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OS HERÓIS QUE VOAVAM DE VERDADE

30 / maio / 2023

por Zé Roberto Padilha

Até 1970, quando alcançamos nosso tricampeonato, nossos goleiros, como Felix, eram como náufragos. Ficavam isolados naquela ilhota na pequena área e não havia quem os treinasse em separado.

Corriam com a gente, faziam os mesmos exercícios dos que atuavam na linha e, após os treinamentos, ficavam em uma caixa de areia saltando pra lá e pra cá. E os preparadores pediam para cruzarmos bolas sobre a area para saírem do gol.

E era só.

Já em 1974, Leão foi o primeiro goleiro da seleção a ser resgatado do isolamento. Raul Carlesso, da Comissão Técnica da Seleção Brasileira, inovou criando uma nova função, treinador de goleiros, que veio a dar orientações e treinamentos específicos para a posição.

Você só percebe essa evolução técnica assistindo “Gol, o grande momento do futebol “. A maneira como passaram a saltar e se posicionar mudou completamente. E para melhor.

No fim de semana, vendo o goleiro do Cruzeiro não se mexer diante da cobrança da penalidade máxima, cobrada por Gabigol, deu para perceber que seu treinador estudou com ele, Rafael, a melhor maneira de defender.

Como Gabigol precisa que o goleiro salte para um lado para jogar a bola do outro, ao permanecer parado tirou sua concentração e ele acertou a trave.

São mais que treinadores, são orientadores, psicólogos, amigos e psiquiatras. Do contrário, sem esse ombro, os reservas do Fábio já teriam se jogado da ponte.

Desse jeito, rendo minhas homenagens aos que não tiveram tal privilégio. E mesmo assim se superaram, treinavam por conta própria e saiam do gol por sua conta e risco.

E a eles, especialmente ao Gato Félix, tricampeão mundial, uma das pessoas mais educadas com que joguei, no Fluminense, rendo minhas homenagens.

Eles foram os nossos heróis que, ao contrário do National Kid, voavam de verdade.

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1 Comentário

  1. Acyr Gonçalves Trindade

    Muito boa crônica que além de contar a história do treinamento dos goleiros, homenageia esses mais importantes jogadores de um time. Sem dúvida, os mais importantes, porque além de evitarem o gol, orientam os companheiros, a partir da posição privilegiada que têm em campo.
    Excelente lembrança do “Gato” Félix, um goleiraço, e, pessoa simpática que se destacou pela sua técnica e simplicidade.

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