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O VERDADEIRO MOTIVO DO CORTE DE RENATO EM 1986

23 / junho / 2020

por Luis Filipe Chateaubriand


Antes da Copa do Mundo de 1986, o ponta direita Renato, conhecido como Renato Gaúcho, estava jogando o “fino da bola”. Mesmo assim, foi cortado pelo ranzinza Telê Santana da delegação que foi à Copa do Mundo de 1986, no México.

Muitos atribuíram o corte ao fato de, em determinado dia, ter ficado na farra com Leandro em um dia de folga e só ter aparecido na concentração, junto com o craque rubro negro, às duas horas da manhã, quando a reapresentação estava marcada para as 22h.

Alguns atribuíram a Telê um grande maquiavelismo: desistiu de cortar os dois porque queria contar com Leandro; aí, à véspera do embarque para a Copa, quando teria que cortar cinco jogadores, cortou Renato, podendo manter Leandro. 

Leandro, tendo percebido a situação, desistiu de jogar a Copa.

Mas muitos esquecem de um outro fator que, este sim, parece ter sido decisivo para o corte de Renato.

Jogo amistoso em São Luiz do Maranhão, durante a preparação para a Copa. Brasil x Peru. O Brasil ganhou de 3 x 0.

Em determinado momento do jogo, Éder agride um peruano – uma agressão absolutamente desnecessária. É expulso. Sai de campo… aplaudido por Renato.

Telê Santana, que sempre abominou violência (no que tinha toda razão…), corta Éder. E fica fulo da vida com Renato, que aplaudiu Éder pelo desatino.

Na hora de proceder os cinco cortes, pensa que Renato foi indisciplinado no episódio da chegada à concentração, pensa que Renato foi apologista da violência ao aplaudir e incentivar Éder. Corta Renato, ele é um dos cinco preteridos.

Em suma: se Renato não tivesse aplaudido Éder por ter agredido o jogador peruano, muito possivelmente não seria cortado. É o que muitos não lembram, atribuindo a exclusão do gaúcho apenas à farra com Leandro pela noite nas alterosas.

A pergunta que não quer calar é: Telê agiu certo ao cortar Renato? Na opinião deste signatário, não. 

Chegar atrasado em concentração por uma farra eventual não é motivo de gravidade que justifique um corte. 

Quanto a ter aplaudido Éder, não necessariamente estava fazendo apologia da violência. Possivelmente, não estava. Estava, tão somente, querendo dar ânimo, incentivo, a um colega que tinha acabado de fazer uma besteira.

Em outros termos: Telê, você deixou de levar para a Copa um cara que poderia fazer a diferença para a gente ganhá-la. Como fez, por exemplo, com Reinaldo, em 1982. 

Sempre isso, teimoso?

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