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E SE ELE FOSSE UM VINHO…

15 / setembro / 2020

por Zé Roberto Padilha


Segundo um renomado sommelier, vinhos comuns são feitos para consumo imediato. Dois, três anos, no máximo. Já os grandes vinhos, de safras excepcionais, estes podem durar a vida inteira. Lia isto na revista de domingo, com os ouvidos na resenha do Sportv e deu para perceber, em uma postagem no Facebook, que Deni Meneses, nosso consagrado comentarista, completava 81 anos.

Era tarde da noite deste domingo, muita informação, precisava diluí-las para dormir melhor. Daí joguei tudo no liquidificador e provei o resultado deste drink midiático que consultava antes de descansar.

Não foi difícil a conclusão. De fácil digestão. Como comentaristas esportivos, Paulo Nunes, Petkovic, Ricardinho e Grafite vão ter as suas ponderações consumidas por, no máximo, dois, três campeonatos brasileiros. São de uma safra de ex-jogadores que, precocemente colhidos nas videiras do mercado, buscam uma oportunidade de serem apreciados em uma taça nobre que vem sendo servida aos torcedores, já há algum tempo, com a leveza dos comentários do Júnior.

Não é fácil alcançar o sabor dos comentários isentos desta lenda rubro-negra que foi colocado na prateleira Global na posição certa, pelo Galvão Bueno. Encontrou a temperatura ideal para maturação, em várias Copas do Mundo, e tem se mantido discreto com seus comentários preservando a luminosidade ideal das adegas do futebol brasileiro que vivem a receber “saborosas revelações”.

Principalmente, para não precipitar o brilho sobre as novas safras colhidas em Xerém, no Ninho do Urubu, na Toca da Raposa, de onde mais empresários gulosos gostariam de negociar, com o mercado europeu, suas uvas ainda imaturas.

E que Deni Menezes, por pertencer a um safra excepcional, que produziu à beira dos gramados tintos do nível de Washington Rodrigues, Kleber Leite, Raul Quadros, João Saldanha e Iata Anderson, ter tido o privilégio de ser engarrafado nos radinhos de pilha ao lado de Waldir Amaral e Jorge Curi, além de servido aos torcedores junto a jornalistas consagrados como Armando Nogueira e Nelson Rodrigues, vai durar a vida toda.

Ao completar 81 anos, se fosse um vinho, Deni Menezes seria um Chateau Lafite Rothschild 1939. Os demais expostos nas prateleiras do Sportv, com todo o respeito, não passariam de um glorioso Galiotto.

Parabéns, amigo. Que Deus lhe conserve em barris de carvalho para que outras gerações, como a minha, possam continuar a provar um só gole da sua sabedoria.

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