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O ÍDOLO RIVELLINO

2 / maio / 2023

por Elso Venâncio, o repórter Elso

O ídolo de Maradona é um brasileiro:

“Eu cresci querendo ser Rivellino” – dizia ‘El Pibe de Oro’.

Simplesmente, Diego o idolatrava:

“Pelé ou Rivellino?”

“Rivellino!” – respondia, sem pestanejar.

“E Maradona ou Rivellino?”

“Rivellino!”

O ‘Garoto do Parque São Jorge’, famoso por decidir jogos com seus dribles, lançamentos, cobranças de falta, habilidade e elegância com a perna esquerda, foi massacrado pelos próprios corintianos após a derrota de 1 a 0 para o Palmeiras, na final do Paulistão de 1974. A pressão ficou insuportável, com o jejum alcançando duas décadas sem títulos. A Fiel, única torcida do país que usa quando quer o poder que tem, resolveu afastar do clube o tricampeão do mundo, um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, como se fosse ele o único culpado.

Ao mesmo tempo, o Juiz Criminal Francisco Horta assumia o Fluminense. Em 1975, o dirigente conseguiu dobrar uma ‘velha raposa’, Vicente Matheus, folclórico presidente do Timão, contratando o craque para o tricolor carioca. Também tirou Paulo Cezar Caju do Olympique de Marselha e, botando fogo no futebol carioca, instituiu a política do ‘troca-troca’. Rivellino e Paulo Cezar, se jogassem hoje, estariam na Europa disputando o prêmio de melhor do mundo.

Rivellino estreou num sábado de Carnaval, justamente contra seu ex-clube, o Corinthians. No amistoso, fez três na goleada por 4 a 1, diante de mais de 40 mil tricolores no Maracanã. Um mês após chegar ao Rio, conquistou a Taça Guanabara, diante do América, que tentava o bicampeonato. De quebra, marcou o gol do título, no fim da prorrogação. Após um teimoso 0 a 0, soltou a ‘Patada Atômica’ batendo uma falta de longe. A bola explodiu na barreira, mudou de direção e entrou. Horta, das tribunas, entoou:

“É o gol do alívio! Falavam que gastamos muito dinheiro, mas agora o nosso craque é campeão!”

Em seu primeiro Campeonato Carioca, Riva fez um gol histórico contra o Vasco. Cara a cara com o marcador Alcir Portella, aplicou um elástico arrasador, tocando a bola por entre as pernas do adversário. Seguindo o lance, entrou na área, passou por Renê e, quando o argentino Andrada saiu do gol fechando o ângulo, olhou para um lado e chutou no outro. Lance genial do camisa 10 das Laranjeiras!

Mais tarde, Horta chamou outro fora de série para conversar:

“Mestre Didi, você vai ser campeão da Libertadores e do mundo. Depois, assume a Seleção. Que tal? Topa ser meu técnico?”

“Topo, Presidente”.

O destino roubou o sonho do título brasileiro e da Libertadores. Derrotas para o forte Internacional, de Porto Alegre, em 1975, e para o fraco Corinthians, nos pênaltis, no ano seguinte. Dois jogos, duas semifinais, ambas no Maracanã. Ainda assim, aquele timaço fez História. A Máquina Tricolor tornou-se bicampeã carioca e venceu gigantes da Europa ao conquistar o Torneio de Paris, a Copa Viña Del Mar e o Troféu Teresa Herrera.

Hoje Rivellino mora em um sítio, na pequena Vinhedo, a 75 km da capital paulista. Vai a São Paulo apenas às quartas-feiras, para participar do ‘Cartão Verde’, mesa-redonda da TV Cultura. Mas é, e sempre será, um dos Monstros Sagrados do Futebol.

TAGS: Rivellino

1 Comentário

  1. S.tavares@ucam-campos.br

    Esse craque está na galeria dos maiores atletas que jogaram no Fluminense: Castilho, Gerson, Assis, Carlos Alberto, Didi…

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