por Zé Roberto Padilha

Quando o Brasil foi goleado pela Argentina, na estreia do Campeonato Sul-Americano, a imprensa esportiva recheou suas páginas com duras críticas. Aos jogadores e ao técnico Ramon Menezes.
Eu não fui exceção, também critiquei o total desentrosamento da nossa zaga, completamente envolvida pelo ataque argentino.
Desde aquela derrota, porém, a seleção brasileira foi se recuperando. Se superando em campo. E à medida que vencia seus adversários. as notícias iam desaparecendo. Na mesma proporção. A quem interessa mesmo as boas notícias?
Domingo, o Brasil alcançou o título e espaços mínimos foram concedidos à seleção. O caderno de esportes de O Globo, na segunda, simplesmente ignorou a conquista. Deu destaque de página inteira a João Fonseca, e no verso uma entrevista com Alexander Zverev.
Os patrocinadores do Rio Open investiram forte para ocupar cada veículo de comunicação. E conseguiram ofuscar o título dos nossos meninos.
Uma tremenda injustiça a toda a nossa seleção que deu a volta por cima. E, mesmo assim, vão desembarcar no Galeão sem a cobertura que mereciam.
Somos alimentados diariamente por más noticias. Mesmo Fachel e Silvana, simpáticos toda vida, desde cedo nos abastecem com as ações de traficantes, engarrafamentos nas vias de acesso ao Rio e tiroteio nas Linhas Vermelha e Amarela.
Nesse instante, um Sargento foi executado em Bangu e uma delegacia foi invadida. O helicóptero de Genilson Araújo segue atrás de uma bala perdida e desvia sua rota em locais onde ONGs realizam ações voluntárias em prol de comunidades carentes.
Soube também que o Padre Marcelo Rossi iniciou uma campanha para distribuir cestas básicas a muitas famílias no complexo do alemão. Só que não teve tiroteio, agressões, roubos e violências. Apenas boas ações.
E a quem interessa parar para ler e assistir as boas ações? Os fãs de Bruce Willis, de Jonh Wick, como eu?
O Ibope nem mexe.
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