LEMBRA DO RODRIGUES NETO? FOI O CASCA-GROSSA NA COPA DE 78
Foi ídolo no Flamengo, no Fluminense e no Inter. Hoje, faria anos o lateral-esquerdo que encantou os argentinos no Mundial de 1978
por André Felipe de Lima

Ele curtia os atores Gary Cooper, John Wayne (e porque ninguém é de ferro) a estonteante Sônia Braga. Diziam que gostava de churrasco com farofa e de um carteado com amigos, mas apenas para passar o tempo, sem grana na jogada. Esse perfil está na antiga coleção Futebol Cards, com a qual a garotada, hoje na casa dos cinquentinha, se divertia entre 1979 e 1980. Réu confesso, fui um daqueles “fominhas” pelos disputadíssimos cartões com chiclete. Mas o camarada do cartão a que me refiro chama-se José Rodrigues Neto, um mineiro que hoje completaria 73 anos.
Foi um lateral-esquerdo valente, excelente marcador. O estilo seduziu Claudio Coutinho, que, além de técnico da seleção brasileira, também treinava o Flamengo, onde o titular da posição era o incomparável Junior. Coutinho ignorou Junior e levou Rodrigues Neto para a Copa do Mundo de 1978, na Argentina.
Começou na reserva, mas com o ímpeto nos treinos convenceu Coutinho de que seria importante para a defesa, onde também se destacava Amaral. Aliás, como esquecer aquela rebatida na bola, em cima da linha do gol, no jogo contra os espanhóis? Amaral era sensacional. Mas o papo (e prossigamos) é com o Rodrigues Neto, que também foi um leão na grande campanha do Brasil naquela Copa do Mundo fajuta, arranjadinha pela ditadura argentina para que eles, os hermanos, fossem os campeões.
Ficamos com um honroso terceiro lugar, e Rodrigues Neto lavou a alma com os apupos que justamente recebera. Afinal, ele teria ido para a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha, não fosse uma até hoje mal explicada história em que o jogador abandonou o escrete durante uma excursão à Europa, no ano anterior. Ao dar de ombros para a delegação, que se encontrava em Berlim, o lateral selara seu destino longe da seleção brasileira. Pelo mesmo enquanto Zagallo fosse o técnico. Pelo menos até o fiasco do Brasil na Copa de 74.
Inventaram de tudo como motivo para Rodrigues Neto ter abandonado a seleção em 73. Citaram, inclusive, a trágica morte da primeira esposa dele, ocorrida em 1970, durante um parto prematuro. Rodrigues não estaria bem psicologicamente e por isso andava fazendo bobagens; também maldosamente comentaram que estaria enrabichado com amantes e que até teria se recusado a fazer um tratamento psiquiátrico sob recomendação do Flamengo após a morte da esposa. Porém o próprio jogador desfez o emaranhado de especulações e disse que decidiu deixar a seleção porque estava machucado e de nada adiantaria brigar pela posição com Marinho “Bruxa” Chagas e Marco Antônio, o reserva do Everaldo na Copa de 70.
A vida seguiu. O lateral impressionou os argentinos na Copa seguinte e ficou por lá mesmo, em Buenos Aires. Poucos meses após a vexatória competição organizada pela Fifa, o Ferro Carril Oeste, que na época peitava os grandões Boca Juniors, River Plate, Independiente, San Lorenzo e Racing, contratou o brasileiro. Rodrigues Neto estava com 29 anos: “Aqui, na Argentina, o jogador é mais respeitado como ser humano. No Brasil, você é considerado acabado quando passa dos 27 anos. Mesmo assim, não entendo como lá, no Brasil, possam se surpreender com meu sucesso no Ferro Carril Oeste. Ora, em julho de 1978 eu era titular da seleção brasileira!”
Veja só o que César Luiz Menotti, técnico da seleção da Argentina campeã da Copa de 78, dizia do Rodrigues Neto: “Lástima que El Negro Neto no sea argentino”. Pois bem, ele era respeitadíssimo e sempre garantiu jamais ter sofrido alguma cena de racismo na temporada que passou em Buenos Aires. Já “coroa”, com 35 anos, defendeu o Boca Juniors, mas a passagem pela Bombonera durou muito pouco. Nem um ano inteiro.
Rodrigues Neto jogou pelo Flamengo. Chegou à Gávea após ser “descoberto” pelo olheiro e massagista Mineiro, em 1965. Com o Rubro-negro, foi campeão carioca de 72 e de 74. No troca-troca da dupla Fla-Flu, ele acabou indo para as Laranjeiras no ano seguinte. No Fluminense, foi o lateral canhoto titular da Máquina montada por Francisco Horta, e foi campeão carioca de 1976. Do Tricolor foi para o Botafogo, em fevereiro de 1977, ocupar a lacuna deixada pelo Marinho Chagas. Não ganhou nada lá. Era um tempo difícil demais para o Alvinegro, que mesmo assim montou um timaço, que incluía Paulo Cezar Lima e outros cobras sensacionais. Mas Rodrigues Neto queria ser novamente campeão, e foi com Inter, em Porto Alegre, ser feliz novamente, erguendo taças.
O futebol é generoso para quem o leva a sério e é, sobretudo, competente com a bola nos pés. Rodrigues Neto foi tudo isso e um pouco mais.
Do sucesso nos gramados a um susto tremendo muitos anos depois. Em 2015, Rodrigues Neto descobrira, pela imprensa, que havia… morrido. Vários jornais, sobretudo da Bahia, e sites esportivos conceituados publicaram a notícia, com obituário, lástimas e tudo o mais. Mas o Rodrigues que verdadeiramente morrera foi um ex-ponta-esquerda que defendeu o Flamengo, a Portuguesa de Desportos e o Cruzeiro.
Após dias internado no Hospital de Bonsucesso, na zona norte do Rio, Rodrigues Neto nos deixou, no dia 28 de abril de 2019, em decorrência de uma trombose que, por sua vez, foi intensificada pela diabete.
O CRAQUE, O SUPERCRAQUE E O GÊNIO
por Marcos Fabio Katudjian

Muitos foram os jogadores que passaram diante dos meus olhos nesses anos todos. Milhares deles, dos mais diferentes tipos: atacantes, defensores, altos, baixos, destros, canhotos, enfim, poderia dividi-los de acordo com uma série de critérios. A qualidade, porém, é sem dúvida o tipo de classificação que mais interessa ao torcedor.
A imensa maioria dos futebolistas é composta pelos jogadores comuns. Existe uma enorme diversidade nesse grupo, desde os “tranqueiras”, a base mais ampla da pirâmide até os candidatos a craques. Um jogador comum se define pelo seguinte: o torcedor – na sua visão do jogo a partir da arquibancada – enxerga uma determinada possibilidade para o lance, uma resolução ótima para a jogada. E esse desenvolvimento ideal do lance não é enxergado pelo jogador comum. Outra possibilidade é que o jogador comum enxergue, sim, esse desenvolvimento ideal, mas não consegue realizá-lo com competência.
Então, se o torcedor imagina um passe milimétrico no meio da defesa, o jogador comum erra o passe. Se o torcedor imagina uma bomba indefensável para o gol, o jogador comum oferece apenas um traque pela linha de fundo. Se o torcedor imagina um tremendo passe de primeira, o jogador comum acaba ficando tempo demais com a bola. Se o torcedor imagina um drible maravilhoso e desconcertante, o jogador comum dá de canela ou tropeça na bola.
Resumindo, o jogador comum é o que está sempre aquém da imaginação do torcedor.
Acima do jogador comum, minoria absoluta entre os futebolistas, existe o craque. O craque é aquele que não está aquém do que o torcedor vislumbra como a melhor solução lance a lance. O craque pensa e realiza a jogada da mesma forma que o torcedor imaginou. O pensamento do torcedor caminha par-a-par com as ações do craque. Em outras palavras, o craque entende o torcedor e lhe entrega uma qualidade de jogo muito próxima do idealizado por ele. E por essa razão o craque é amado pela torcida.
Acima do craque há o supercraque, um tipo ainda mais raro de jogador, que tem a capacidade de estar à frente do que o torcedor imagina. O supercraque antecipa a visão do torcedor e, por isso mesmo, é capaz de surpreendê-lo. O torcedor imagina um passe lateral, mas o supercraque coloca o centroavante na cara do gol. O torcedor imagina um bom passe, mas o supercraque desfere um petardo no ângulo do goleiro. O torcedor imagina um recuo de bola, mas o supercraque avança com um drible desconcertante. Enfim, o torcedor imagina algo e o supercraque entrega mais do que o torcedor imagina.
Desnecessário dizer o nível de idolatria que o supercraque desperta. São jogadores cujos nomes são eternizados, marcados a ferro e fogo na história do futebol.
E acima do supercraque há o gênio. Da mesma forma que o supercraque, o gênio antecipa o que torcedor imagina. Mas há algo a mais no gênio que não encontramos no supercraque. E aqui entramos no terreno do intangível. Os movimentos do gênio não parecem ser gerados por ele mesmo. Quer dizer, o jogo do gênio não é apenas a expressão de uma competência extrema que ele possui. O gênio parece beber em uma fonte de criatividade superior. Uma fonte que não lhes pertence, mas que são capazes de acessar.
Por isso, ao assistir um gênio jogando temos uma sensação de que seus movimentos não são surpreendentes apenas para a plateia, mas também para eles próprios.
Os gênios do futebol são responsáveis por elevar o status do futebol, de esporte para arte. E assisti-los em seus grandes momentos pode ser descrito como uma experiência mágica, reveladora e de verdadeira epifania.
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E há ainda outro patamar, acima do craque, do supercraque e do gênio. O patamar mais elevado de todos, nem sequer citado no título por ser mais do que raro, absolutamente único. Um patamar que foi ocupado apenas uma vez na história do esporte. Incomparável, inatingível, verdadeiramente hors concours. Esse patamar se chama PELÉ, sobre o qual nada pode ser dito, pelo simples fato de não haver palavras.
A SELEÇÃO BRASILEIRA DE 1982
por Luis Filipe Chateaubriand

O primeiro jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982 foi contra a União Soviética.
O Brasil ganhou por 2 x 1, mas os soviéticos tiveram dois pênaltis a seu favor não assinalados.
O segundo jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982 foi contra a Escócia.
Time escocês apenas mediano, foi goleado por 4 x 1.
O terceiro jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982 foi contra a Nova Zelândia.
Time neozelandês fraquíssimo, foi goleado por 4 x 0.
O quarto jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982 foi contra a Argentina.
Atuação de gala do “escrete canarinho”, que venceu por 3 x 1.
O quinto jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982 foi contra a Itália.
A Itália jogou melhor, venceu de 3 x 2 e eliminou a Seleção Brasileira.
O resumo da ópera?
Ganhando de times fracos, vencendo jogo com o adversário sendo “garfado” e jogando pior do que quem jogou com bravura, a Seleção Brasileira de 1982 esteve longe de jogar o futebol de almanaque que se apregoa por aí.
COPA DESVALORIZADA
::::::: por Paulo Cézar Caju :::::::::

Depois do jogo do Brasil, fui dar um passeio pelo Leblon e vi a galera em festa, os bares lotados e um clima de otimismo no ar! É claro que estariam todos assim depois de uma goleada dessa, mas é importante ressaltar que ainda não enfrentamos nenhuma seleção à altura.
Diferente de Sérvia e Suíça, que se fecharam na zaga e tentaram surpreender o Brasil no contra-ataque, os coreanos partiram para tudo ou nada, deram espaço para os nossos atacantes e o resultado foi logo uma goleada de 4 a 0 no primeiro tempo. Na outra decisão, a Croácia sofreu para eliminar o Japão, nos pênaltis, e apesar de ter chegado à final na última edição, também não acho que esteja no mesmo nível da seleção canarinho.
A verdade é que demos muita sorte tanto no sorteio quanto no decorrer da Copa do Mundo e só vamos enfrentar adversários complicados na semifinal e na grande decisão! Se passarmos da Croácia, por exemplo, teremos pela frente a Argentina, comandada por Messi, ou a Holanda, que vem se destacando pelo coletivo. Vale lembrar que a Holanda nos eliminou em 2010, venceu a gente na decisão de terceiro lugar em 2014 e fomos vice da Argentina na final da Copa América.
Na final, apostaria na chegada da França, que, mesmo desfalcada de Kanté, Pogbá, Benzema e cia., tem sobrado na competição. Ainda sobre a França, gostaria de ressaltar o poder de decisão da Mbappé! Aos 23 anos, o atacante já tem um Mundial no currículo e soma nove gols no maior torneio do mundo. Se mantiver o nível, será de longe o maior artilheiro de todos os tempos da competição nas próximas edições. Difícil será superar Just Fontaine, que marcou incríveis 13 gols em 1958, quando ainda eram seis jogos, e é até hoje o maior artilheiro de uma única edição. Também tenho gostado do futebol apresentado pela Inglaterra, que está com confiança e se classificou sem dificuldades para as quartas!
No mais, sinto que essa Copa do Mundo tem apresentado um baixíssimo nível técnico, com muitas zebras e totalmente nivelada por baixo. Torço muito para que os últimos jogos me surpreendam!
Pérolas da semana:
“Com consistência e intensidade, o jogador de beirinha apresenta uma leitura de jogo versátil para fazer a transição no corredor, atacar o espaço e superar as duas linhas de quatro no último terço do campo”.
“Para zerar a bola viva, o cão-de-guarda faz ligação direta dando tapa na orelha da bola por dentro, acionando os alas verticais pela diagonal e balançando para compensar o desnível da última linha”.
O FUTEBOL É SIMPLES
por Serginho 5Bocas

PC Caju está constantemente criticando em suas crônicas no “museudapelada” e eu assino embaixo que o negócio é chato demais. É um tal de tentar falar difícil e criar novas formas de se comunicar com o telespectador, que complicam mais do que esclarecem a cabeça do torcedor. Aonde isso vai parar?
João Saldanha deve estar se revirando no túmulo com essa turma iluminada, Luiz Mendes, então, nem se fala, o comentarista da palavra fácil deve se retorcer. Ah que saudades de Mario Vianna com expressões simples e soltas, que diziam mais do que frases pomposas:
“Errrrrou”, “banheeeira” e a melhor de todas: “Gol legalllll”.
O que dizer dos comentários de Washington Rodrigues, o “Apolinho”, que ainda se comunica aos 86 anos, com extrema facilidade, fazendo o torcedor comum entender sem esforço o que aconteceu no campo de jogo.
Suas expressões caíram facilmente no gosto do povo: “Chocolate” significa goleada, “Estopa” é bola na rede, gol. Além delas, podemos citar “Geraldinos e Arquibaldos”, “Mais feliz do que pinto no lixo”, “Briga de cachorro grande”, “Tá tão quente que urubu voa com uma asa e se abana com a outra”, entre tantas outras eternizadas e adoradas pela galera.
Engraçado que eu nunca pensei que fosse chegar no futebol da TV, o que a gente vê amiúde no mundo corporativo. Essa enxurrada de palavras pomposas, escolhidas criteriosamente para causar impacto, um show de neologismo dos mestres do ilusionismo, que deixam a gente se achando burros pra caramba!
Nas empresas em que trabalhei, apesar de clichê, sempre foi relevante para se sentir incluído, saber o significado de termos estrangeiros: “follow-up” para acompanhar um processo; “feed-back” para dar um retorno de alguma solução ou problema; “networking” para saber com quem podemos contar em nossa rede de relacionamentos profissionais, entre outras, mas no futebol, nunca achei que esses modismos iriam emplacar, me enganei, tá na moda.
O futebol atual está surfando esta mesma onda e hoje é comum escutarmos termos, que a gente tem que traduzir para acompanhar o jogo. Uma tragédia ou seria comédia?
Agredir ou quebrar a bola é simplesmente ir de encontro a bola, chutando ou cabeceando a pelota. Aqueles pontas endiabrados que tanto alegraram nossas tardes partindo pra cima dos laterais rumo à linha de fundo, agora são jogadores de beirada do campo. O time que joga com as linhas altas veio substituir o que chamávamos de marcação pressão no campo do adversário e a famosa segunda bola, caso não esteja enganado é o antigo rebote, que o cabeça de área marcava na meia-lua de um córner, quando seu time atacava.
Hoje temos visto vários ex-jogadores, que não foram tão bons em campo, mas são muito bons de relacionamento fora dele, se empregando com bons salários nas redes de TVs, porque se adaptaram rapidamente a esta realidade. Nem precisa saber interpretar ou antever algum movimento das equipes, basta gravar algumas pérolas dessas e falar na hora certa dentro de um contexto, que está tudo bem, uma savana, um deserto de pensamentos e ideias.
O conteúdo de suas respectivas análises é verborrágico, precário, repetitivo e sempre agradando o narrador manda chuva, que manda mais do que o diretor, mas ninguém que assiste liga mesmo, pois está todo mundo entretido com as estatísticas, que também não servem para nada, mas que causam muito impacto, ou alguém não acha importante saber que a Suiça não vence Senegal há 50 anos, sem nunca ter jogado contra? Vai vendo…
Nesta seara da fala rebuscada, talvez o grande mestre atual seja o técnico da seleção brasileira Tite, que faria o ex-treinador Sebastião Lazaroni, mestre dos mestres desta técnica oratória do passado, se sentir pequeno. Recentemente ouvi coisas que peço ajuda para entender: “extremo desequilibrador”, “treinabilidade”, “Rec 5”, “sinapses no último terço”, “performar com resultado”, entre tantas outras, que me deixou na dúvida. Por que será? Chupa que é de uva!
Prefiro ter o trabalho de pensar por mim mesmo, ver o futebol de forma simples e curtir a máxima do grande ex-jogador, hoje grande escritor e comentarista de futebol Tostão, que sempre foi simples no campo e na pena, mas que cunhou: “Humildade não é o conhecimento do que somos, mas o reconhecimento do que não somos”, frase de extremo bom gosto que resume a personalidade da fera.
Outra fera do futebol que admirava o simples foi Cruyjff. Certa vez tentando explicar sua visão do futebol, deixou esta pérola: “O futebol é muito simples, mas jogar um futebol simples é a parte mais difícil do jogo”
A música “Parabéns pra você” é simples e antiga, mas nunca mudou a letra, porque agrada e atende o propósito plenamente sem complicar. O simples não é fácil de ser feito, apesar de parecer que é. O futebol é simples, mas porque não complicar se a maioria que ouve gosta disso, não muda de canal e o retorno compensa?
Forte abraço
Serginho 5Bocas