por Brenno Carnevale
O futebol não existe à toa, nem se contenta em fazer papel de tio divertido nos almoços de domingo, dando um pouco de sentido (ou falta dele) ao final do final de semana.
O futebol é profético, simbólico, assertivo. É contundente.
Não fosse o futebol, muitas lágrimas ainda seriam secas, inúmeros abraços amarrados nos antebraços e diversos gritos retraídos nas goelas.
Mas ele existe. Ele nos serve. Ele nos sinaliza.
Porém, todavia, contudo, no que se sustenta nosso futebol ? Ou melhor: qual sua base?
Silêncio mortal, literalmente.
A base do futebol é sucateada, trancafiada em contêineres, espremida em uma Copa São Paulo em plena primeira semana de janeiro (alguém sabe a escalação do time campeão?), escondida em escritórios de empresários gulosos e enlameada nas centenas de milhares de favelas Brasil afora e adentro.
Curiosamente, nem só de futebol vive (ou morre) a base.
Aqui se tem base de lama (quanto Vale uma vida?).
Aqui se tem base de corrupção, que intoxica as relações humanas.
Aqui se tem base de encostas e lixos, sem o nosso saneamento, adivinhem…básico!
Não nos esqueçamos!
Aqui sobra base de cálculo…imposto, taxa, contribuição, multa!
Basicamente, nossa sociedade é sem base.
Quisera eu que minhas palavras fossem meros devaneios, sem base alguma para existirem no mundo real, tal como aquele gol de virada de nosso time de coração que sempre imaginamos, mas que nem sempre é baseada em fatos reais…
Pelas categorias de base, por saneamento básico e pela humanidade básica de cada dia!
Luto, mas nunca sem luta!
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