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UMA VITÓRIA SURPREENDENTE E DESABAFO DE ZAGALLO

15 / julho / 2020

por Wilson da Silva


Noite de domingo, 29 de junho de 1997. Brasil e Bolívia entraram em campo para decidir o título da Copa América. De um lado, os bolivianos, anfitriões, buscando o primeiro troféu da competição. A torcida compareceu em peso. Em contrapartida, a nossa seleção, comandada por Zagallo na área técnica, com duas missões: a primeira, quebrar o tabu de oito anos sem conquistar o torneio, vencendo a partida fora de casa, e a segunda, encarar o desafio de jogar numa altitude superior a 3 mil metros. Não saía da minha cabeça aquela derrota que tivemos quatro anos antes (2×0) pelas eliminatórias da Copa de 1994. Mas em meu pensamento ficava: esse tabu vai ter que cair e será nessa decisão.

Em princípio, a inquietude no sofá da sala a cada lance de ataque dos bolivianos era um “Deus nos acuda”, pois com o ar rarefeito, a bola ganhava velocidade e os brasileiros “segurando a onda”, indo para o setor ofensivo em situações favoráveis. 

Quando Roberto Carlos bateu a falta, o goleirão deu o rebote e sobrou para Denílson balançar a rede, vibrei demais no lance do primeiro gol brasileiro.

Mas a vibração deu lugar à frustração e preocupação quando Erwin Sanchez empatou o jogo. Um chute de longe e Taffarel não completou a defesa.

Na etapa complementar, mais sufoco por parte da Bolívia, um bombardeio atrás do outro, com direito a bola na trave, pois era a oportunidade que eles tinham de tentar a virada. Para completar o desespero, Edmundo aprontava uma das suas, dando um soco no jogador adversário. Percebendo que a coisa ia ficar complicada, Zagallo agiu rápido, fazendo as substituições necessárias, sendo uma delas a entrada do Zé Roberto, dando mais “oxigênio”  ao meio de campo. Este deu um passe sensacional para Ronaldo Fenômeno, que bateu cruzado, sem chances ao goleiro Trucco. Gol!! Vibrei demais novamente. Tudo isso num momento difícil da partida.

E para “matar” qualquer chance aos donos da casa, Denílson deu um passe milimétrico para Zé Roberto que bateu com categoria, por cima. 3 x 1.  Me exaltei demais no sofá de casa com os familiares, daí disse: acabou, caiu o tabu, é campeão!!!

A entrevista (ou desabafo) de Zagallo foi um tanto quanto marcante. Explicando as dificuldades que a Seleção teve na decisão, dizendo que os atletas jogaram com raça e coração. Cansado das críticas que recebia disse palavras fortes:

– Não preciso provar mais nada. Vocês vão ter que me engolir!

E este homem merece respeito pelo que fez no futebol brasileiro e mundial.

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