ALBENEIR, OS GOLS DA SUPERAÇÃO
por Eduardo Lamas
Do topo ao chão, do chão ao topo. Confesso que quando sugeri ao Sérgio Pugliese a entrevista com o Albeneir estava atraído muito mais pelo fato de ele ser o terceiro maior goleador da História do Figueirense do que qualquer outro motivo, até porque me recordava pouco dele. Mas, o que é a vida de jornalista, principalmente daquele que se acostumou a ouvir os conselhos dos mais velhos. Aprendi lá atrás que, até por respeito ao entrevistado, é preciso saber o máximo sobre ele. Enfim, fui vasculhar a vida do Albeneir e vi que mais importante até do que os muitos gols que fez em campo, foram os que vem fazendo ainda na vida.
Bena, como é chamado pelos mais íntimos, viveu o auge como artilheiro do Campeonato Gaúcho de 1986, quando atuava pelo Grêmio, ou quando passeava como rei pelas avenidas de Florianópolis sendo ídolo do Figueirense. E, mais ainda, quando foi convocado em 1984 para a seleção brasileira olímpica que ganharia a medalha de prata em Los Angeles. Porém, depois de dois amistosos vitoriosos e um gol dos três que a equipe brasileira marcou, acabou cortado pelo técnico Jair Picerni, que preferiu levar uma base formada por jogadores do Internacional. Viveu o topo da carreira também em outros clubes, sempre com muitos gols, mas já havia, no Grêmio, passado por uma prova de fogo, quando uma lesão gravíssima no joelho direito quase interrompeu prematuramente a sua carreira. Passou na prova com louvor e continuou jogando por muitos anos ainda.
Ao pendurar as chuteiras, porém, caiu na ilusão de que tudo poderia, que a vida boa seria eterna. Perdeu o controle sobre o álcool e foi parar na rua da amargura. Literalmente. Foi morador de rua. No entanto, com a mesma garra irrefreável com que enfrentava os zagueiros adversários, enganando-os com sua agilidade de guepardo, decidiu que venceria aquele rival implacável. Mas sabia que sozinho nada conseguiria. Então, pediu ajuda a um policial e a um sacerdote, recebeu o auxílio de que tanto necessitava e não hesitou. Passada a tormenta, levantado do chão, continuou a fazer seus golaços na vida e ainda hoje ajuda voluntariamente quem passa pelo mesmo problema que com tanta dificuldade superou, alguns ex-jogadores de futebol, inclusive, ele revela.

Conhecê-lo pessoalmente e poder conversar com ele por cerca de duas horas serviu de inspiração. Não só para este texto, claro. É lição de casa para todos os dias. Sem dúvida, Bena doa-se de corpo e alma nos campos da vida e conquista a cada dia mais uma vitória, mais um título particular, sem manchetes na mídia ou qualquer badalação.
NÃO É UM JOGO HISTÓRICO;
É UM JOGO COM HISTÓRIAS
por Pedro Barcelos

Amanhã tem Botafogo X Crystal Palace em Londres, às 9h30 (Brasília).
O último confronto do time inglês contra um clube brasileiro aconteceu em 1961, quando o Bangu venceu por 2 a 0, também em Londres.
Pesquisando sobre o jogo, notei duas curiosidades: a primeira é a escalação de Ubirajara Mota, goleiro que anos depois defenderia o Botafogo; a segunda, e ainda mais interessante, é a escalação de Nilton Santos.
Mas calma! Esse era outro Nilton Santos.

Na época, o futebol carioca tinha dois laterais esquerdos com o mesmo nome. A confusão era tanta que até o El Clarín, jornal argentino, noticiou em 1964 que o “legendário bicampeão mundial de 1958 e 1962” jogaria um Bangu X Banfield, em Buenos Aires.
Esperamos que amanhã o time dos Ubijaras e Niltons Santos vença de novo.
Bom jogo pra gente!
VERGONHA
por Rubens Lemos

Mediocridade.
O torcedor brasileiro usufrui do horrendo brinquedo entre a fantasia do futebol mentiroso e a realidade do nivelamento subterrâneo. O jogo contra a Coreia terá os pretensos titulares do asno Tite, o treinador da CBF. Ocorre o básico: efetivos e reservas atuais são parelhos na ruindade idêntica, seja o Brasil campeão da pior e mais maluca Copa do Mundo de todos os tempos. Perder para Camarões suja a biografia.
Tite, o tosco, não percebeu que 10 títulos mundiais permaneceram no arquivo com a eliminação da Itália logo nas classificatórias europeias. Desdenhou da guilhotina sofrida pelos alemães e deve ter assistido, de pijama, o fracasso do Uruguai. Que foi da Alemanha e, antes mesmo da Copa, da Itália. Só aí, 10 canecos perdidos.
Tite é o segundo técnico a ter a nova chance após perder. O primeiro foi o siderúrgico teimoso Telê Santana, derrotado em 1982 e depois em 1986, mudando, sem escrúpulos, a forma de jogar encantadora pelo defensivismo que a França comeu nos pênaltis.
O Brasil contra a Coreia. Nos bons tempos, a aposta seria na dimensão do placar. Surra de 6×0, 8×2, 9×1. O que o Brasil fez na primeira fase foi típico de uma Bulgária ou Romênia nos anos 1980/90. Uma conquista de vaga sofrida.
O Brasil do meu tempo, mesmo perdendo títulos, jogava mundiais com 16 e, no máximo, 24 equipes, sempre chegando com força para vencer. Tivemos duplas como Zico e Roberto Dinamite, Zico e Sócrates, Bebeto e Romário e Rivaldo e Ronaldo Fenômeno.
Agora, com nulidades milionárias do futebol europeu, o Brasil esperou pelo resultado da Suíça contra a Sérvia. Horrível. Levou um gol de pelada, desvio de cabeça no miolo de zaga endeusado por Galvão Bueno.
Preparem seus corações. As oitavas contra a Coreia serão difíceis. Não tem desculpa. No dia em que a Coreia meter medo no Brasil, é melhor fecharmos nosso futebol definitivamente. Se somos grandes, atropelaremos. Se formos medrosos, correremos riscos indesculpáveis para uma tradição inviolável quando havia craques derramando pelas garrafas de cerveja. O que for não será surpresa.
três rios na rota da copa do mundo
por Zé Roberto Padilha

Em 1966, a seleção brasileira de futebol, na época bicampeã mundial, fez a sua preparação em cinco cidades do país.
Teresópolis, Niterói, Lambari, Caxambú e …Três Rios.
O adversário da seleção, na partida realizada no Estádio Odair Gama, eu desconhecia, mas o parceiro Fernando Von Borel me disse que foi o Tupi, de Juiz de Fora.
A foto, histórica, é do arquivo da família, já que meu pai era sócio-proprietário da “A Predial Ferragens”, cuja placa plublicitária foi erguida no alto das arquibancadas.
A seleção brasileira jogou com Djalma Santos, Bellini, Manga. Edson, Fontana e Dudu; Nado, Fefeu, Alcino, Tostão e Edu.
A sintonia de Três Rios com o futebol sempre foi muito forte. Grandes craques foram revelados por aqui, entre eles, Ferreira, ponta esquerda, que jogou no América FC, daqui e do Rio, Valencia, da Espanha, e seleção brasileira.
A ponto de colocar seus dois times profissionais, América FC e Entrerriense FC, entre as doze equipes que disputaram a segunda divisão carioca, em 1992.
* Os amigos já me avisaram: Foi o Tupi FC, de Juiz de Fora, que foi o adversário da Seleção Brasileira. Obrigado, Fernando Von Borel Du Vernai.
O “NOSSO CAZÉ” (CASEMIRO) DA SELEÇÃO E HERÓI DA CLASSIFICAÇÃO
por Kawer Anderson da Mata

Ainda estamos na 1° fase da Copa e, em tempos de Streaming e outras plataformas digitais, assistimos a um certo Cazé – aquele com público de milhões no Youtube, fazendo muito sucesso na internet transmitindo a Copa do Qatar 2022.
E em campo, valendo o Hexa, temos o “nosso Cazé”, o volante Casemiro da seleção brasileira de futebol, que embora não use o tal apelido, vem construindo uma carreira na seleção, muito sólida, de quem tem autoridade no clube e na seleção, para ser um dos melhores do mundo da posição.
Foi assim nesse 2° jogo do Brasil na Copa, contra Suíça, adversário duro de vencer! O “nosso Cazé”, além de seguro e dono absoluto do meio campo da seleção, ainda foi o CARA diferente na questão tática, sendo aquele fator surpresa, tanto em bola parada, como em jogadas construídas. Aparecia junto aos homens de frente ao gol, com a proteção no meio de Fred, (uma das novidades nesse jogo) que nem tão bem estava, mas fazia a vez de salvaguardar tanto a linha de criação no meio, como a linha de zaga.
Vini Jr. o mais acionado pelo lado esquerdo.
Richarlison, o mais marcado no ataque brasileiro.
Paquetá fazendo a função do Neymar? É sério isso Tite????
A Suíça mais rondou a defesa da nossa seleção, do que ofereceu algum perigo.
E Vini Jr., quase sempre deitando o corpo para realizar seus arremates, errava o tempo de bola na finalização, como na única oportunidade mais clara da primeira etapa de jogo, pegou de joelho, atrasado e o goleiro suíço espalmou.
Enquanto isso, o “nosso Cazé” controlava o meio campo e aparecia como o inesperado, inclusive na criação de jogadas, (ou na tentativa de…). Até o final do 1° tempo, a oportunidade anterior de Vini Jr. e o chute cruzado de fora da área do Raphinha acabaram sendo as melhores jogadas da seleção brasileira nos primeiros 45 minutos do muito burocrático ataque brasileiro e novamente viramos com o placar em branco.
Segundo tempo começa com Rodrygo (o correto substituto do Neymar nessa partida) dando mais velocidade no passe junto ao Vini Jr, que apareceu com perigo no ataque, mesmo com a Suíça ainda endurecendo mais o jogo na marcação. Começava a sobressair na nossa seleção, mais valores individuais, tentando controlar o nosso jogo e a Suíça assustando mais em lances pelos lados e arrancando escanteios; ela só ameaçou e para nós, sem dor.
Com a saída de Fred e a entrada de Bruno Guimarães, a seleção melhorou muito, a Suíça ainda esboçava criar lances perigosos e, à medida que o tempo passava, mais a sensação do quanto era difícil marcarmos gol nos suíços aumentava.
Até que surgiu o lance do “1° Gol” do Vini Jr. num passe final do “nosso Cazé”, com Rodrygo participando e até o Richarlison voltando do impedimento, mas o VAR foi acionado e o gol anulado.
Deu aquela esfriada na seleção canarinho? Vini Jr. chama mais o jogo pra ele, várias bolas alçadas na área; é pra dar de cabeça? Quem poderia ser a solução?
Diz aí torcida rubro-negra!!!!
Entra Anthony e Gabriel Jesus e o “centroavante” do Tite faz o gol? Ah tá, até parece, Bruno Guimarães melhora o passe da nossa seleção, o relógio aproxima-se da parte final do jogo, até que surge a triangulação do Real Madrid; Rodrygo, Vini Jr e o “nosso Cazé”, o herói do dia, que acerta um chute de centroavante, de primeira, lado externo do pé direito, na bochecha da rede! Enfim, gol neles aos 37 do segundo tempo, ô dificuldade!!!!
Rodrygo, depois do gol, foi o que mais se arriscou ao ataque, mas, na hora da conclusão, parava nos bloqueios da zaga ou no goleiro suíço.
E o segundo gol sai? Esquece, o “nosso Cazé” é o herói da tarde e a essa altura, a classificação para as oitavas já não era mais novidade: 1×0 no placar e nossa vitória inédita nos suíços em Copas.
Agora vem o terceiro e o derradeiro jogo da primeira fase. Será que vem reservas com tanta qualidade, no lugar dos prováveis poupados titulares?
Já diziam os padres: “Oremos!”.