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Zé Ricardo

PEDE PARA SAIR, 01!

por Fabio Lacerda


Era questão de tempo depois do primeiro equívoco – a negação para trabalhar no mundo árabe – até pedir o boné na derrota para o Botafogo, em São Januário, pela oitava rodada do Brasileiro. Zé Ricardo, outrora visto como “salvador da pátria”, recolheu seu material da Colina e meteu o pé! 

Independente das relações políticas extra-campo, pois ninguém tira da minha cabeça que essa peculiar ciência tão importante na vida humana, e ao mesmo tempo tão desprezada pelo interesse do cidadão, tenha refletido nas quatro linhas. Alguém conseguiria explicar-me, a escolha do Bruno Silva, não aquele ex-Botafogo, e sim, ex-Ferroviária de Araraquara, como titular em dois jogos cruciais na Libertadores quando o moço estava apenas há 30 dias no clube? 

Zé Ricardo, sujeito pacato à beira do campo, de pouca vibração, de pouco incentivo e modesta demonstração de gana, começou a sua saga de erros técnicos no decisivo jogo do Campeonato Carioca no Maracanã quando o Vasco debruçava-se sobre a vantagem do empate. 


O Vasco jogou por um gol. A escalação deflagrou uma das maiores catástrofes táticas vistas no Maracanã. Escolheu uma equipe com quatro laterais, recuando o Pikachu, jogador este autor de dois gols no primeiro jogo da decisão. E dois zagueiros, nada mais natural numa formação defensiva. Ao término do jogo, Zé Ricardo fechou a partida com dois laterais e quatro zagueiros. Sem falar que deveria ter lançado o Paulo Victor para correr na direção da bola rechaçada da defesa cruz-maltina nos últimos 15 minutos de jogo, quando o Botafogo já adiantava seus zagueiros na intermediária do Vasco em busca do gol que saiu dos pés do zagueiro Joel Carli. E obviamente finalizou a obra escalando muito mal os cobradores de pênaltis. 

Por falar em zagueiros, miolo de zaga, Zé Ricardo também “inovou” nas suas escolhas repetidas em algumas oportunidades: uma dupla de zagueiro canhotos. Eu nunca vi um zagueiro canhoto jogar pelo lado direito do campo! E além disso, o escolhido pelo ex-técnico do Vasco chama-se Erazo, um defensor que nega-se a dar chutão e coloca o sistema defensivo em apuros sempre que escorrega a bola pelo gramado. Quando escuto o Luis Roberto classificar o equatoriano como “El elegante”, eu não sei se rio ou choro! E você, Paulo Cezar Caju, chora ou desespera-se? 

A partir daí, os erros permaneceram nas escalações durante os jogos da Libertadores. É bem verdade que o plantel muito mutilado, com vários atletas contundidos, reduziu as chances de colocar em campo uma equipe mais confiável, ou melhor, contendo os melhores jogadores. Durante a principal competição Interclubes da América, Zé Ricardo recuou, sem mais nem menos, o jogador mais efetivo no ataque. Yago Pikachu já havia sido bagunçado na partida contra o Jorge Wilstermann, na Bolívia, quando o brasileiro Serginho deitou os cabelos sobre o jogador que homenageia um dos Pokemóns. 


Um rodízio para formar a dupla de ataque começou a acontecer. E também no meio-de-campo. Por conseguinte, não foi capaz de definir uma equipe titular. Suas últimas convicções na titularidade do jovem Caio Monteiro é um flagrante do quão perdido esteve no meio de um plantel de nível técnico medíocre. Mas como o futebol é jogado com a cabeça, nem quero referir-me ao intelecto do time. Deixa para lá! 

Chega o Brasileiro, e com ele a Copa do Brasil e a inexplicável vitória sobre a Universidad de Chile pelo placar mínimo que permitiu o Vasco manter-se na América por segurar a corda da Sul-Americana. Até a derrota para o Vitória, em casa, o Vasco deu a falsa impressão que as angústias e agonias na luta pelos salvadores 46 pontos seria motivo de sátira junto aos torcedores rivais. Mas antes de fechar dez rodadas, o Vasco já apresenta um rendimento abaixo de 50%. Creio que as luzes amarelas de São Januário já estão ligadas há 30 rodadas para o final de mais uma edição de Campeonato Brasileiro. As duas derrotas sofridas para o Bahia, pelo mesmo placar, nas duas competições nacionais reforçam meu apontamento para a eliminação do Vasco para o Tricolor da Boa Terra na Copa do Brasil. 

Nada que três vitórias consecutivas não coloquem o Vasco na parte de cima da tabela, mas essa resposta, essa reabilitação, já deveria começar na próxima rodada, no Mineirão, contra o Cruzeiro. Mas é assustadora a média de gols sofridas por jogo do atual Vasco da Gama. É o time mais vazado do futebol brasileiro. E, hoje em dia, não tem um ataque que faça um gol a mais que os sofridos, como acontecia com o time de 1997, que virava todos os jogos em São Januário ao levar gol antes dos de primeiros minutos de jogo.

Por fim, nas ultimas rodadas do Brasileiro preferiu improvisar um zagueiro que não joga desde a Taça Guanabara na lateral-direita a colocar um jogador da posição, mesmo que promovido do sub-20. A passagem de Zé Ricardo pelo Vasco assemelha-se com sua estada no Flamengo! Jogador das categorias de base não tem prioridade. E devemos lembrar que foi a categoria de base sub-20 do Flamengo que o ascendeu ao profissional após a conquista da Copa São Paulo de Juniores. 


Zé Ricardo, quem tem medo de evacuar, não come! Suas equivocadas escalações, com sucessíveis mudanças, sobretudo no meio-de-campo, setor que determina se você vai atacar ou ser atacado no decorrer de uma partida de futebol, e algumas escolhas sem pé nem cabeça, eu posso deduzir que seu trabalho sofreu interferências. Ainda mais no clube que não dá chance à harmonização política e social pelos rincões da sede. A conturbada e nociva política do Vasco promete novas páginas para os próximos meses. É esse cataclismo existente e interminável no clube que forçou o técnico a pedir sua demissão. O comandante das quatro linhas e seu temperamento tibetano não fez o Vasco pulsar. O novo técnico não precisa comportar-se como um Lord. Precisa, ao menos, ter gogó para “cantar” o jogo durante os 90 minutos e mais os tempos de acréscimos. Um técnico sem vibração, que não cerra os pulsos explodindo as veias dos antebraços para pedir garra e hombridade ao time, sempre vai deixar devendo. Então, pega a viola, coloca na sacola e zarpa. Pede para sair, 01! 

CENAS DE UM APAGÃO

por Zé Roberto Padilha


A caixinha de surpresas do futebol também possui um relógio. Uma caixa de luz comandada não pelos homens da Light, mas pela energia dos Deuses do Futebol. Tão intensa, potencializadas em decisões, jogando pelo empate, então, cega seus comandantes pela emoção a ponto de, ao final do seu trabalho acadêmico de tantas linhas, e de tantas rodadas, não evitar que um pico de luz desapareça com páginas de conquistas. E de viradas. Bastava ter apertado a tecla salvar toda a campanha e jogar para o ataque. Mas o receio da derrota e um cochilo da zaga, sobrecarregada, assistiu vir por terra a bela trajetória do time da virada.

Apenas quem perdeu um texto após horas de digitações, na solidão de suas salas, inconformados diante dos seus computadores, ou no cantinho dos seus vestiários, pode avaliar a noite que passou Zé Ricardo. Por que entrei com quatro laterais, utilizei quatro zagueiros e não ousei um pouco mais? Por que convidei o Botafogo, mesmo jogando mal, a ocupar nosso terreno? E o Paulinho? Ah! se tivesse o Paulinho seria diferente, prenderia um pouco mais a bola lá na frente….E as horas vão passando. Os títulos também. Vice, de novo. E cadê o sono que não vem chegando?


Muitas vezes, os Euricos Mirandas que jamais deram um só peteleco na bola, em meio ao apagão de uma derrota, convocam às pressas outro eletricista. E trocam o treinador. A torcida, em meio à escuridão da perda de um título, mal enxerga um palmo à frente para defender seu comandante. Quando a luz se acende, já caiu o Paulo César Carpegiani. E o interino vai permanecer enquanto houver um novo rastilho de luz. Esquecem todos os nossos cartolas que a caixinha de surpresas não vem com manual de instruções. Só quem perdeu, ao apagar das luzes, o brilho do seu trabalho, após tantas páginas treinadas, pode saber o que é jogar com o coração na ponta das chuteiras e ver tudo se perder aos 48 minutos do segundo tempo.

Portanto, Zé Ricardo, não se desespere. O destino, e não a força das águas, o imprevisível, e não os moinhos de ventos, o imponderável, e não um palito de fósforo, serão sempre as baterias que acenderão ou apagarão a paixão do nosso futebol. Além disto, para provocar o brilho no olhar do meu filho botafoguense, o Guilherme, que ontem reluziu por toda a noite, só mesmo a energia de uma caixinha de surpresas será capaz de gerar.


Ela, e não o árbitro de linha e o de vídeo, a comunicação eletrônica, instantânea, e o Padrão FIFA de tornar comuns às suas normas, serão capazes de entender. Pelo bem de todos nós, que amamos, e não entendemos, e somos surpreendidos a cada semana, por um novo facho de luz jogados sobre esta magia chamada futebol. Que os deuses a tenham para que o mundo não seja tão previsível dentro e fora das quatro linhas.

“PEGA, REX, PEGA!!!”

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


(Foto: Nana Moraes)

Ele voltou!!!! O Mano voltou!!! Viva o futebol defensivo, o futebol de resultados, aquele futebol covarde, com o time todo dando bicudas lá atrás e torcendo para uma bolinha lá na frente entrar!!! Viva!!! Mil vivas!!!! Viva o Mano, o Felipão, o Dunga, o Celso Roth, o Doriva, o Guto Ferreira, o Parreira!!!! Eles venceram!!!!

Há tempos eles venceram, há tempos eles engessaram nossa arte. Vou repetir isso por toda a minha vida! Cruzeiro x Flamengo foi mais um festival de horrores e a melhor disputa do Brasileirão é saber quem não vai cair. Qual a graça de ganhar um Brasileirão como esse?

Os times são de quinta categoria, o número de passes errados é assustador. Outro dia o Dorival Junior tirou o Cuevas, colocou o Jucilei e o Corinthinas empatou, o Zé Ricardo com um a mais contra o Sport ficou com medo de avançar e acabou tomando o gol de empate, o Fluminense foi para o Sul buscar o empate com o Grêmio e se deu mal.

Os professores para garantirem seus empregos jogam para não perder. Qual o time desse campeonato joga ofensivamente, erra poucos passes e dá gosto de assistir? Nenhum! E não venham com esse papo de que sou ranzinza! Me apontem um treinador com ideias novas!

O que hoje praticam é um outro esporte, me perdoem. Não existe qualquer possibilidade de não lembrar do Cruzeiro de Dirceu Lopes, Tostão, Evaldo, Natal e Piazza. A torcida comemora porque título é título e a gozação com o adversário não pode parar, mas é impossível que ela esteja satisfeita com essa forma do Cruzeiro jogar.


Não existe um meio-campo que saiba fazer lançamentos, os caras erram passes de meio metro e os gols acabam saindo sem querer como o da Chapecoense contra o Vasco. É uma correria insana, carrinho atrás de carrinho e o professores à beira do campo caprichando nas estratégias: “Volta!!!”, “Desarma!!!”, “Para a jogada!!!”.

Não demora vão soltar um “Pega, Rex, pega!!!”. Amigos, não é exagero, podem convocar os professores e pedir que tragam suas pás porque eles mataram o futebol brasileiro e agora só nos resta enterrá-lo. 

SE VIRA Aí, ZÉ!

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


(Foto: Nana Moraes)

Antes que o vendedor do quiosque fizesse alguma pergunta – sempre faz! – me adiantei: “Qual a enquete do dia?”. “Zé Ricardo”, respondeu. Não vou nem entrar no mérito da qualidade do Zé Ricardo como técnico porque para mim é apenas mais um professor de Educação Física tentando a sorte. Mas se o meu amigo Carlos Alberto Parreira chegou aonde chegou, porque ele também não poderia?

É só uma questão de estar no lugar certo, na hora certa. O Flamengo não tem padrão de jogo. Ou tem? Mas acho que o menor culpado era ele. O que existe hoje no futebol é uma queda de braços entre treinadores e gerentes de futebol. Viram o que o Cuca fez no Palmeiras? Mandou o gladiador embora! Ah, o Gladiador está no Coritiba?  Verdade, mas o Felipe Melo também poderia ter esse apelido. Foi uma contratação do gerente, de um executivo, que o Cuca não quis aproveitar. Aí, o Cuca colocou o presidente na parede: “Ou ele ou eu”. E assim o Felipe Melo dançou.

Estaria o Zé Ricardo de acordo com esse caminhão de contratações? Não sei, mas sei que o Zé Ricardo não tem quilometragem para fazer essa pergunta – e teria dançado antes se ameaçasse um… “ou eu ou o Berrío”. Quando o Zé começou a lançar o Vizeu chegou o Damião. Será que o Zé Ricardo estava de acordo ou foi apenas comunicado?


Ao lado de Rodrigo Caetano, Zé Ricardo recebe Berrío

Vai fazer isso com um Luxemburgo ou um Abelão para verem a encrenca que irão arrumar. Quem é o mais errado da história, Zé Ricardo ou Rodrigo Caetano, o gerente de futebol? E esse goleiro pegador de pênaltis, valeu todo esse investimento? Cadê o Conca e outros tantos argentinos que não se firmam?

O amigo do quiosque até me perguntou quem era o olheiro do Flamengo na terra do tango porque até agora ele só indicou argentinos sem raça, kkkkkk!!!! Sinceramente, imagino o Zé Ricardo comandando um treinamento no campo e vendo as novas contratações entrarem pelo portão, aos montes, aos quilos, e os executivos do outro lado do alambrado dando aquela força: “se vira aí, Zé”.

OS NOVOS LIBERTADORES DA AMÉRICA

por Zé Roberto Padilha


Zé Roberto Padilha

Mal acordei e o WhatsApp disparou: “Caiu!”. Logo abaixo, efeito cascata, centenas de compartilhamentos assinavam abaixo: “Estava insustentável!”. “Burro!”. Se vivêssemos em um país sério, a queda seria do presidente da república. Passou a perna no interino, escalou mal seus ministros e comprou meio time para se manter no cargo. Mas quem caiu foi Zé Ricardo, o técnico do Flamengo. Sua culpa? Trabalhar num país cujos homens torcem mais por sua nação do que a defendem como cidadãos. Michel Temer está firme no cargo – e um cara do bem, honesto e trabalhador perdeu o seu.

Saí para comprar o pão e os garis aceleravam suas vassouras em euforia. Varriam o lixo como retirassem todo e qualquer resquício daquele seu treinador. “Aonde já se viu, Diego e Everton Ribeiro juntos?” Pouco estavam interessados em saber que a escalação do Gedell Vieira ao lado da mala de Rocha Loures ajudou a comprar a reforma trabalhista, cuja terceirização irá ameaçar a estabilidade por eles alcançada no concurso mais concorrido do estado.

“Finalmente, que venha o Wanderley!”. Wanderley Luxemburgo, outro cara do bem, já garantiu o seu futuro. Será que com a reforma da previdência nossos valorosos garis não sabem que vão varrer ruas até os 85 anos para alcançar a sua?

O Brasil voltou recentemente a ocupar a zona do rebaixamento no quadro da Fome da ONU. De que importa? O que vale mesmo é o Flamengo ficar entre os quatro que vão à Libertadores. Para alcançá-la, são capazes de encher um ninho de urubu num domingo de praia e deixar completamente vazios os palcos de luta e resistência como a Avenida Copacabana e a Paulista.


Antes, os libertadores da América tinham sobrenomes como Bolívar, Martin, L’Overture, Guevara, Guimarães e irmão do Henfil. Hoje, a liberdade é buscada de uma forma tão imbecil que enforcamos inocentes a céu aberto – e nos calamos dentro de casa e damos folga às nossas panelas diante dos culpados.

Bom dia, Brasil. Num passe de injustiça, a bandeira de Mello foi erguida nesta segunda-feira após a derrota para o Vitória. Só mesmo em um lugar onde Michel Temer continua e Zé Ricardo perde o seu lugar é que toda vitória significa uma derrota. E assim será enquanto não erguermos outras bandeiras de luta. E levarmos o nosso próprio país a sério.