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Didi

O GÊNIO ILUMINADO

por Péris Ribeiro

Os campeões mundiais Bellini e Didi – eleito o Maior Jogador da Copa de 1958 -, também eram o fino da elegância fora dos gramados. Ei-los em uma noite de homenagens no hall do Maracanã

Ganhou ares de pesadelo – e pesadelo com a força do mais arrebatador tango portenho -, a maior desdita vivida por Messi. O ano? 2014! E logo em uma final de Copa do Mundo, perdida para uma Alemanha determinada, em pleno Estádio do Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro.

É incrível, mas ainda me lembro bem do seu choro, de sua imensa frustração. E da dura e sofrida realidade, da impossibilidade ante o insuperável. Ante o impossível.

Porém, há de ter doído bem mais, a constatação real de que ainda não seria daquela vez. Nem a jogada genial, nem o gol decisivo. Muito menos, o sorriso refletido na taça. Na subida ao pódio, o sufoco de novo contido.

Quando, em que dia, afinal, ele poderá rasgar o peito e gritar: “Argentina! Argentina, campeã do mundo!”?

Como os Deuses do Futebol sabem ser matreiros, e tantas vezes cruéis, há muita gente por aí ostentando façanhas de dar inveja. Uma gente, frise-se, capaz de exibir bem pouco mais que um mínimo de talento que seja com a bola nos pés.

Em compensação, existem certos gênios predestinados. Aqueles para quem a sorte nunca deixou de sorrir. Como Didi, o Príncipe Etíope. Alguém com um dom mágico, capaz de obter o que poucos, bem poucos, puderam na vida. Ainda mais, no sinuoso universo do Futebol.

Basta dizer que, festejado em 1962, em Santiago do Chile, como bicampeão mundial, Didi já havia conseguido uma glória particular, toda sua, alguns anos atrás. É que, lá na Suécia, fora consagrado o Maior Jogador da Copa de 1958 – justamente a primeira de todas, na qual o Brasil saiu com as honras de grande campeão.

Aliás, refletindo com serenidade e rigor sobre o tema, não é pouca coisa ser considerado o Maior Jogador de uma Copa do Mundo. Em absoluto! Muito menos, em uma Copa que tem Pelé e Garrincha em campo. E convém lembrar que também havia, nos gramados escandinavos, talentos luminares como os franceses Kopa e Fontaine, o tcheco Masopoust, o húngaro Bozsic e os alemães Rahn e Fritz Walter. Ou o sueco Skoglund, o argentino Labruna, o galês John Charles. E ainda havia um goleiro do porte do russo Lev Yashin, já celebrado o “Aranha Negra”.

Pois ainda assim, e mesmo com todo o tipo de honraria por aí já recebida, nem no ato da heroica conquista em estádios do Chile, Mestre Didi faria por menos. É que, nos atapetados gramados andinos, o elegante e cerebral inventor da “Folha Seca” iria imprimir, pela última vez, a sua marca genial. Particularmente, porque só a ele, e a mais dez ilustres jogadores, seria concedida a honra de um Bi em Campeonatos Mundiais. No caso, oito brasileiros – com ele, Didi, nove – e dois italianos.

– Tenho consciência, que fiz por onde chegar a algum lugar. Sei bem disso. Mas sei também que Deus foi bom demais, dando-me além. Quantos fazem por merecer, e nada conseguem? – disse-me Didi certa vez, em um ameno final de tarde. O sol morno e agradável – era início de primavera -, como testemunha privilegiada.

Será Messi, tal qual gigantes da estatura de um Zizinho, o Mestre Ziza e um Puskas, o Major Galopante, um desses definitivos – e imerecidos – desafortunados na história das Copas?

A LENDA DA FOLHA-SECA

por Péris Ribeiro

Didi ainda jogava no Fluminense – pelo qual foi campeão carioca, em 1951 -, quando inventou a sinuosa e temida Folha – Seca
Em um belo dia de certezas, quando pedi-lhe uma definição que me soasse especial sobre o seu misterioso chute - bem mais famoso, por sinal, por criarem em torno dele toda uma aura de sedução e glamour -, Mestre Didi apenas fitou-me bem nos olhos. Para relatar-me em seguida, compassando suavemente as palavras:

- Era como se fosse uma folha de outono, sabe? Descaindo ao sabor do vento. Desgarrada; destino incerto ...

Ante tal definição - um tanto poética, outro quê com acentuado tom filosofal -, o que pude fazer foi viajar no tempo. E, só então, consegui reciclar aquela época. A época, e a própria história. E, mais um pouco: como a lenda, de repente se iniciou.
Hoje, há bem pouca gente que se lembre. Mas, tudo começou em um Fluminense x América, pelo Campeonato Carioca de 1955. Numa disputa de bola com Ivan - centro-médio clássico, mas viril no combate direto. E campeão do Torneio Rio-São Paulo, dois anos depois, como jogador do próprio Fluminense -, Didi acabou levando a pior. Saldo do lance: tornozelo direito avariado.

Como consequência, o nosso Didi acabou por se ver obrigado a curtir o estaleiro por um bom tempo. Tempo exato, no entanto, para que, entre o tratamento na enfermaria das Laranjeiras e a volta progressiva aos treinos, acabasse por descobrir uma maneira diferente no ato de chutar a bola. Um jeito que não sacrificasse a sua recuperação, numa região ainda magoada pelo bico da chuteira do centro-médio americano.

Observador engenhoso, que gostava de estudar os fatos até nos mínimos detalhes, o que Didi sacou logo é que poderia estar realmente criando um chute diferente. Na verdade, um estilo revolucionário de bater na bola. Ainda mais, porque tal chute era executado com a parte externa do pé direito - em torno da chamada linha dos três dedos. Mas  o que o deixava empolgado de verdade, era o trajeto que havia conseguido conceber, tão logo detonava o chute.

É que a bola, como que encantada, desandava a descrever curvas e rotações diferentes em pleno ar. Para, logo em seguida, desenhar uma semi-parábola, descaindo com força, incerta e cheia de graxa, num dos ângulos do gol, bem junto às traves. Tudo isso para desespero de Castilho, Veludo, Adalberto e Jairo - justo a fina-flor, em termos de goleiros, lá no Fluminense. E que se revezavam, treino após treino, na ingrata tarefa de testar aquela típica invenção made in Didi.

Finalmente, já tida como pronta e acabada, eis que a grande novidade acabou por ser testada oficialmente diante do pobre Julião, jovem goleiro do Bonsucesso. Um crioulo imenso, que ora fechava o gol; noutro dia, era capaz de papar os frangos mais inacreditáveis. Homéricos mesmo. E que naquela tarde, no estadinho da rua Teixeira de Castro, pensava, a cada chute de Didi, estar vendo coisas do outro mundo. Ou, no mínimo, “que andava variando da cabeça”, debaixo de um sol de mais de 40 graus que latejava em sua moleira. Ainda mais naquele caldeirão de fogo, que atendia por Zona da Leopoldina do Rio de Janeiro.
Um pouco mais de tempo passado, e eis que lá estava a estranha novidade a ganhar notoriedade de vez. Até mesmo, como arma mortal. Só que acabou por visar o seu passaporte, rumo ao sucesso internacional, em duas vias distintas. Em 1957, quando garantiu a ida do Brasil à Copa do Mundo da Suécia, no 1 a 0 diante do Peru, em um Maracanã superlotado. E em 1958, já em gramados escandinavos, quando provocou o desempate em 2 a 1, na eletrizante semifinal diante da França - que vencemos por 5 a 2.

Quatro dias depois, com o Brasil campeão do mundo pela primeira vez, e com o próprio Didi, majestoso, consagrado com todas as honras como o inspirado maestro do nosso time e o Maior Jogador daquela Copa inesquecível, era da vertiginosa Folha -Seca que ele voltaria a falar com imenso carinho.

E, talvez em pleno transe da grande festa, até se lembrasse em detalhes de como tudo havia começado.
Por exemplo: daquele Fluminense x América, e do tornozelo direito avariado na disputa de bola com Ivan; do espanto do pobre Julião, a ver coisas do outro mundo, no acanhado estadinho da rua Teixeira de Castro, a cada Folha - Seca que descaía no seu gol; e, finalmente, de Abbes, goleiro da França, quatro dias antes. A testar, sem sucesso, o poder de fogo de um chute que questionaria a física e a lógica, na intricada geometria do futebol.

DIDI, O MR.FOOTBALL, QUEM DIRIA, JÁ SOLTOU A VOZ

por André Felipe de Lima


Pelé e Sócrates “cantores”. Até mesmo Garrincha e Maradona também “soltaram” suas vozes. No caso deles, o futebol levou a melhor. Mas quem cantava muito bem, e melhor que todos estes já citados, foi o ponteiro Tite, que defendeu Fluminense, Santos e Corinthians entre as décadas de 1940 e 50. Foi Tite quem ensinou Pelé a tocar violão. Por aí se vê que estamos falando de um camarada que manjava de música. Há também os menos famosos (pelo menos por aqui) como o Felipe Gabriel, que ganha a vida na distante Letônia mais cantando que propriamente jogando bola. Porém, em minhas mais recentes andanças por jornais e revistas velhos, resgatei informações que o tempo incumbiu-se de empoeirá-las. Didi, olhe bem, o sr.Valdir Pereira, o Mr.Football da Copa de 58, era também cantor, e de mão cheia. Era fã da Dalva de Oliveira. Queria gravar com ela, mas não rolou. Em dezembro de 1951, o craque arriscou-se, enfim, no microfone ao gravar a marchinha carnavalesca “Meu clube perdeu” composta por Luiz Mergulhão, com arranjo de Pernambuco e Sua Orquestra.

A relíquia em forma de áudio (talvez a única cópia existente) está devidamente preservada no Instituto Moreira Salles, no Rio. Embora Didi já se mostrasse como o nome mais popular do Fluminense naquele ano, a marchinha não fez muito sucesso no carnaval de 1952. Mas Didi, que igualmente ao Tite tocava violão, não desistiu. Desejava gravar para o carnaval de 1956 dois sambas de Monsueto, autor de “A fonte secou” e “Mora na filosofia”. Não se sabe se o MR.Football realizou o desejo. Permaneceu jogando bola, do Fluminense para o Botafogo e na seleção. Mas sem deixar de lado a vontade de cantar, sobretudo após encerrar a carreira nos gramados, como descreveu a esposa Guiomar: “Talvez seja cantor, quem sabe? Sim, cantor. Então vocês não sabem que em 1951 ou 52, Didi venceu um concurso e foi eleito ‘O craque cantor’? Chegou até a gravar um disco na Star, a marcha de Luís Mergulhão, ‘Meu clube perdeu’, com Pernambuco e sua orquestra. Mas isso é apenas, um sonho.”

Perdemos uma voz para o rádio e ganhamos a “folha seca” bicampeã do mundo. Ainda bem.

ABAIXO, OUÇA A MARCHINHA “MEU CLUBE PERDEU”, NA VOZ DO DIDI:

https://discografiabrasileira.com.br/fonograma/95342/meu-clube-perdeu?fbclid=IwAR3QTH9cZs9V5c2DLdnlRE7zfRIOCTnLXxFT8FWr_oV8pI5MLKIJJUZac0Q

A LENDA DA FOLHA SECA

por Péris Ribeiro


Em um belo dia de certezas, quando pedi-lhe uma definição que me soasse especial sobre o seu misterioso chute – bem mais famoso, por sinal, por criarem em torno dele toda uma aura de sedução e glamour -, Mestre Didi apenas fitou-me bem nos olhos. Para relatar-me em seguida, compassando suavemente as palavras:

– Era como se fosse uma folha de outono, sabe? Descaindo ao sabor do vento. Desgarrada; destino incerto …

Ante tal definição – um tanto poética, outro quê com acentuado tom filosofal -, o que pude fazer foi viajar no tempo. E, só então, consegui reciclar aquela época. A época, e a própria história. E, mais um pouco: como a lenda, de repente se iniciou.

Hoje, há bem pouca gente que se lembre. Mas, tudo começou em um Fluminense x América, pelo Campeonato Carioca de 1955. Numa disputa de bola com Ivan – centro-médio clássico, mas viril no combate direto. E campeão do Torneio Rio-São Paulo, dois anos depois, como jogador do próprio Fluminense -, Didi acabou levando a pior. Saldo do lance: tornozelo direito avariado.

Como consequência, o nosso Didi acabou por se ver obrigado a curtir o estaleiro por um bom tempo. Tempo exato, no entanto, para que, entre o tratamento na enfermaria das Laranjeiras e a volta progressiva aos treinos, acabasse por descobrir uma maneira diferente no ato de chutar a bola. Um jeito que não sacrificasse a sua recuperação, numa região ainda magoada pelo bico da chuteira do centro-médio americano.

Observador engenhoso, que gostava de estudar os fatos até nos mínimos detalhes, o que Didi sacou logo é que poderia estar realmente criando um chute diferente. Na verdade, um estilo revolucionário de bater na bola. Ainda mais, porque tal chute era executado com a parte externa do pé direito – em torno da chamada linha dos três dedos. Mas  o que o deixava empolgado de verdade, era o trajeto que havia conseguido conceber, tão logo detonava o chute.

É que a bola, como que encantada, desandava a descrever curvas e rotações diferentes em pleno ar. Para, logo em seguida, desenhar uma semi-paráboladescaindo com força, incerta e cheia de graxa, num dos ângulos do gol, bem junto às traves. Tudo isso para desespero de Castilho, Veludo, Adalberto e Jairo – justo a fina-flor, em termos de goleiros, lá no Fluminense. E que se revezavam, treino após treino, na ingrata tarefa de testar aquela típica invenção made in Didi.

Finalmente, já tida como pronta e acabada, eis que a grande novidade acabou por ser testada oficialmente diante do pobre Julião, jovem goleiro do Bonsucesso. Um crioulo imenso, que ora fechava o gol; noutro dia, era capaz de papar os frangos mais inacreditáveis. Homéricos mesmo. E que naquela tarde, no estadinho da rua Teixeira de Castro, pensava, a cada chute de Didi, estar vendo coisas do outro mundo. Ou, no mínimo, “que andava variando da cabeça”, debaixo de um sol de mais de 40 graus que latejava em sua moleira. Ainda mais naquele caldeirão de fogo, que atendia por Zona da Leopoldina do Rio de Janeiro.

Um pouco mais de tempo passado, e eis que lá estava a estranha novidade a ganhar notoriedade de vez. Até mesmo, como arma mortal. Só que acabou por visar o seu passaporte, rumo ao sucesso internacional, em duas vias distintas. Em 1957, quando garantiu a ida do Brasil à Copa do Mundo da Suécia, no 1 a 0 diante do Peru, em um Maracanã superlotado. E em 1958, já em gramados escandinavos, quando provocou o desempate em 2 a 1, na eletrizante semifinal diante da França – que vencemos por 5 a 2.

Quatro dias depois, com o Brasil campeão do mundo pela primeira vez, e com o próprio Didi, majestoso, consagrado com todas as honras como o inspirado maestro do nosso time e o Maior Jogador daquela Copa inesquecível, era da vertiginosa Folha -Seca que ele voltaria a falar com imenso carinho.

E, talvez em pleno transe da grande festa, até se lembrasse em detalhes de como tudo havia começado.

Por exemplo: daquele Fluminense x América, e do tornozelo direito avariado na disputa de bola com Ivan; do espanto do pobre Julião, a ver coisas do outro mundo, no acanhado estadinho da rua Teixeira de Castro, a cada Folha – Seca que descaía no seu gol; e, finalmente, de Abbes, goleiro da França, quatro dias antes. A testar, sem sucesso, o poder de fogo de um chute que questionaria a física e a lógica, na intricada geometria do futebol.

DIDI, O “MISTER FOOTBALL”

por Elso Venâncio


Um dos maiores jogadores da História, Waldir Pereira, o genial Didi, completaria 93 anos na próxima sexta-feira. Aliás, em outubro nasceu a Santíssima Trindade da Bola: Didi, dia 8; Pelé, dia 23; e Garrincha, dia 28.

A primeira escolha do “Melhor Jogador do Mundo” ocorreu em 1958. Didi foi eleito com longa margem, tendo recebido 1.350 votos e deixando para trás, como vice, o francês Raymond Kopa, com 456, e o sueco Lennart Skoglund, terceiro colocado, com 436 votos.

Péris Ribeiro, o biógrafo do “Gênio das Folhas Secas”, me disse que o francês Gabriel Habot, “Papa da Crônica Esportiva”, sempre falava que o torcedor deveria pagar dois ingressos para ter o privilégio de ver Didi jogar. Segundo ele, Didi executou 52 passes – curtos e longos – na final da Copa do Mundo, contra a Suécia, sem errar um sequer. Vale dizer que Hanot – que, dentre outros empreendimentos, criou em sua época, ainda que com outros nomes, a Champions League, a Eurocopa e a “Bola de Ouro”, da revista France Football, com o intuito de premiar o melhor jogador da temporada – foi quem batizou Didi como “Mister Football”.

Convivi de perto com meu conterrâneo Didi no final dos anos 90 e no comecinho do novo milênio. Ele vinha tendo problemas na coluna e estava recluso ao lado da esposa, Dona Guiomar, na Ilha do Governador. Fernando Calazans costumava lembrar que Didi e Guiomar, durante anos, foram o casal mais famoso do país.

Certa vez liguei para Didi, a pedido do amigo Carlos de Souza, o Biro-Biro. O que ele me disse ao telefone não dá para esquecer:

– Poxa, lá fora me chamam de ‘Mestre’, mas aqui já fui esquecido.

Imediatamente o convidei para participar do “Enquanto a Bola Não Rola”, programa de debates que eu apresentava aos domingos na Rádio Globo. E foi lá que o ‘Mestre’ nos brindou com verdadeiras lições de futebol. Didi e Gerson eram atrações fixas do programa, que contava ainda com outros seis convidados que se revezavam a cada semana.

Um dia fomos almoçar após a rádio e Didi me falou da primeira vez que pisou no gramado do Maracanã. Olhou para cima e pensou: “Esse Gigante nunca vai encher”.

Era 16 de julho de 1950 e o Estádio Mário Filho, construído para a Copa do Mundo, estava sendo inaugurado após dois anos de obras. Seleção Carioca x Seleção Paulista. Na ocasião, nossa competição nacional era um torneio de seleções estaduais, enquanto os clubes disputavam os campeonatos de cada Estado. O jogo festivo inaugurou o novo monumento do país, o “Maior Estádio do Mundo”. Aos 10 minutos, Didi cobrou falta com sua famosa “folha seca” e fez 1 a 0.

– Eu cortava a bola, pegava no meio dela e a fazia subir e cair, mudando de direção no ar..

O chute lembrava folhas secas que caem das árvores no outono e mudam a esmo de direção.

Didi defendeu a seleção brasileira em três Copas do Mundo (1954, 1958 e 1962), sendo campeão das duas últimas. Fez história no Fluminense, no Botafogo e no Real Madrid. É considerado o sétimo maior jogador brasileiro do século XX, baseado em votação de jornalistas do Brasil e do exterior.

Lamento não cultuarmos os nossos ídolos eternos. Campos dos Goytacazes deveria ter, em plena Praça São Salvador, uma estátua do Mestre Didi. É o mínimo. Aliás, foi também na minha cidade que nasceu Nilo Peçanha, o único Presidente negro do país. Que memória fraca nós temos. Impressionante!