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UMA COISA JOGADA COM MÚSICA – CAPÍTULO 9

12 / maio / 2023

por Eduardo Lamas Neiva

Fernando Brant é muito aplaudido após a execução da música em homenagem ao América Mineiro, inclusive pelos nossos quatro principais personagens.

João Sem Medo: – Obrigado, Brant, muito prazer. Gostei da tua música.

Idiota da Objetividade: – Gostei também, mas esta música não é a oficial. A marcha que se tornou oficialmente o hino do América mineiro foi composta por Vicente Motta, também autor do hino do Clube Atlético Mineiro.

Ceguinho Torcedor: – Ah, Idiota, deixa de tanta objetividade!

João Sem Medo: – No hino oficial do América, a letra destaca a classe aristocrata do clube.

Garçom: – Desculpe por me intrometer, senhores. Mas não teve uma história de um jogador no Fluminense que usava pó de arroz?

Ceguinho Torcedor: – Há controvérsias…

Idiota da Objetividade: – Que nada, tá na História.

João Sem Medo: – Carlos Alberto era um mulato que foi do segundo time do América do Rio pro primeiro time do Fluminense, ainda na década de 10, e passava pó de arroz no rosto por causa do racismo. Nos jogos entre os dois times, os torcedores do América chamavam o Tricolor das Laranjeiras de “pó de arroz”. Mas esta história é polêmica, há muitas versões.

Idiota da Objetividade: – A versão oficial do Fluminense é que Carlos Alberto desde os tempos em que jogava no América já passava pó de arroz após fazer a barba. E num jogo, em 1914, entre os dois times, pouco depois de 13 jogadores do América se transferirem para o Tricolor…

Ceguinho Torcedor: – Entre eles o monumental goleiro Marcos Carneiro de Mendonça!

João Sem Medo: – Isso mesmo, ele e um irmão dele.

Idiota da Objetividade: – Naquele jogo de 1914, a torcida americana vendo o suor fazer o pó de arroz sair do rosto de Carlos Alberto, ex-jogador do seu clube, começou a gritar como ofensa “pó de arroz, pó de arroz”. Mas, segundo o Fluminense, a torcida tricolor abraçou o jogador e adotou o pó de arroz.

Garçom: – Ah, senhor Idiota, o senhor me desculpe, mas eu não caio nessa, não.

Idiota da Objetividade: – Eu só relato o que está na versão oficial do clube. Você pode ir ao site do Fluminense e procurar.

João Sem Medo: – Versão oficial quase nunca é verdadeira, a História deste país só confirma o que digo.

Ceguinho Torcedor: – Carlos Alberto era um bom rapaz, muito fino, elegante. Ele entrava em campo e a torcida da geral gritava “Pó de arroz”. Um dia ele não jogou e os gritos continuaram.

João Sem Medo: – O Fluminense era mesmo “Pó de arroz”, querendo ser mais chique, mais elegante, mais aristocrático que os outros.

Garçom: – Amigos, aproveitando a deixa tricolor, vamos receber aqui no palco do Além da Imaginação, Américo Jacomino, mais conhecido como Canhoto, para tocar o seu tango “Fluminense”.

Todos aplaudem.

Canhoto: – Muito obrigado. Este tango em homenagem ao Fluminense foi gravado originalmente em 1927, pela Odeon.

Ao fim da execução do tango “Fluminense”, por Canhoto, toda a plateia aplaude o artista, que deixa o palco agradecendo. Há uma pequena dispersão, alguns vão ao banheiro. Ceguinho Tricolor pede ajuda para fazer o mesmo e é levado pelo Sobrenatural de Almeida numa rapidez de coelhinho de desenho animado. Assombroso!

Com todos de volta aos seus lugares, o papo é retomado, com Ceguinho dando o primeiro passe.

Ceguinho Torcedor: – O mulato Friedenreich, que tinha olhos verdes, também queria parecer branco e passava horas tentando achatar o cabelo duro e rebelde no vestiário. Usava uma toalha, pois o pente não bastava. Era craque, artilheiro, mas entrava quase sempre por último em campo. E era sempre ovacionado.

Sobrenatural de Almeida: – Ele acabava chamando mais atenção, ainda mais com aquele cabelo cheio de brilhantina. Um assombro!

Todos riem.

Fim do capítulo 9

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