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O QUE NÃO SE PODE EXPLICAR AOS NORMAIS

24 / julho / 2017

por Marcos Vinicius Cabral


Em 1981, Alemanha e Brasil entrariam em campo para medir forças.

E se tratando de um clássico mundial, um mero amistoso se tornaria um jogo à vera.

Portanto, naquela terça-feira, 19 de maio, os gramados alemães receberiam um grande jogo de futebol.

De um lado, os anfitriões Muller, Rummenigge, Fischer e Breitner, que arrancavam sorrisos de um povo frio e tão acostumados a não sorrir.

Contudo, vê-los em ação, era sinônimo de vitória, mesmo com um futebol tão arrefecido e ausente em emoções, que são o cerne dessa paixão.

Já do outro lado, oito titulares do time que encantaria o mundo em 82, estavam presentes naquele jogo.

Diante de um gigante do futebol mundial, que jogava em casa e com o apoio de seus quase 72 mil torcedores, o Brasil queria confirmar seu favoritismo para a Copa da Espanha, que até hoje, é motivo de choro, seja pela derrota “vitoriosa” para a Itália ou pela simples lembrança.

Com exceções de Leandro, Falcão e Serginho, os demais entraram no Neckarstadion, em Stuttgart, para uma bela exibição.

Porém, nessa constelação de craques, foi o arqueiro brasileiro Waldir Peres, que fez história.

O Brasil vencia por 2 a 1 (gols de Cerezo e Júnior para equipe canarinho e Fischer descontando para os alemães), quando aos 34 minutos do 2º tempo, Rummenigge cruzou e a bola bateu na mão do zagueiro Luisinho.

Com um apito firme e uma pontualidade britânica, o árbitro inglês Clive White, assinalou penalidade máxima em cima do lance.

Coube ao craque alemão Paul Breitner (acostumado a converter pênaltis), cobrar e comemorar junto aos torcedores o gol.

Mas Waldir Peres defendeu a penalidade.

Não satisfeito, o árbitro mandou cobrar de novo, alegando que o goleiro brasileiro havia se antecipado na cobrança.

Era a redenção para o craque alemão da camisa 8 e parafraseando o ditado popular: o raio não cai duas vezes no mesmo lugar.

Nisso, gol preso na garganta dos milhares de torcedores alemães, até que Breitner cobrou no canto esquerdo e Waldir Peres espalmou para escanteio.

Portanto, o que não se pode explicar aos normais, neste vasto mundo do futebol?

Se todo time memorável começa com um grande goleiro, em 1982, Waldir Peres foi o camisa 1 e homem de confiança do técnico Telê Santana.

Em 20 edições de Copas do Mundo, chegar ao evento de quatro em quatro anos como favorita, era um feito para poucas seleções.

E realmente, o Brasil era favorito para se tornar campeão e costurar a quarta estrela em nosso escudo.


Mas naquele 05 de julho, Waldir Peres e os outros jogadores, sucumbiram diante de uma Itália – que fez o “jogo da vida” – e sofreu como ninguém, pelos três gols que sofreu do camisa 20 italiano.

De quem era a culpa?

Talvez do Telê, que não escalou um time para jogar com o regulamento embaixo do braço?

Talvez do Cerezo, que virou uma bola despretensiosamente no segundo gol dos italianos?

Talvez o Serginho, que atrapalhou o Zico em um lance de gol?

Talvez o Júnior, que não saiu e deixou o Paolo Rossi em posição irregular?

Tantos “talvez”, que talvez nem o mais cético dos especialistas do mundo impiedoso da bola, saberia responder.

E se as reminiscências daquela partida ecoam como escombros do antigo Estádio Sarriá, implodido em 1997 – onde hoje funciona um condomínio habitacional, na cidade de Barcelona – difícil é não lembrar da seleção canarinho.

Uma pena que o arqueiro brasileiro, não tenha se tornado campeão do mundo com seus companheiros, uma das maiores injustiças do futebol.

Aquela geração de jogadores talentosos, merecia sorte maior na Espanha.

Todavia, Waldir fez história e cravou seu nome na seleção brasileira, com 25 vitórias, 4 empates e 1 derrota (exatamente nos 3 a 2 para a Itália), assim como foi um grande ídolo no São Paulo, com 617 partidas, só perdendo para Rogério Ceni.

Também pelo clube do Morumbi, ganhou o Brasileiro de 77, além dos Paulistas de 75, 80 e 81.

Ainda assim, defendeu o América-RJ, Guarani, Corinthians, Portuguesa e Santa Cruz.

Sobretudo, Waldir Peres foi gigantesco por onde passou, desde o uso das luvas pela primeira vez, na Ponte Preta em 1970, até pendurá-las em 1989.


por Marcos Vinicius

Se o coração do goleiro do escrete canarinho resistiu há 35 anos os 3 a 2 para a Itália,  neste domingo, este mesmo coração do nosso eterno camisa 1 foi derrotado por um infarto fulminante.

Nos deixou, indo fechar o gol no céu ou quem sabe, defender alguns pênaltis, no time que tem o Dr. Sócrates na meiuca e o comando do mestre Telê.

Boas peladas aí no andar de cima, e que você continue fechando o gol e defendendo pênaltis, seja dos anjos ou dos craques que já estão aí há tempos.

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