por Zé Roberto Padilha

Ontem, no Fla x Flu, tivemos um duelo entre dois dos mais talentosos armadores do nosso futebol. Ganso de um lado, que tem uma técnica mais apurada, Gerson do outro, que alia a força física ao seu talento.
Não era uma partida para cumprir uma tabela previamente elaborada. Era uma decisão, e quem perdesse ficava de fora da Copa do Brasil. E é nesta hora que é preciso dar um dente a mais. Acrescentar algo a mais conhecido nos bastidores como tesão.
Ganso atuou com a frieza de sempre. Sua capacidade de organizar seu meio-campo e encontrar soluções para as jogadas mais complicadas é impressionante. Porém, se manteve frio do começo ao fim e mal se aproximou da grande área.
Gerson, ao contrário, disputou cada jogada como se fosse a última. Além de marcar e armar, chegou à grande área para concluir por diversas vezes.
A orquestra do Flu, perante a categoria de seu maestro, manteve seu ritmo Tabajara, de Severino Araújo, que lhe deram 68% de posse da pista. Já a banda do Gerson, acrescentou uma pitada latina para atropelar os boleros que ditavam a cadência do lado de lá.
No fim, quem dançou fomos nós tricolores, que perdemos a oportunidade de permanecer no baile a tentar seduzir a rica e libertadora Copa do Brasil.
Pois sem tesão, não há solução.
Você não pode atribuir a atuação do Flsmengo e do Fluminense unicamente a atuação dos meio campistas.
Não depende só do maestro e preciso analisar a capacidade dos outros músicos da orquestra.