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A ESCOLINHA DO PROFESSOR DINIZ

7 / junho / 2019

por Zé Roberto Padilha


Thiago Silva, Marcelo, Carlos Alberto, Diego Souza, Roger, Pedro, João Pedro, entre tantos, dá até para montar uma seleção, foram revelados na Escola de Formação de Xerém. Quando não são vendidos aos 17 anos, chegam ao topo, isto é, à equipe profissional, graduados em todos os fundamentos. Dominam bem a bola, sabem chutar e cabecear, são disciplinados e experientes pois já rodaram o mundo disputando torneios desde os sub-15. Porém, só não trazem no currículo o aprendizado de uma inovação tática que foge aos padrões comuns.

Vão precisar de uma pós-graduação com o professor Fernando Diniz, mas esta não pode ser realizada no Estádio da Fonte Nova, sob pena de um atacante rodado, como o Gilberto, tomar a bola de um aluno que não sabe bem a lição, mas que foi orientado a sair jogando com os pés. Muito menos no caldeirão do Atlético Paranaense, onde um Aírton, cheio de cacoetes do ensino fundamental, dá seu carrinho tradicional e joga toda a concepção moderna de uma ocupação inteligente de espaços para os últimos lugares da tabela.

Nosso receio é que os seguidos maus resultados tirem Fernando Diniz, um professor tão promissor, das Laranjeiras. Vocês conhecem, como eu, como são nossos cartolas. Nunca jogaram bola, surgem do quadro social, se destacam na piscina, no salão nobre, nas quadras de saibro e convencem um grupo de amigos da sauna a elegerem o presidente. E saem distribuindo desconhecimento vestiários afora.

Basta que pichem os muros da Rua Álvaro Chaves que eles retiram sua incompetência da reta. E a transferem para o treinador que sai do clube carregando toda a culpa de uma má gestão. É mais fácil, prático, é só contratar um outro e pintar o muro de novo.


Melhor deixar, neste momento, sob risco de não viver a lutar outra vez para não cair, no comando dos profissionais tricolores o Abel. Já rodado e respeitado, tem sido o melhor mediador entre os garotos que chegam e os Bruno Silva que os empresários vivem a empurrar goela abaixo nas diretorias. E levar o Fernando Diniz, e sua revolucionária planilha, para o ensino fundamental do Colégio de Xerém.

Daqui a dois anos, ele retornará ao Maracanã com a geração que irá formar na ponta da chuteira. Aquela que além de ter a posse de bola, realizada desde o goleiro que irá treinar desde os juvenis, dos Aírtons que passarão a jogar com a cabeça em pé, terá também a posse da taça. E do respeito ao clube de volta.

Em Xerém, do nosso vizinho Zeca Pagodinho, existe uma máxima: deixa a vida te levar. Por lá, Fernando Diniz não tentará levar a vida do jeito que seu modo de jogar quer. Deixará a tradição tricolor, de vitórias e conquista, lhe conduzir ao pódio que sempre o tricolor viveu a ocupar.

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