Escolha uma Página
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Futsal

SOPRADOR DE SONHOS. E DE APITOS

por Zé Roberto Padilha


Zé Roberto Padilha

A falta era na entrada da área contra a equipe Sub-9 do CAER, na quadra do Clube Social de Paraíba do Sul, pelo campeonato de futsal infantil promovido pela Rede Bandeirantes. Meu neto, Eduardo, estava na barreira, e pouco rodado em fundamentos competitivos se adiantou um pouco. O juiz, que deveria ser orientador nesta categoria, não aplicador de sentenças, deu-lhe o cartão amarelo. Na nova cobrança, ouviu uma voz dizendo: “Sai!” Que poderia ser do banco de reservas, como opção de diminuir o espaço ao batedor, ou da mãe, para sair da barreira e não levar uma bolada. Tudo deveria ser lúdico, divertido, um aprendizado do esporte se o imbecil do árbitro, totalmente despreparado para o exercício da profissão, não o tivesse colocado para fora. Inacreditavelmente ele expulsou o Eduardo da quadra.

Se carrego um orgulho comigo após jogar futebol por 23 anos, sendo 17 profissionalmente, é o de jamais ter sido expulso de campo. Ou de quadra. Aprendi com meus mestres, que eram professores, pais e árbitros humildes que ser expulso significava uma séria indisciplina. Uma subversão a ordem. Além de deixar meus companheiros em desvantagem na guerra ao abandoná-los com 11 contra 10. No máximo, recebi dois cartões amarelos por ter colocado, segundo o comentarista de arbitragem da TV Globo, “força desproporcional na disputa de bola”. Acontece que Eduardo é bem melhor que seu avô, pela sua gentileza, disciplina, educação e saiu chorando da quadra sem entender o rigor da sua punição. Seu treinador, Cidcley, afirmou certo dia:


– Dudu é tão fino que nem falta sabe fazer.

Estão dando aos árbitros poderes demais. Quando erram, são apenas afastados, não cumprem pena em regime aberto por fecharem os sonhos de uma criança. Muito menos vão para casa de tornozeleira eletrônica quando sua insensibilidade obriga um menino retirar as suas de crepe em meio às lágrimas e a prática da sua maior paixão. Eduardo, minha filha Roberta, seu pai, o Dr. Bruno Araújo, seu irmão Felipe e a minha neta, Luisa, que a tudo assistiram, retornaram a Três Rios dispostos a retirá-lo não apenas do futsal, mas do esporte. Uma ferramenta tão importante na formação do cidadão, ao lado da educação, é afastada de sua formação pela irresponsabilidade de um soprador de sonhos. E de apitos.

O recado é para a Rede Bandeirantes de Televisão, que organiza o torneio de futsal infantil da nossa região: ao escalar árbitros para apitar partidas das novas gerações, mostrem a eles que os meninos estão por ali buscando uma outra conquista. Não aquela efêmera exposta no placar ao final da partida, mas a que transcorre num aprendizado de postura, ética, interação social que vai ultrapassar o tempo estabelecido pela mesa. E será, ou deveria ser se os deixassem ficar, não sair daquele jeito, uma singela lição para o resto de suas vidas.

A BOLA VAI ROLAR

por Gabriel Sarmento


Cansados da maneira como o futsal do Rio de Janeiro está sendo tratado, amantes do esporte se reuniram para criar uma nova filosofia de trabalho dentro do jogo da “bola pesada” e assim surgiu a Liga Carioca de Futsal. O torneio terá sua primeira edição neste ano e já atrai a atenção de muitos times da capital e também da região Centro-Sul Fluminense e de Niterói.

Além do comprometimento com a inovação e a credibilidade, os organizadores têm, como objetivo principal, criar torneios mais atrativos e sérios para os amantes do esporte.

Um dos organizadores, Thomaz Spinelli falou sobre o que motivou ele e os sócios a tomarem a atitude de colocar o projeto para funcionar.


– Eu e meus sócios fomos organizadores de um time durante sete anos e sempre tivemos dificuldades com relação a torneios de futsal. Alguns exemplos de falta de organização, falta de premiação em dinheiro e outros problemas que fomos absorvendo durante esses anos. Nosso objetivo agora é criar o melhor ambiente possível para que os atletas e comissões possam ter prazer em sair de casa para jogar.

A Liga Carioca de Futsal vai ser disputada no CSSE, no bairro Riachuelo, zona norte do Rio, na quadra onde Phillipe Coutinho, da seleção brasileira e do Liverpool, deu seus primeiros chutes. O torneio conta com uma boa premiação em dinheiro para campeão, vice e terceiro lugar, além de um valor pago para artilheiro, destaque do campeonato e melhor goleiro. Vale lembrar que o campeão e o vice ainda levam para casa um jogo de uniformes.

O torneio está apadrinhado pelo atual melhor goleiro de futsal do mundo, Léo Higuita, que defende o Kairat do Cazaquistão e foi naturalizado pela seleção local e também pelo goleiro nascido e criado no Riachuelo, André Deko, que já defendeu as cores da seleção e defende as cores da Assoeva na Liga Nacional de Futsal.

Para mais informações sobre a Liga Carioca de Futsal acessem: www.facebook.com/ligacariocafutsal

OBRIGADO, FALCÃO!

Depois de quase 20 anos vestindo a amarelinha e dando show dentro de quadra, o craque Falcão faz hoje seu último jogo pela seleção brasileira, contra a Colômbia, às 10h! Relembre grandes lances do rei das quadras! Obrigado, Falcão!

SALÃO NOBRE

por Marcelo Rodrigues


Amigos, tudo bem?

Saudades de escrever nesse espaço maravilhoso e de tantas matérias e gênios do nosso esporte.

Mas pensei em falar sobre nosso Futsal, arranhado por desmandos na Confederação, com muitas federações falidas, com alguns times da Liga Nacional passando muitas dificuldades e com uma vergonhosa desclassificação nas oitavas de final do Mundial 2016 na Colômbia.

Começo com a cronologia do erro:

Trinta anos do mesmo presidente na Confederação, várias contas não aprovadas em assembléias e processos trabalhistas, cíveis e criminais levaram a Confederação ao caos. 
A nossa preparação começou equivocada. Indo um pouquinho mais pra trás, 
em 2005, a Confederação com muito dinheiro, trouxe PC de Oliveira ao comando técnico. Ele se cercou e estruturou a Seleção. Voltamos a vencer. Aí foi mandado embora. Assumiu seu auxiliar, Pipoca. Foi campeão mundial em 2012. Foi mandado embora. 

Aí chamaram o Ney Pereira e disseram a ele que ele deveria renovar. Ele, claro, pensou em renovar mas não abriu mão dos veteranos pra fazer a transição. Aí o novo diretor de Seleções deu o ultimato: só jogadores novos. Ele teria que não convocar Falcão e cia.

Os 30 principais jogadores brasileiros  no mundo negaram-se a participar da Seleção. Ficamos quase um ano sem jogar.

Mandaram o Ney embora e trouxeram o Serginho, que na crise, também saiu.
O presidente caiu porque as contas não foram aprovadas, fizeram novas eleições e entrou o presidente Madeira, da Federação Mineira.

Ele anunciou a volta do PC mas não acertou contrato. Voltou o Serginho.
Isso há um ano e meio e até hoje ninguém da Comissão Técnica recebeu salário.

Treinamos 15 dias para o mundial e deu no que deu. Fomos eliminados pelo Irã nas oitavas. 

Apesar de todo esse panorama negativo, é bom frisar que a evolução do jogo no mundo vem acontecendo.

O Irã faz intercâmbio com a Rússia e eles jogam quatro vezes por ano. 

Treinaram oito meses com os 11 principais jogadores atuando no Irã. Outros dois, Tayebi e Hassanzadeh, jogavam na Rússia e voltaram ao Irã pra se juntar ao grupo.

A Argentina vem fazendo triagens com jovens em todos os municípios do país. Um trabalho fenomenal e vai crescer ainda mais no cenário mundial. Já conseguiu o título por um trabalho excepcional desenvolvido há dois anos. Eles aprenderam a jogar Futsal.

A Rússia é espetacular e deixou escapar o título mais fácil da história. 
Então nós temos que planejar, estruturar, organizar e desenvolver projetos de dois, quatro e oito anos para as próximas gerações terem a possibilidade de seguir e retomar a honra do Futsal Brasileiro. 

Até o dia 14/10 nós teremos a definição do novo treinador. E que com ele venha um projeto sério, macro, de União entre os vários grupos que querem o poder na modalidade, com trabalho sério e busca da excelência para um futuro de vitórias.

Se acharmos novamente que basta juntar os “caras” duas semanas antes como era antigamente, vamos levar nosso 7×1. Aliás já levamos. O 4×4 contra o Irã foi o 7×1 do Futsal.

Agora é seriedade e planejamento. 

Boa Sorte e Futsal na Veia.

RESENHA DE CAMPEÃO

vídeo: Rodrigo Cabral

No último mês, a Índia foi palco de um torneio de futsal internacional, o Futsal Premier! Com grandes lendas dentro de quadra, como Ronaldinho Gaúcho, Giggs, Crespo, Cafu e Falcão, do futsal, a competição reuniu seis times. 

Vale destacar que, fora das quatro linhas, os times também estavam muito bem representados. Dos seis, três eram treinados por ídolos brasileiros no esporte: Ney Pereira, Bocão e Sérgio Sapo.

A equipe do Museu da Pelada reuniu os treinadores para uma divertida resenha no Caldeirão do Albertão. A ausência ficou por conta de Sérgio Sapo, que foi representado pelo pai.

– Modéstia à parte, eu jogava muito mais do que ele! – comentou, para a gargalhada de todos.

Campeão, Ney Pereira já foi eleito o melhor treinador de futsal do mundo pela Revista Futsal Planet! Bocão é ídolo na Espanha por incansáveis golaços e Sérgio Sapo já foi bicampeão mundial.


O craque Bocão foi o técnico do time de Ronaldinho Gaúcho