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UM CANHOTO DECIDINDO DE DIREITA

13 / agosto / 2017

por Matheus Rocha


Elivelton comemorando gol na final

13 de agosto de 1997: Avenida Catalão já estava cheia desde o Anel Rodoviário. Faltavam poucos quilômetros, mas muito tempo para chegar no Mineirão. Tudo parado, ou como um bom mineiro: “tudo agarrado”. Eu com meus 15 anos esperando ver aquilo que ouvia meu pai contar sobre Piazza, Nelinho, Joãozinho e Raul.

Nem sabíamos como havíamos chegado lá: perdemos as três primeiras partidas da fase de grupo, trocamos o técnico e ganhamos as outras três, inclusive contra o Grêmio no Olímpico.

Ainda estava clara na memória o gol do Fabinho nas quartas de finais, contra o mesmo Grêmio, no Olímpico: aos 15 minutos do segundo tempo, machucado, recebeu a bola na área, matou no peito e jogou para o fundo das redes de Danrlei, sendo substituído na sequência. O Grêmio reagiu e ainda virou o placar para 2 a 1, mas aquele gol na vontade de vencer me marcou. Classificamos por termos ganhado de 2 a 0 no primeiro jogo.


Camisa oficial de 1997

Chegamos ao Mineirão. Fomos para o mesmo lugar de sempre: bar 15, de frente para o centro do gramado, do outro lado das cabines de rádio, na arquibancada de baixo. O adversário era o Sporting Cristal do Peru, o qual já tínhamos ganhado por 2 a 1 no Mineirão na fase de grupos. Mas ao invés dos 8 mil torcedores da primeira fase, o velho Mineirão tinha 95 mil torcedores para empurrar o Cruzeiro.

Passou o primeiro tempo. A final já durava 135 minutos e ninguém tinha marcado um gol sequer. O primeiro jogo truncado em Lima se repetia em Belo Horizonte. A tensão tomava conta da torcida.

Dida operara milagres desde a fase de grupos, mas após uma falta cobrada por Solano perto da área do Cruzeiro, aos 20 minutos do segundo tempo, o goleiro espalmou a bola nos pés do atacante peruano na pequena área. Um silêncio ensurdecedor tomou conta do Mineirão. Todo cruzeirense tem essa imagem na cabeça: em uma recuperação espetacular, Dida cresceu e defendeu o segundo chute feito da linha da pequena área. Aquela defesa incendiou a torcida mais uma vez.

Após este lance, a tensão já não se controlava nos quase 100 mil presentes. Eu olhava fixo para o gramado, sem reação e já esperando uma disputa de pênaltis.


Ilustração da Libertadores no Barro Preto (bairro da sede do Cruzeiro)

Passaram 10 minutos do milagre do Dida para que após uma cobrança de escanteio, a zaga peruana rebatesse e o canhoto Elivélton pegasse de primeira, de direita, fazendo a bola passar lentamente debaixo do goleiro. A bola morreu mansinha no cantinho da rede do gol de Julio Cesar Balerios. O Mineirão estremeceu novamente, acordou o gigante da Pampulha.

Agora éramos nós e o relógio. Cada segundo precioso, cada minuto uma eternidade. Até que soa aquele apito do argentino Javier Castrilli.

Acabou!!! Somos bi campeões da América!!!

Depois de 21 anos, a espera havia acabado. Hoje, fazemos 20 anos do segundo título. Podem esperar que ano que vem tem mais!!!

 

 

 

 

 

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