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SOLICH X FLÁVIO COSTA

25 / fevereiro / 2025

por Elso Venâncio

O Fla-Flu decisivo de 1963, época que o Campeonato Carioca se destacava como a competição mais importante do país, detém o recorde mundial de público entre clubes: 194.603 pagantes, fora os penetras de sempre. Frente e frente estavam os rivais e desafetos: Flávio Costa, comandando o Flamengo, e Fleitas Solich, no Fluminense.

Flávio nasceu em Carangola/MG. No Flamengo, se tornou um lateral raçudo, mas com pouca técnica, recebendo o apelido de “alicate” por conta dos seus carrinhos, que nem sempre visavam a bola. Já o paraguaio Solich, um meia clássico, começou no Nacional de Assunção e fez sucesso no Boca Juniors, onde foi tetracampeão argentino.”El Maestro” estreou com 18 anos na Seleção Paraguaia, tendo disputado quatro edições do Campeonato Sul-Americano, atual Copa América. Líder nato, costumava acumular as funções de jogador e técnico por onde passava.

Como treinadores, tanto Flávio Costa quanto Fleitas Solich foram tricampeões estaduais pelo Flamengo. Flávio o fez em 1942, 1943 e 1944, no primeiro tri da história rubro-negra. Solich igualou o feito em 1953, 1954 e 1955, já na era Maracanã. Reconhecido por Zagallo como seu mestre no futebol, o”Feiticeiro Paraguaio” é o segundo técnico com mais jogos à frente do Flamengo: 504. Só fica atrás do próprio Flávio Costa, com as suas 765 partidas.

Considerado um treinador linha dura, Flávio Costa foi contratado pelo Vasco para domar as feras do Expresso da Vitória. Trata-se do maior esquadrão da história cruzmaltina, até hoje um dos maiores do futebol mundial, marcando época de 1944 e 1953. Foi comandando esse timaço que Flávio conquistou o Sul-Americano de 1948, equivalente à Copa Libertadores da América. Também dirigiu a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1950, deixando escapar o título mundial na histórica derrota para o Uruguai. Apesar do trauma, seguiu em atividade, alcançando o status de ter oito títulos cariocas: cinco pelo Flamengo (1939, 42, 43, 44 e 63) e três pelo Vasco (1947, 49 e 50). Como primeiro campeão do Maracanã, o Vasco teve o direito de escolher o lado da sua torcida na arquibancada. Também constam no currículo de Flávio Costa passagens por Portuguesa-RJ, Santos, São Paulo, America, Bangu, Colo-Colo (do Chile) e Porto (de Portugal). 

Fleitas Solich, por sua vez, encerrou a carreira podendo se orgulhar de ter lançado os dois maiores artilheiros do Flamengo em todos os tempos: Dida e Zico. Dirigiu a Seleção Paraguaia, na Copa de 1950 e no título sul-americano de 1953, e também a Peruana, além de ter sido cotado para comandar a Brasileira no Mundial de 1958. Entre os clubes, trabalhou em vários, incluindo Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Fluminense, Atlético Mineiro, Bahia e Real Madrid (da Espanha). 

Na decisão do Carioca de 1962, o lendário Flávio Costa colocou Gérson para ajudar Jordan na marcação de Garrincha. Após o Flamengo perder o título para o Botafogo (do técnico Marinho Rodrigues), Flávio discutiu com Gérson, ocasionando a saída do Canhotinha de Ouro para o rival campeão.

No Fla-Flu de 1963, o Maracanã entupido de gente fazia lembrar a Copa de 1950. O Flamengo, dono da melhor campanha, chegou para o clássico com a vantagem de ser campeão com o empate. Flertou com a derrota num lance em que Escurinho, na grande área, tentou encobrir Marcial. Muitos tricolores ficaram de pé, já vibrando, mas se calaram diante da defesa do goleiro rubro-negro. Marcial ainda segurava a bola quando o árbitro Cláudio Magalhães apitou pela última vez. Melhor para o Flamengo (e também para Flávio Costa, campeão diante de Fleitas Solich).

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