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PAI E FILHO, CRAQUES NO FLU E NO GALO

31 / março / 2021

por Irineu Tamanini


Um dos melhores pontas-direita da história do Fluminense, o mineiro de Belo Horizonte Wilton Cezar Xavier se estivesse vivo – morreu em 13 de dezembro de 2009, aos 62 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos, em Volta Redonda (RJ) – estaria hoje com 73 anos. Wilton era viuvo de Violeta com quem teve seus filhos ( Andrea, Paulo Marcelo e Mariana ). O quarto filho, Fernando morreu com 10 anos em uma piscina em Salvador quando Wilton atuava pelo Vitória da Bahia. Os três filhos geraram os três netos de Wilton e Violeta.

Poucos sabem mas Wilton – nascido na capital mineira em 13 de outubro de 1947 – deu segmento à carreira do pai – Eurídice Xavier – que foi centro-avante do Atlético Mineiro na época do ídolo e goleiro Cafunga. Xavier, como era conhecido no meio esportivo o seu pai, foi bicampeão pelo “Galo” e marcou muitos gols com a camisa do clube. Wilton acompanhava o pai nos jogos pelo interior de Minas Gerais e depois em São Paulo. Mas, foi em Volta Redonda (R) onde morou com o pai e mãe, dona Adélia Xavier – que ele deu os primeiros passos no futebol. Na época, o futebol de salão praticado nas escolas era o preferido das crianças.

Segundo seu irmão, que também jogou futebol mas como goleiro em clubes da Bahia e dos Estados Unidos, Paulo Xavier, hoje com com 61 anos e morando em Garopaba (SC), Paulo Xavier a origem no futebol de salão para o desenvolvimento técnico do Wilton.

– O meu irmão tinha muita habilidade e o drible curto em cima dos adversários ele aprendeu no futsal.

Os meninos na escola, os amigos de rua em Volta Redonda vibravam com as jogadas do Wilton nas “peladas” ou nas partidas entre os colégios.

Durante o seu tempo de Fluminense – de 1967 a 1975 – Wilton comentava em casa (ele morava na rua Soares Cabral 26 – edifício Norma, nas Laranjeiras – que adorava jogar o Flamengo x Flu, principalmente quando o lateral-esquerdo era o Paulo Henrique. Dizia ele: “o Paulo Henrique era um lateral que marcava na bola, um duelo de craques, pois não dava porrada e era um exímio jogador”.

Quando morava na rua Soares Cabral, quase em frente à sede do Fluminense, Wilton conheceu uma jovem que residia em um prédio ao lado (Soares Cabral 54) de nome Violeta. Quem conta a história é o brilhante jornalista José Augusto Gayoso que durante a infância residiu na mesma rua mas no número 48.

– “Não precisava nem atravessa a rua para entrar na sede do Fluminense”, disse com orgulho o tricolor Gayoso. Pouco depois, os pais de Gayoso se mudaram para a rua Moura Brasil , paralela a Soares Cabral, quase esquina com Alvaro Chaves, rua onde fica a sede do clube. É a rua que termina em frente à entrada do salão nobre e o restaurante do clube.

Gayoso era amigo de infância da Violeta. Ela e o Wilton -disse – formavam um casal muito apaixonado. Eu acompanhava com frequência os treinos do seu marido no gramado de Alvaro Chaves. Quando mudei do Rio de Janeiro para Brasília acabei perdendo o contato.

Wilton fez o seu primeiro jogo profissional com a camisa do Fluminense no dia 6 de julho de 1967. Ao todo, disputou 195 jogos com 107 vitórias, 45 derrotas e 43 empates. Do total de jogos, atuou como titular em 143 e 52 como reserva. Fez 19 gols, todos com o pé e nenhum de cabeça. Foi expulso de campo em três oportunidades.

Disputou 33 campeonatos sendo campeão Carioca em 1969, 1971, 1973 e 1975. E, ainda, campeão da Taça Guanabara em 1969 e torneio Roberto Gomes Pedrosa em 1970. O seu último jogo vestindo a camisa do Fluminense foi no dia 29 de julho de 1975. O tricolor das Laranjeiras ganhou do Fluminense de Macaé no estádio Expedicionário em amistoso.

Além do Fluminense, Wilton jogou no São Paulo, Santa Cruz, Coritiba, Vitória (BA), Toronto Blizzard (Canadá), Náutico, Leônico (BA) e Galícia (BA), onde encerrou a brilhante carreira profissional. Sua inscrição na CBF/CBD tinha o número 035997.

Após encerrar a carreira, Wilton voltou a residir em Volta Redonda e treinou o Volta Redonda nos seguintes períodos: de 1988 a 1993; de 1994 a 1996; de 1999 a 2000 e por último de 2002 a 2003.

Vítima de falência múltipla dos órgãos, Wilton teve o corpo enterrado na dia 13 de dezembro de 2009 no cemitério de Volta Redonda.

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