fazer coisas deste porte e ser tanto em tão pouco tempo.

Ô saudade boa da bola indo na direção da locomotiva e ela arrancando em direção ao gol ou alguém já se esqueceu da sua atuação contra a Holanda na semifinal da Copa de 1998? Impressionante como os zagueiros Stam e Frank De Boer ficaram loucos com o moleque de 21 anos.

 Sinceramente, não fossem os problemas nos joelhos nem sei aonde poderia ter chegado…queria muito saber!