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UMA HOMENAGEM AOS HERÓIS DE 70

1 / janeiro / 2020

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Nessa primeira coluna do ano faço questão de homenagear os heróis de 70, os personagens que apresentaram ao mundo uma nova forma de jogar bola e que até hoje serve de inspiração para grandes times, como Barcelona, e técnicos, como Josep Guardiola.

Em 2020, comemora-se 50 anos da conquista do Tri e guardarei para sempre aqueles dias que passamos no ensolarado México. O grupo era especialíssimo, uns respeitavam os outros até porque era comandado por dois bicampeões do mundo, Zagallo e Pelé. Ninguém ousava uma reclamação por ir para a reserva por respeito ao Rei. Ter referências na vida é fundamental para a nossa formação.

Eram três goleiros espetaculares, Félix, Ado e Leão. Félix passava gomalina na tentativa de se igualar aos seus dois reservas, galãs de primeira, Kkkk!!!! Mas nunca é demais lembrar que duas defesas de Félix, contra a Inglaterra e Itália, nos permitiram seguir adiante. Brito, o Cavalo, teve sua convocação muito contestada, mas só reclamou quem não sabia nada de bola. Foi eleito melhor preparo físico da Copa e tinha como parceiro Piazza, um líder nato, que mudou de posição sem reclamar.

Everaldo, por ser mais maduro e marcador, ganhou a posição de Marco Antônio, que avançava sem medo de ser feliz. E Zagallo já achava o time ofensivo demais! Carlos Alberto Torres reinava na posição, mas qualquer problema Zé Maria estava lá para dar conta do recado. Com João Saldanha, a zaga titular das Eliminatórias era Claudio _ lembram-se dele? _ , Carlos Alberto, Djalma Dias, Joel e Rildo, que ficou frustradíssimo com o corte.

Paulo Borges, Toninho Guerreiro e Dirceu Lopes também estavam no time, mas com a entrada de Zagallo alguns nomes mudaram. Zagallo conversava muito comigo e, certa vez, puxou assunto sobre Dadá Maravilha. Joguei com ele no Flamengo e, claro, tem o seu valor, mas se pudesse escolher teria levado Caio Cambalhota. A zaga também tinha Baldocchi, fechadão, na dele, e Fontana, que jogou contra a Romênia. No meio-campo e ataque era aquela constelação: Clodoaldo, Gerson, Rivellino, Pelé, Tostão, Jairzinho, eu, Edu e Roberto Miranda. Rogério foi cortado, mas seguiu com o grupo.

Muitos ficaram de fora, como Arílson, Silva, Eduzinho Coimbra, Scala, Ademir da Guia. Na Copa, tive orgulho de ter sido titular no jogo contra a Inglaterra, considerada por muitos a decisão antecipada. Jogar contra o Peru foi muito emocionante porque nosso rival era treinado pelo mestre Didi.

Na partida contra o Uruguai, Zagallo me mandou aquecer e fiquei feliz na vida. Entraria na vaga de Clodoaldo, que em um momento de pura inspiração, meteu um golaço! Mas ele raramente fazia gols! Olhei para o banco e todos riram, pegaram no meu pé, porque sabiam que aquele gol mudaria os planos do Velho Lobo. E não deu outra, voltei para o banco, Kkkk!!!

Sempre que me deito, esses momentos adoçam a minha mente. Se é nostalgia, não sei, mas dá uma saudade tremenda. Nos últimos dias, recebi ligações de produtoras de diversas partes do mundo, México, Estados Unidos, Inglaterra, França, todas agendando entrevistas para documentários, livros e homenagens. Do Brasil, zero. Ninguém valoriza a memória como americanos e europeus, e nossos irmãos argentinos, chilenos e uruguaios. Eu valorizo e idolatro meus mestres de 58 e 62, e que essa nostalgia continue guiando meus dias e ritmando as batidas do meu coração. Feliz 2020!!

TAGS: PC Caju

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