por Zé Roberto Padilha
Primeiro, eles vieram nas revistas infantis. Fantasma, Mandrake e Tarzan povoavam nosso imaginário nos transportando para incríveis aventuras em que salvavam as pessoas do perigo.
O inimigo poderia ser um leão, um jacaré ou uma tribo de canibais, que atacavam aldeias e vilarejos inocentes mas que, no final, nas últimas páginas, nosso herói os vencia.
E você ia dormir levando junto o precioso senso de justiça. Eram nossos primeiros tribunos, arbitros, juízes a colocar, a seu jeito, ordem na sociedade.
Veio a televisão e trouxe o National Kid, o cinema, Super Homem, e nossos sonhos passaram a voar na velocidade da luz.
E tinha a Louis Lane, todos tinham uma Jane, uma Diana Palmer, tão lindas, para se jogar nos braços após cada conquista.
Mais tarde, já no colégio, descobrimos que para ter uma deusa daquelas, e ser carregado nos braços de um grupo agradecido, só praticando um esporte. Ser campeão, fazer o gol do título, e depois ter direito a levar pra tomar um sorvete na pracinha a sua fã mais bonitinha.
Com o tempo, perdemos nossos maiores ídolos do esporte. Guga parou, Senna se foi, João do Pulo não pulou mais, Oscar cansou e Eder Jofre parou na hora certa. Como Pelé, Zico e Garrincha.
Hoje, pelo menos para nós, tricolores, temos um herói em cena. Ao vivo, em cores, de verdade. Um daqueles últimos que fazem com que você acorde num sábado sonhando em superar um adversário mais forte do que você.
Bicampeão brasileiro, quatro jogadores convocados para a seleção brasileira, um grupo unido e afinado, só seus superpoderes dentro da grande área para nosso time se superar e bater de frente com a poderosa equipe do Flamengo.
Heróis são mesmo assim. Como o Fred. Raros, cativantes, humildes e matadores.
Estão sempre bem colocados para dominar uma bola no meio de uma zaga, favorita que seja, colocá-la mansamente no fundo das redes para manter aceso, gols após gols, o orgulho da nossa tricolorida paixão.
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