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TERRA BATIDA, MEU AMOR

Por André Luiz Pereira Nunes

O Museu da Pelada esteve presente em mais um evento de importância esportiva na cidade do Rio de Janeiro. A presença do ex-craque do Botafogo, Vasco e Seleção Brasileira, Donizete, abrilhantou o jogo amistoso da categoria masters, disputado no campo do Vasquinho, entre Grupo Família e EC São José de Magalhães Bastos. Em seguida, os mesmos rivais duelaram pela categoria adultos.

Para quem não sabe, o São José é um tradicional clube alvinegro que dispõe em seu rico pavilhão da conquista do Campeonato Carioca de 1934, organizado pela Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT). Ao contrário de muitos de seus pares, a quase centenária agremiação não veio a se profissionalizar. Por isso, anos mais tarde, passou a integrar o saudoso Departamento Autônomo, o qual abrigou inúmeros e tradicionais times, alguns até inicialmente amadores da cidade, como Portuguesa e Campo Grande.


No evento foram homenageadas postumamente, com faixas e dizeres, as senhoras Luzimar da Silva Oliveira e Alexandra Santos pelo tanto que representaram à comunidade. 

O desportista José Mauro Tenório, organizador do espetáculo, ainda aproveitou para desfilar o seu talento nas quatro linhas à frente da equipe master do São José, mas coordenou com eficiência a programação.

“Fiquei extremamente satisfeito com a presença do Museu da Pelada e em poder homenagear duas pessoas muito queridas da comunidade que infelizmente não estão mais entre nós”, declarou Mauro, ex-presidente do Ação, clube da Série C, que desde o início do ano passou a se chamar FC Rio de Janeiro.

No final foi servido um suntuoso café da manhã para todos os presentes.

NÃO É SÓ FUTEBOL

por Paulo Roberto Melo


Pode parecer chatice, mas nunca gostei de ver jogos de futebol decisivos, pela TV, na companhia de amigos. Sempre achei que esse negócio de fazer festa antes da hora, de ver jogo, enquanto faz churrasco e toma cerveja, não é a melhor escolha em partidas importantes. Acredito que para se ver jogos decisivos há toda uma liturgia, que inclui uma preparação solitária, regada a uma boa dose de nervosismo, que, vai aumentando à medida que o início do jogo se aproxima.

Creio que é justamente esse clima tenso que sempre fez com que preferisse assistir aos jogos recolhido no aconchego da família ou mesmo sozinho. No caso da família, meu pai, meus irmãos e eu, tínhamos uma cumplicidade na hora dos jogos. Fazíamos comentários e usávamos expressões que só nós entendíamos, tais como: “Deixa de ser displicente!”; “Você não está jogando no quintal da tua casa!”; “Não precisa marcar ele não, porque esse a natureza marca!”; “Sai planta!”; “Tá jogando como um autêntico center-half!”

Claro que havia xingamentos e gritos desesperados. Era legal também os apelidos com que chamávamos os jogadores dos dois times e até alguns árbitros. Apelidos que nós mesmos inventávamos, com base nas feições, no porte físico, nos nomes dos atletas ou em alguma situação do próprio jogo. A maioria desses apelidos eram criados pelo meu pai, que era um mestre na arte de perceber certas peculiaridades, certas características e, a partir daí, inventar os epítetos mais cômicos, como se estivesse desenhando uma caricatura.

Outro motivo pelo qual eu sempre evitava sair da minha conveniente concentração e preferia recusar os convites que vez por outra me faziam eram os convidados para esse tipo de evento, partidas decisivas com churrasco e cerveja. Torcedor pé frio, pessimista, imbecis que não gostam de futebol mas apreciam picanha ao ponto e cerveja gelada, torcida neutra, gente que se fantasia para ver jogo, tudo isso, indiscutivelmente, tem um enorme potencial para atrapalhar o bom andamento de uma partida. (Sim, ou vocês acham mesmo que o que determina uma vitória ou um título é só o futebol jogado dentro das quatro linhas?)

Sabe-se lá por que cargas d’água, em 1986, durante a Copa do Mundo disputada no México, acabei aceitando um convite para ver Brasil x França, pelas quartas de final. Era apenas uma reunião de amigos, pelo menos não haveria churrasco.

Que não me acusem de falta de patriotismo, mas confesso que o meu amor pela seleção brasileira não consegue ser maior do que o que sinto pelo Vasco. A perda da Copa de 1982, com uma seleção recheada de craques que jogavam no Brasil, foi determinante para confirmar esse sentimento. Sem contar o posterior êxodo desses mesmos craques. Como se não bastasse, a preparação para a Copa de 86 foi pra lá de turbulenta.

Depois da Tragédia do Sarriá, a seleção brasileira patinou. Após a saída do técnico Telê Santana, o time teve outros três técnicos (Parreira, Edu e Evaristo de Macedo), diversos jogadores foram convocados, uns bons outros nem tanto. Aí, um ano antes da Copa, entregaram novamente o comando ao mesmo Telê, quer dizer, ao invés de uma renovação, tivemos um revival. Tudo isso, fez com que eu e muita gente tratássemos esse jogo de quartas de final, como apenas mais um (talvez por isso eu tenha aceitado aquele malfadado convite).

Eu havia visto todos os jogos do Brasil naquela Copa em casa e as coisas até que caminhavam bem. As duas vitórias, com um magro 1×0, nos dois primeiros jogos, contra Espanha e Argélia, não empolgaram, mas tudo bem. Depois da derrota de 82, havia se instaurado uma questão: jogar a Copa dando show e não ganhar (como a Hungria de 54, a Holanda de 74 e o próprio Brasil de 82) ou jogar mais ou menos, ir crescendo na competição e ganhar a Copa (como a Itália de 1982)? Isso porque o futebol apresentado pela seleção de 70, que deu show e ganhou a Copa, parecia (e creio que até hoje é) algo inatingível.

Fechando a primeira fase da Copa, o Brasil enfrentou a Irlanda do Norte e os 3×0 deram a esperança de que talvez algo pudesse ser diferente. Principalmente, por causa do segundo gol, na verdade, um golaço marcado pelo Josimar. Lateral direito do Botafogo, reserva na seleção (o titular Edson havia se contundido), simbolizava a capacidade incrível do futebol brasileiro de se renovar.

O jogo contra a Polônia pelas oitavas de final, consolidou a esperança do tetra. O Brasil ganhou de 4×0 e,se não deu show, pelo menos convenceu, com um futebol bem envolvente. Aquele jogo confirmou algumas coisas. A primeira: que, com aquele outro golaço marcado nesse dia, Josimar poderia ser considerado ser o craque do time. A segunda: que o Careca estava jogando demais! Com jogadas rápidas, implacável nas finalizações e extremamente perigoso, nosso centroavante nos fazia lamentar a sua ausência na Copa de 82, contundido às vésperas do mundial. E a última confirmação era sobre ele: Zico. Sem ter condições de disputar uma partida inteira, por conta do joelho recém-operado, que inchava depois dos jogos, o craque se tornou uma arma de segundo tempo. Entrou contra a Polônia, sofreu o pênalti que sacramentou os 4×0 e dessa forma alimentou o imaginário do torcedor brasileiro. 


Assim, dezesseis anos após o nosso último título, uma seleção brasileira, envelhecida e traumatizada pela derrota de 82 (com os remanescentes Carlos, Edinho, Júnior, Sócrates, Falcão, Zico) e, com alguns jogadores contundidos (Edson, Zico, Falcão), iria decidir sua caminhada em gramados mexicanos, enfrentando a temida frança nas quartas de final.

 Cheguei ao apartamento da família do Chico faltando quinze minutos para começar o jogo. O quadro era o seguinte: havia bolas de gás penduradas no lustre, duas TVs de 20 polegadas colocadas lado a lado na sala e três amigos, Felipe, Carlinhos, Marcão sentados no chão; no sofá estavam o dono da casa e o pai dele. Timidamente, eu me acomodei entre os dois, no sofá. Estava pouco à vontade com aquilo que, para mim, parecia uma multidão enlouquecida. Por fim, alguns minutos depois, quase na hora de a bola rolar, ainda chegou o Márcio, que também havia sido convidado trouxe com ele – vocês imaginem o sacrilégio, o perigo, o prenúncio de catástrofe… – a namorada…

Eu sei que, hoje, isso soa como um comentário machista, mas, advogado de mim mesmo, eu digo em minha defesa que em 1986 tudo era diferente. Até o início da década de 80, por exemplo, mulheres nos estádios (sobretudo as vestidas com roupas justas ou curtas) ainda eram brindadas nas arquibancadas com corinhos nada gentis a respeito de uma suposta licenciosidade de suas vidas. Então, o fato é que, ao ver a menina, não tive um bom pressentimento. Meu medo era que algum comentário infeliz pudesse influir no resultado do jogo, tipo o Brasil faz gol em qual lado, ou cadê a bola, coisas assim. Porém, como já estávamos todos lá, naquela corrente pra frente, não havia muito o que fazer.

O jogo começou e, como todo mundo sabe, foi terrível. O Brasil abriu o placar (Careca) e jogava a sua melhor partida naquela Copa. No final do primeiro tempo, a França empatou (Platini). Mesmo com as pessoas em volta, eu tentava me isolar, numa tentativa de não deixar que aquele ambiente prematuramente festivo me contagiasse, mas era difícil. Além disso, a França tinha um timaço! Havia feito uma ótima Copa em 82 e sido campeã da Europa em 84. Chegou na Copa do Mundo como uma das favoritas, com um elenco de craques, como Fernandéz, Tigana, Giresse e, o maior deles (senhores, fiquem de pé), Michel Platini.

O segundo tempo foi igual ao primeiro: tenso, com as duas seleções muito cautelosas, afinal, com tantos craques em campo, qualquer descuido poderia ser fatal. Mas se a França tinha sua legião de craques, o Brasil tinha a sua arma de segundo tempo: ele, Zico! Nosso craque entrou e praticamente na primeira bola que pegou, fez um passe perfeito para o lateral esquerdo Branco, que, dentro da área, tentou driblar o goleiro Bats e foi derrubado. Pênalti! Festa no Estádio Jalisco, festa no pequeno apartamento! Numa decisão controvertida, foi decidido que o Zico, frio, sem ritmo, meia-bomba, bateria o pênalti, e, enquanto o nosso camisa 10 se preparava, a tensão no país alcançou níveis estratosféricos.


A cobrança de um pênalti exige um ritual todo especial para quem está assistindo a um jogo pela TV. Unhas roídas, cabelos arrancados e, principalmente, silêncio. Os poucos segundos entre a corrida do cobrador até o chute na bola precisam ser vividos pela assistência no mais absoluto silêncio. Não foi o que aconteceu. Quando o Zico partiu para a bola, uma voz feminina, arauto do desastre, rompeu o silêncio:

– Ai, gente! Eu acho que ele vai perder…

O chute saiu fraco, e todos nós sabemos o que aconteceu

Após aquele breve segundo da dor do golpe, instalou-se o caos na sala do apartamento. O Felipe, sempre grosso e mal educado, virou-se para a garota aos gritos, culpando-a pelo pênalti perdido. Lógico que tinha sido ela, mas não precisava dizer. O namorado da infeliz, não gostou dos impropérios proferidos contra a menina e partiu pra briga. Resumindo, por muito pouco, em vez de o desenrolar de uma partida de futebol, não acabamos todos assistindo a um espetáculo de luta livre. E eu lá, sentado no sofá, cabisbaixo, em meio a ameaças, gritos e palavrões, morrendo de saudade de casa.

Aquele 21 de junho de 1986 já faz parte da história. O jogo e a prorrogação terminaram empatados e o Brasil foi eliminado na disputa dos pênaltis, com um insólito gol contra do goleiro Carlos. Depois que acabou o jogo, eu e o Carlinhos íamos caminhando pelas ruas, ainda desertas e tristes, quando vimos uma senhora chorando.

– O Brasil perdeu, o Brasil perdeu!

O Carlinhos, gentilmente, tentou consolá-la.

– Senhora, não chora! É só futebol!

Hoje, ao relembrar esse fato, tenho dois sentimentos. Um deles é de saudade. Sinto uma saudade imensa de ver jogos com meu pai e meus irmãos, seja pela TV ou no estádio. Os jogos a que assistíamos juntos marcaram a minha vida de tal forma, que nem as mortes do meu pai e do meu irmão mais velho conseguiram apagar as lembranças.

O outro sentimento é uma certeza. Nunca o futebol é só futebol. Seja torcendo pela seleção, seja pelo nosso time, rituais cabalísticos à parte, é por meio das emoções potencializadas na dor das derrotas e na euforia das vitórias, que construímos a consciência de quem somos como pessoas – estejamos em família, com amigos ou sozinhos.

SANTIFICADO SEJA O GOL, E VIVA QUARENTINHA

por André Felipe de Lima


Seria injustiça, ou mesmo uma bobagem inominável, dizermos que um goleiro, ou mesmo um zagueiro, um meio de campo ou um ponta são menos ídolos que um centroavante. Não se mede talento e afeto clublísticos pela lógica que tanto arrefece paixões. Desde que o mundo é mundo a lógica tenta frear a arte e a libido. Freud explica. Outros tentam também. Mas há algo que não se questiona. Nenhum proporciona mais alegrias ao torcedor senão o centroavante artilheiro. Ou será que os lógicos e chatos de plantão dirão que o gol é apenas um detalhe? Não, amigos, o gol é a alegria máxima do futebol. Sem blefe, é dele que nascemos todos. Daquele grito único proferido por milhares de bocas simultaneamente, tornando-nos irmandade indissolúvel. Viemos ao mundo várias vezes no momento do gol. A sensação é de nascimento. O artilheiro nos torna um Prometeu acorrentado às avessas ao marcar seus gols a todo instante. Amarra-nos deliciosamente na pedra que se chama felicidade, e que venha a ave de rapina repetidas vezes a nos devorar o fígado.  Somos inexpugnáveis. Não estamos nem aí para dores do corpo ou da alma quando se tem o gol para nos limpar a vida. Pelo menos, naquele dia em que o nosso amado centroavante nos acarinhou, sentimo-nos vivos, e renascidos graças aos gols dele. Ser torcedor é assim, um eterno dependente do gol. Venham vitórias e taças, mas é aquele gol do artilheiro que jamais nos sai da memória. Hoje, dia 15 de setembro, deveria se chamar “Dia do Quarentinha”, quando todo botafoguense deveria rezar, sem contrição, sem pesar, sem temor, pois o santificado Quarentinha nunca os deixou à margem da alegria do gol. Nenhum outro ídolo alvinegro, nem mesmo Heleno, Garrincha ou Nilton Santos, proporcionou tantas e repetidas vezes a alegria do gol como Quarentinha. Foram mais de 400 momentos de puro êxtase dionisíaco.

O CARRINHO SEM BOLA DO TEMPO

por Claudio Lovato Filho


(Foto: Marcelo Tabach)

Quem os conforta

Quando se dão conta de que jamais terão aquilo de novo:

O estádio lotado por causa deles

Os refletores

A adrenalina atingindo o pico no vestiário?

Quem os conforta

Quando acordam no meio da noite

Sobressaltados porque sonharam

Que tudo aquilo ainda lhes pertencia

Ainda lhes acontecia?

Quem os conforta

Quando em alguma resenha de TV

O pessoal da bancada se esquece de mencionar seu nome ao falar do time do ano tal

Campeão do torneio tal

Conquista que foi um dos maiores motivos de orgulho da vida?

Quem os conforta

Quando bate a saudade

Dos pedidos de autógrafo

Dos pedidos de entrevista

E até dos pedidos dos oportunistas que estavam sempre em volta, orbitando? 

Não há conforto.

Mas há o sorriso largo

A risada sincera 

Quando a família está em volta

A companheira de tanto tempo, os filhos (e para alguns, já há netos!)

Sim, agora existe tempo para a família

E também para os velhos amigos, poucos mas verdadeiros, camaradagem antiga  

Então, vez por outra,

Vem a satisfação de ser lembrado e homenageado

Por aqueles que amam o futebol de verdade

Por aqueles que cultuam a história do futebol


Gente que não esquece os ídolos

(Salve o Museu da Pelada)

Conforto, não há. 

Mas existe a memória

A lembrança do que se fez (e sempre se fez muito)

A alegria de recordar

Toda aquela alegria que se proporcionou a tanta gente de escassas alegrias

Quem os conforta?

Não, não há conforto.

Só há a vida que segue.

E de todos os milagres

E de todas as vitórias

E de todos os motivos de celebração

Talvez seja esse o maior deles

Por fim e definitivamente compreendido.    

RONALDO, FENÔMENO DE SUPERAÇÃO

por Luis Filipe Chateaubriand 


Ronaldo Nazário foi um dos maiores jogadores brasileiros pós Pelé, e isso é indiscutível. Mas Ronaldo também foi craque em outros aspectos… 

Depois de um meteórico sucesso de início de carreira, entre os anos de 1993 e 1998, o centroavante passou por sérios problemas. 

Primeiro, foi o episódio da convulsão horas antes da final da Copa do Mundo de 1998. A situação desgastou demais o centroavante, que não jogou a final nas melhores condições, não foi campeão do mundo e perdeu para Zinedine Zidane o posto de maior jogador do mundo. 

Em seguida, vieram os problemas médicos iniciais. Os joelhos do atleta começaram a ficar doloridos em função de sobrecarga, não se sabe bem se devido a mudanças do biótipo do jogador ou consequência de suas arrancadas. O atleta, assim, sofria contusões constantes. 

Enfim, em cena horrível e triste, Ronaldo rompeu os ligamentos do tendão patelar. 

Aí, começa uma saga carregada de sangue, suor e lágrimas. 

Muitos diziam que Ronaldo não só não voltaria a jogar, como teria dificuldades até para andar. 

Alguns sustentavam que jogaria, mas não mais em alto nível. 

Quase todos davam como certo que jogar a Copa do Mundo de 2002 não seria possível.


Aí, Ronaldo começou uma verdadeira saga, a trajetória épica mais incrível do futebol mundial! 

Fez fisioterapia, se exercitou, se fortaleceu mentalmente, resistiu à apatia, sobrepôs-se a tudo e a todos que o desacreditavam. 

Sua gana, persistência e coragem o recompensaram: ele não só jogou a Copa do Mundo de 2002, como foi seu protagonista, se coroando com o título de penta campeão. 

A superação do craque é, verdadeiramente, fenomenal. E digna de cinema – uma sinopse a la Rocky Balboa. 

O que Ronaldo fez foi heroico. E ficará marcado para sempre na história do futebol mundial.

Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada!