por Reinaldo Sá
O coração rubro é cativante mesmo tendo poucos títulos, mas a sua relevância no contexto futebolístico nacional, não pode ser apagada. Mesmo que os gênios dos bastidores tentem, não dá para ofuscar a trajetória rubra. Comandada à época pelo Almirante Álvaro Grego, que obteve um honroso terceiro lugar que na Taça de Ouro de 1986, depois de ser eliminado pelo São Paulo, a equipe americana sofreu um baque em suas estruturas sentido até os nossos dias atuais.
Quando foi criada a Copa União em 1987, a CBF alegou que não tinha condições estruturais para financiar o torneio que se intitulava como campeonato. Daí surgiu a primeira liga brasileira, que foi o Clube dos Treze, e tinha mais três convidados mais bem ranqueados, tais como o Náutico, Santa Cruz de Pernambuco e a Portuguesa de Desportos de São Paulo, que formavam o módulo verde, equivalente hoje a primeira divisão. Já o módulo amarelo seria a segunda divisão, e nessa estava incluído o América, terceiro colocado da temporada de 1986, o vice campeão brasileiro Guarani e o Sport Clube do Recife, de onde haveria um cruzamento dos dois melhores colocados em cada módulo. A direção do América, com o apoio do ex-presidente da CBF e também ex-presidente Giulite Coutinho, não aceitou esse regulamento e decidiu por não disputar o torneio, contando com o apoio de Guarani e Sport, que optaram por disputar o módulo amarelo. Nos bastidores o clube rubro não obteve o apoio dos representantes do Clube dos Treze, tendo à época Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo, e Márcio Braga, presidente do Flamengo.
Sendo assim, a CBF puniu o América ao rebaixamento para a terceira divisão do campeonato nacional. Vários gestores passaram pela antiga sede da Rua Campos Salles 118 e não conseguiram reverter o quadro de caos em que a equipe rubra foi colocada injustamente. Daí veio o declínio no âmbito regional e, antes da virada do milênio, a sua nova casa situada em Edson Passos, na Baixada Fluminense, foi um progresso não bem entendido por seus fervorosos torcedores em pequena escala, longe da mídia oficial, porém presente nas redes sociais.
O futuro é incerto pois a luta por um lugar ao sol é árida, seca e solitária, mesmo que as estatísticas mostrem que o América está entre o 50 maiores clubes do Brasil. Hoje o que sobrou do pavilhão foram os escombros para a construção de um shopping em que a nova sede estará inserida nela e as disputas na Segunda Divisão do estadual carioca e a Copa do Rio. Daí vai a frase, Deus salve o América.
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