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ÍDOLO, ÀS VEZES O HERÓI IMPROVÁVEL

7 / setembro / 2020

por Victor Kingma


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Todos que convivem comigo sabem que sou rubro-negro de carteirinha, paixão que vem de longe, desde quando eu era menino na fazenda, em Mantiqueira, lá pelo final dos anos 50.

A influência maior, como já relatei, foi da minha tia Luquinha, que contrariando o hábitos das moças da época, gostava muito de futebol.

Desde aquele tempo acompanho sempre os jogos do clube. Lembro-me bem que, no início dos anos 60, a linha de frente do Flamengo, como os narradores costumavam chamar, era formada por Joel, Gerson, Henrique, Dida e Babá.

A escalação dos times era assim, com cinco jogadores no ataque, embora o meia direita, o clássico camisa 8, no caso Gerson, na prática não era um atacante, mas o meia armador do time.

Apesar de os seus companheiros na dianteira do Flamengo naquele ano serem todos jogadores de seleção – Henrique e Gerson estavam convocados e Joel e  Dida fizeram parte do elenco que conquistou o primeiro título mundial para o Brasil, na Suécia, em 1958-, o ídolo da minha tia era o menos famoso de todos: o ponteiro esquerdo Babá.

Ela sempre costumava dizer: esse baixinho é infernal!


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Até colecionava revistas e jornais onde aparecia o seu ídolo.

O futebol sempre teve craques consagrados, de geração pra geração, jogadores idolatrados por uma legião de fãs.

Existem entretanto aqueles que, embora não tão famosos, ficam marcados para sempre na memória, às vezes de um único torcedor, devido a uma jogada, drible ou gol assinalado num jogo marcante da história do clube.

Nos tempos áureos das transmissões esportivas pelo rádio muitos ídolos eram até forjados no imaginário do torcedor através das narrações vibrantes de suas jogadas pelos locutores da época, como certamente foi o caso da minha saudosa tia Luquinha.

No mundo do futebol a idolatria despertada por esses heróis, às vezes improváveis, sempre será fundamental para a manutenção dessa paixão popular, independente da forma ou motivo que os tornaram ídolos.

Muitos, aliás, jamais vão saber dessa idolatria, como certamente Babá nunca soube.

A magia do jogo de bola tem dessas coisas.

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