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Pelé

FASCINAÇÃO DE REI

por Rubens Lemos


Ponha a sinonímia na reserva e a imagem acima dispensa variações: é fascinação, aquele encanto fulminante que penetra a alma em forma de paixão amorosa, atração física, tesão selvagem. Pelé, menino de 17 anos está simplesmente hipnotizado pelo tesouro que quase todos lhe garantiram impossível de ser conquistado.

É a Taça Jules Rimet ganha pelo Brasil em 1958, quando deixamos de ser vira-latas para latir em forma de sedução boleira nos campos da Suécia, onde caíram, castelo de cartas, Áustria, União Soviética, País de Gales, França e Suécia. Empatamos com os ingleses porque o teimoso, dorminhoco e bonachão técnico Vicente Feola demorou uma rodada para por um general de cinco estrelas, Zito e duas maravilhas da natureza em campo: Pelé e Garrincha que destruíram a União Soviética.

Fascinação é eclética. Criança, saía do bairro do Tirol, na provinciana Natal dos anos 1970, sem um tostão no bolso, nem para o refrigerante, apenas para usufruir de um prazer juvenil: subir e descer as escadas rolantes das Lojas Brasileiras, na Avenida Rio Branco, hoje fantasma do que um dia foi, a maior casa de departamentos da cidade.

Como poderia uma escada ir e vir, mecanicamente, transportando consumidores ou pobres iguais a mim, satisfeitíssimos em receber a dádiva de passar a tarde indo e voltando pela geringonça, uma modernidade no tempo da calça boca de sino e do sapato Cavalo de Aço.

Minha fascinação era modesta, porque meus caminhos sempre foram de espinhos em lugar das pedras. Os impedimentos moldaram minhas dificuldades a ponto de, até hoje, ser um conformista automático. Tudo bem, não deu, ok, a resposta é não, tudo certo, vamos adiante. Minha fascinação duelava com a estima baixa.

Fosse eu um garoto negro e humilde, de canelas de sabiá e um talento de Deus, passaria semestres sentado olhando a taça. Pelé começou resgatando a memória do pai, que viu chorando ao escutar a decisão de 1950, o Maracanazzo, a vitória do Uruguai sobre 200 mil pessoas comprimidas e prontas para celebrar a Copa no maior estádio do mundo. Seu Dondinho ficou perplexo quando ouviu a frase, que não transcrevo literalmente: “Pai, eu vou te dar um titulo de campeão do mundo.”

Pelé tinha contas a acertas com seu irmão imediatamente mais novo, Zoca, que o surrava nas mesas de futebol de botão e voltava para casa humilhado, com os dribles e lances paranormais do outro em revanche. Pele ganhou a Copa do Mundo e disse a Zoca: “Ganhei para nós dois. Você não conseguiu ir, eu fui e a medalha é dos dois”.

Acertado com violência pelo zagueiro do Corinthians Ari Clemente, antes da viagem para os jogos preparatórios à Copa da Suécia, Pelé por muito pouco não ficou no Brasil. O médico Hilton Gosling e a Velha Guarda em campo: Nilton Santos, Didi e Zito bancaram a ida do neguinho à terra das loiras, que por ele se encantavam nos passeios durante o intervalo do Mundial.

Pelé olha para a taça e deve estar imaginando quando foi mais espetacular. Se contra a União Soviética, contra o País de Gales, a França ou a Suécia. Fico com o gol abençoado sobre País de Gales(1×0). Ali, foi o jogo decisivo. Se o Brasil empata, tem prorrogação, se perde, teria voltado com as lágrimas covardes outra vez.

Pelé olha a Taça que ele ganharia – jogando uma partida e meia em 1962 e assombrando o planeta do tricampeonato de 1970, a perfeição do atleta e do homem decidido a trazer a Jules Rimet de uma vez ao Brasil. Fascinação da humidade sobre o seu soberano que causava impacto, perplexidade, incredulidade em quem o assistia.

Eis a diferença dele para Garrincha que fazia o público rir, se deliciar. Pelé, arregalava os olhos da assistência. A Jules Rimet foi roubada 25 anos depois da epopeia sueca e derretida. A fascinação de Pelé, nem o fogo feroz mancharia o ato que vem da felicidade indescritível. Como na canção de Elis Regina.

PELÉ SEM COMPARAÇÃO

por Rubens Lemos


Começando pelos compatriotas: Friendenreich, Leônidas da Silva, Zizinho, Jair Rosa Pinto, Zico menos por vontade de Zico do que da mídia. Todos comparados a Pelé. Nenhum sequer 30% dono do futebol do Crioulo.

No Brasil, inferior complexidade, Pelé sempre foi cobrado mais pelo que seu corpo humano Edson Arantes fazia do que o extraterrestre maravilhoso produziu. O Brasil tem inveja de Pelé.

Contam os antigões que, Leônidas da Silva, o brilhante propagador da bicicleta, o salto corporal ao infinito para o chute poderoso sem defesa para os goleiros, foi o mais incomodado entre os craques depois da chegada de Pelé.

Pelé mundialmente famoso a partir de 1957, aos 16 anos marcando um gol contra a Argentina em Maracanã diante de 60 mil pessoas no Martacanã, ele um menino atrevido e sem dar a menor peteca às tremedeiras juvenis.

Chegava a entidade capaz de chutar, cabecear, driblar, lançar, bater falta, pênalti, escanteio, ser mau quando preciso, desde que uma bola foi usada sabe-se lá onde. Pelé veio para ser primeiro e incomparável. Ninguém, enquanto existir espécie humana sobre a terra, será, sequer, assemelhado a ele.

Seguiram os invejosos. Na Argentina, Di Stéfano era tão bom ou superior ao neguinho estupendo. Maradona por palavras próprias, era melhor do que Pelé, neurose de milhões de portenhos que jamais admitirão um brasileiro no topo da lista e a anos-luz à frente do segundo colocado, outro brasileiro, Mané Garrincha.

Pelé quatro vezes campeão mundial aos 23 anos, duas pela seleção brasileira, duas pelo Santos. Nenhum dos seus concorrentes forçados chegou perto. Pelé campeão de três das quatro Copas disputadas.

Maradona disputou quatro, ganhou uma, em 1986, esplendoroso. Mas saiu em 1994 pela antessala da eternidade, dopado até a medula apenas no começo da derrocada que lhe tirou a vida. E Maradona foi ilusionista.

Chegando à Europa, ousaram comparar Pelé com o magnífico português Eusébio, destaque na Copa do Mundo de 1966, aquela em que o Brasil convocou 44 jogadores e não conseguiu formar um time.

Eusébio acabou com o Brasil na partida(Portugal 3×1), em que os zagueiros patrícios esfolavam todas as dobradiças do Rei. Do único e irrevogável Rei.

Dois meses depois do Mundial, em um torneio nos Estados Unidos, Pelé pelo Santos e Eusébio pelo Benfica se encontraram. Cara a cara. De testa. E Pelé usou sua filarmônica de jogadas de efeito e gols humilhantes, sem precisar provar nada, apenas mandando os chatos para a PQP. Santos 4×0.

Antes, Pelé havia triturado Eusébio em 1962, em Lisboa, na decisão do Mundial Interclubes, Santos 6×2 Benfica, provavelmente a melhor partida entre clubes da história.

Depois o múltiplo holandês Cruijff na Holanda de 1974. Supercraque. Líder de um carrossel em que ninguém tinha posição. Mas Cruijjff para chegar a Pelé seria preciso um tiro de canhão acertar uma formiga. Pelé aguentando, suportando, ouvindo e rindo.

De todos os pretensos, Maradona foi o mais insistente. Maradona era equivalente a Roberto Rivelino, ele, padroeiro das contradições, dizia e repetia: imitava Rivelino em seu bairro pobre da Villa Fiorito, território da aristocracia boleira de Dieguito. Ele copiava Rivelino porque, a exemplo de todos os milhões de seres humanos, nunca repetiria os toques e traços de Pelé.

Messi, gênio, devidamente integrado aos cobras dos séculos, ganhou, com Justiça, sua sétima Bola de Ouro de melhor jogador do mundo. Messi é melhor do mundo e não haveria necessidade de concurso.

Semana passada, o critiquei pela violência e arrogância contra os brasileiros pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, mas sou macaquito(assim os argentinos chamam os brasileiros) de auditório da Pulga e tenho textos suficientes para um livro sobre ele.

Pena que a blogosfera estampa: Messi se iguala a Pelé. Pecado capital. Pelé não entrava na disputa porque seria referendo, mas experts, sabe com base em quais quesitos, o colocaram em primeiro em 1958/59/60/61/63/65 e em 1970, ano em que, sozinho, teria jogado a Copa do Tri.

Messi não chega nem perto de Pelé, o que não lhe ofusca o brilho. Ele nasceu, como todos os outros, em chão terreno. Pelé é da galáxia espiral da Via Láctea. E ponto final.

UM E.T. ENTRE NÓS

por Serginho 5Bocas


Essa semana viralizou na internet, um vídeo com jogadas que o Rei Pelé executou em sua época de jogador. A edição comparava as jogadas executadas por Pelé no passado, com outras jogadas idênticas, de outros jogadores do futuro.

Nessa leva, entraram, Cruyff, Maradona, Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Messi, CR7, Iniesta, Romário, Roberto Carlos, Zidane, entre tantos outros jogadores de enorme talento. Conclui-se do vídeo que Pelé jogou na época errada, que estava muito à frente de seu tempo, pois todas as jogadas pensadas pelos craques de hoje e de sempre foram realizadas e algumas, até mesmo, inventadas pelo rei do futebol.

Pelé era autodidata, fazia e aprendia sozinho, muita coisa que hoje requer acompanhamento de especialistas, pois sempre cuidou da sua forma física, dos fundamentos e da sua imagem, como ninguém de sua época, sempre esteve anos-luz à frente da sua turma e de todas as turmas.

O seu autodesenvolvimento também era motivado por eventos externos como seu próprio pai, Dondinho, que sempre criticava o cabeceio de Pelé, até porque ele fora um especialista na matéria, chegando a marcar quatro gols de cabeça numa mesma partida, vangloriava-se.

Feito uma fera ferida, Pelé aceitava os desafios das entrelinhas e a partir de um momento de sua carreira, treinava exaustivamente cabeçadas e chutes com a perna esquerda, tornando-se um especialista nas duas valências.

Quem viu o gol de Pelé de cabeça na final da Copa de 1970, não acreditaria que ele não era muito bom neste fundamento no passado, que foi fruto de muito treinamento.

Pelé foi de uma precocidade vencedora jamais vista, antes de seu apogeu e depois de seu ocaso. Ele inventou jogadas ou simplesmente apresentou ao mundo, ou alguém já tinha visto no planeta bola, aquele chute na bola de antes do meio de campo ou aquele drible de corpo no goleiro do Uruguai, ambos na Copa de 1970? 

Bom lembrar que tudo aquilo foi feito numa época em que o uniforme era pesado e engomado, a bola encharcava na chuva e dobrava de peso, os campos nem de longe se parecem com esses tapetes que se joga hoje e a chuteira? Meu amigo, era dura demais, tinha que ser amaciada antes da estreia. Mesmo com todos estes obstáculos, ele foi e ainda é um ponto fora da curva.

A fera tinha uma inteligência motora absurda, que lhe permitia executar movimentos perfeitos, que na visão dos simples mortais, pareciam simples e fáceis, mas que pareciam lhe dar superpoderes, permitindo a ele desempenhar papel de protagonista em qualquer esporte.

Sua força e potência muscular adquiridas pela genética diferenciada recebida dos pais e pela dedicação aos treinamentos, deixavam seus adversários batidos e atônitos, feito presas prestes a serem abatidas.

A sua genialidade para antever as jogadas era outro trunfo, uma enorme vantagem competitiva frente aos zagueiros, mas que se tornava um problema quando tinha que contar com a rapidez de raciocínio dos parceiros de tabelas.

A velocidade mental de nano segundos, lhe permitia antever e preparar mais de uma solução para os problemas mais complexos da cancha. Quando a bola vinha em sua direção, seu cérebro já deixava pronta mais de uma solução para ser executada pelas pernas. Costumava tabelar com as pernas dos zagueiros, distribuindo “canetas” infalíveis, que davam fluidez nas arrancadas rumo ao gol.

E o que falar do seu altruísmo com os companheiros, efetuando passes maravilhosos, tabelas infernais, gingas de corpo, fintas que deixaram seus companheiros na cara do gol inúmeras vezes, um repertório de jogadas sem precedentes. Talvez a mais emblemática e que ficou gravada em nossas retinas, seja aquele passe cheio de realeza, que ele deu para Carlos Alberto fazer o último gol da final da Copa do Mundo de 1970.

Por tudo isso, eu teimo em afirmar que Pelé foi um ET que aterrissou aqui no planeta Terra de nave espacial, desceu num campo de pelada esburacado de sangue e areia, jogou um golzinho de chinelo rapidinho com os mortais, se apaixonou por este jogo fantástico e pelo brinquedo “bola” e nunca mais quis voltar para o seu planeta de origem.

Ainda bem, que ele ficou por aqui, salve sua majestade, o rei Pelé!

Forte abraço

Serginho 5Bocas

O ÚLTIMO SHOW DE PELÉ EM NATAL

por Rubens Lemos


Ele jogava apenas por prazer. Por lazer. Recebera, meses antes daquele 26 de setembro de 1973, lacrimoso telegrama do ditador de plantão, Emílio Garrastazu Médici, “rogando-lhe “a volta à seleção brasileira para a Copa do Mundo de 1974.

Polidamente, mas com firmeza, Ele (com E maiúsculo) recusou o apelo de quem não costumava pedir, mas ordenar, também em mensagem dos Correios: “Não posso enganar o povo. A seleção brasileira terminou para mim em 1971”.

Pelé comandava um Santos de lampejos e distância do timaço que encantou o mundo na década anterior. Craques, além dele, O Intangível, havia Carlos Alberto Torres, Clodoaldo e o mágico canhoto Edu, em frevos sambistas pela ponta-esquerda.

Entediado, chegou a Natal para enfrentar o América. Jogara antes na cidade em 1971, contra o próprio time rubro no velho Estádio Juvenal Lamartine, quando marcou, de falta, o gol da vitória no amistoso vencido pelo Peixe por 2×1.

No ano seguinte, Pelé enfrentou o ABC e marcou um dos gols da vitória por 2×0 (Edu fez o outro), em jogo do Campeonato Nacional.

É lenda urbana a versão de que teria levado um lençol do ídolo Alberi e respondido com uma caneta. O capitão Edson, zagueiro central do ABC, desmentiu categoricamente qualquer encontro frontal entre os dois em entrevista concedida em 2012.

A chegada de Pelé a Natal em 1973 gerava ebulição na tranquilidade aldeota de uma cidade que tomava conhecimento da posse do novo presidente da Federação das Indústrias (Fiern), Expedito Amorim, solenemente comandada pelo Delegado do Ministério do Trabalho, Derval Bezerra Marinho.

O Hospital dos Pescadores, nas Rocas, fechava suas portas por falta de recursos de um convênio federal, conspirava-se sobre a sucessão do governador Cortez Pereira, no tempo em que sentava na cadeira o indicado pelos militares.

O Supermercado Minipreço, o mais famoso, destacava a promoção de um duvidoso uísque da marca Branfort. O ABC, suspenso de competições nacionais por escalar três jogadores irregulares em 1972, excursionava pela Europa e África.

Pelé e o Santos, nesta ordem, se hospedaram no Hotel dos Reis Magos, hoje um assombroso espectro do glamour do passado. O Rei foi provocado pela imprensa radiofônica e chamado de míope e superado. Faltou a um programa de entrevistas com estudantes universitários, o Xeque Mate, da TVE e alegou desencontro:

“Depois de 20 anos de carreira como jogador de futebol, sempre com aquela imagem de atender bem, não seria agora, quando estou abandonando a carreira, que daria essa de grosso. Além do mais porque sou cidadão natalense e respeito os estudantes de jornalismo”, declarou Sua Majestade ao jornal Tribuna do Norte.

O América estava invicto e era o melhor time do Norte/Nordeste, conquistando a Taça Almir, referência ao polêmico artilheiro assassinado naquele ano. Seu astro era o zagueiro central Scala, companheiro de Pelé na seleção brasileira nas Eliminatórias da Copa de 1970. Em 1969, as Feras do jornalista João Saldanha encantaram o planeta.

O jogo foi numa quarta-feira à noite e o Castelão (depois Machadão), recebeu um dos maiores públicos de sua história: 41.736 pagantes. O estádio tremia e o América sentiu o peso da fúria de um monarca provocado.

Pelé driblou, lançou, correu, chutou, cabeceou e gingou como o menino de 17 anos em gramados suecos em 1958. Fez três gols, dois deles no primeiro tempo, que acabou 4×0. Santa Cruz descontou para o América.

Hermes fez 5×1 e Pelé deu o tiro de misericórdia aos 45 minutos do segundo tempo, fazendo o sexto em jogada pessoal. Foi sua última partida em Natal e o 6×1 doeu na alma americana. Com Rei, ninguém mexe.

Súmula

AMÉRICA 1X6 SANTOS

LOCAL: CASTELO BRANCO(CASTELÃO)

JUIZ: LUIS CARLOS FÉLIX(RJ)

AUXILIARES: NELSON LUZIA E AFRÂNIO MESSIAS(RN).

RENDA: Cr$ 240.831,00

PÚBLICO PAGANTE: 41.736

GOLS: Pelé, Mazinho, Eusébio, Pelé, Santa Cruz, Hermes e Pelé.

América: Ubirajara;Mário Braga, Scala, Djalma e Chico; Afonsinho, Careca e João Daniel(Santa Cruz); Almir(Bagadão), Hélcio Jacaré e Gilson Porto. Santos: Cejas; Hermes, Carlos Alberto Torres(Bianchi), Vicente e Zé Carlos; Clodoaldo, Léo Oliveira(Brecha) e Pelé; Mazinho, Eusébio e Edu.

DESPORTISTA LANÇA CAMISA DO PARAMES, O MAIS QUERIDO DE JACAREPAGUÁ

Por André Luiz Pereira Nunes


O funcionário dos Correios, Luiz Fernando (foto), mais conhecido como Caldeira, fez história como jogador de futebol. Atuando como ponta-esquerda, foi parte do time titular do Mesquita, comandado por Renê Simões, que se sagrou vice-campeão da segunda divisão do Rio, em 1985, feito notório que representou a ascensão inédita de um representante da Baixada Fluminense à elite do futebol do Rio.

Desportista nato e aficionado pela história das agremiações de menor porte, Caldeira resolveu esse ano relançar camisas com o intuito de reviver passados gloriosos.

Após o lançamento do Sudan, de Cascadura, campeão carioca da Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT), em 1933, e do Manguinhos Football Club, campeão da Liga Brasileira de Desportos, em 1921, a bola da vez é o Esporte Clube Parames, de Jacarepaguá.

“O Mais Querido de Jacarepaguá” foi fundado a 3 de junho de 1925, por jovens liderados por Victor Parames Domingues, que emprestou o seu terreno para a construção do campo, localizado à Rua Pedro Teles, na Praça Seca. As cores do seu pavilhão são azul celeste, preto e branco.

No tempo do amadorismo era comum que os clubes de menor porte recebessem em seus domínios os grandes times do Rio. Em 29 de março de 1931, por exemplo, o Parames venceu o Flamengo por 2 a 1, na Rua Pedro Teles, com o seguinte time: Durval, Melo e Rufo; Souza, Cândido e Osvaldo; Jerônimo, Gloriano, Guerreiro, Egídio e Arapoty.


Em 1933, disputou o Campeonato Carioca, promovido pela Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT), vencido pela Viação Excelsior. Em 1939, se filiou à Federação Atlética Suburbana (FAS), antecessora do Departamento Autônomo (DA), participando das edições de 1939, 40 e 41.

Em 1943, com a dissolução da FAS, os clubes amadores foram agrupados no Campeonato Carioca da Terceira Categoria da Federação Metropolitana de Futebol (FMF). Em 1945, o Parames se sagrou campeão da Série “A” da referida competição, mas na fase final, disputada junto aos vencedores das outras três chaves, todas regionalizadas, capitulou diante do campeão geral Guanabara, ficando na quarta posição, atrás do Rio, do bairro de Cachambi, e o Bento Ribeiro.

Em 1950, passou a disputar o Departamento Autônomo (DA). Ainda faturou a primeira Copa da Cidade, de 1952, evento de futebol amador promovido pelo informativo Diário da Noite, o qual contou com a participação de 68 clubes da capital.

Também se sagrou tricampeão da Região Administrativa de Jacarepaguá, em 1961, 1962 e 1963.

Lamentavelmente o time mais tradicional de Jacarepaguá, operante por 49 anos, pereceu em 1974, quando a família Parames requereu o terreno onde se situava campo e sede, na Rua Pedro Teles, com o fim de alugá-lo para o Parque de Diversões IV Centenário. Atualmente o espaço é ocupado pelo Residencial Porto Bello e Residencial Porto Fino.

Quem desejar adquirir essa bela e histórica camisa, pode entrar em contato com Luiz Fernando, através do WhatsApp

21 99645-0999.