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O CARREGADOR DE PIANO

15 / abril / 2024

por Elso Venâncio

O locutor esportivo Waldir Amaral, da Rádio AM-RJ, o mais ouvido do Brasil, criava bordões: ‘Deixa Comigo’, ‘O Relógio Marca’, ‘Indivíduo Competente’, ‘Tem Peixe na Rede’. Colocava também apelido nos craques: Gerson, o ‘Canhotinha de Ouro’; Zico, o ‘Galinho de Quintino’; Paulo Cézar Caju, o ‘Craque da Moda’ e Liminha, o ‘Carregador de Piano’.

Liminha, porém, não era apenas o ‘Carregador de Piano’. Sabia jogar. A bola tinha que passar sempre por seus pés, para chegar ao ataque. Com garra e disposição, Liminha tornou-se um dos ídolos da torcida rubro-negra.

O volante paulista foi titular de 1968 a 1975. Figura entre os que mais vestiram a camisa do Flamengo. Junior lidera esse ranking, com 876 partidas. Zico vem logo atrás, com 730. Liminha é o nono da lista, com 513 atuações.

O Flamengo contratou o talentoso Cardosinho, destaque da Votuporanguense. Liminha chegou ao clube como contrapeso na negociação. Cardosinho não se firmou, mas Liminha virou titular. Carlinhos e Liminha formaram o meio de campo. Carlinhos, o ‘Violino’, despediu-se como jogador em 1970, entregando suas chuteiras ao garoto Zico, repetindo o gesto de Biguá, que em 1954 deu a Carlinhos o seu mais valioso material de trabalho.

Zanata e Liminha passaram a jogar juntos. Logo surgiram os títulos. Campeão Carioca, em 1972 e 1974; Taça Guanabara, em 1970, 1972 e 1973. Torneio Internacional de Verão, em 1970 e 1972. E o Torneio do Povo, em 1972.

Zé Mário e Liminha fizeram História, conquistando os Estaduais de 1972 e 1974. O time campeão de 1972 foi, na época, considerado por muitos o melhor que surgiu desde o segundo tricampeonato (1953-54-55). A escalação era a seguinte: Renato, Moreira, Chiquinho, Reyes e Vanderlei Luxemburgo; Zé Mário e Liminha; Rogério, Doval, Caio Cambalhota e Paulo Cézar Caju. Técnico: Zagallo.

Na finalíssima, um FlaFlu, vitória de 2 a 1. No primeiro gol, Liminha iniciou a jogada em que Doval marcou de cabeça. Paulo Cézar Caju desequilibrava, e após jogada individual o craque deixou Caio na cara do gol. O centroavante comemorou ao seu estilo em campo, com suas impagáveis cambalhotas.

Poucos se dedicaram tanto ao Flamengo como Liminha. Após ser titular por oito temporadas, o jogador ainda permaneceu mais de 30 anos atuando como técnico e olheiro, nas categorias de base. Faleceu aos 69 anos, em 2013, no Hospital TotalCor, em Ipanema, zona sul do Rio, onde se internara com problemas cardíacos.

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