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ESPELHOS

25 / fevereiro / 2024

por Eliezer Cunha

O futebol é uma arte supra detalhada, contudo seus objetivos são claros, determinantes, lógicos e atingíveis. Vejamos algumas considerações reflexivas.

As Décadas de 70 e 80 foram atingidas pelos respingos das exuberantes atuações campais e pela conquista da Copa de 1970. Desta forma, este escrete de “canarinhos” passou então a ser referência de craques para as gerações futuras, pelas belas jogadas, pela eficiência conclusiva e pelo entrosamento peculiar. Vale destacar que esta seleção possuía em sua formatação seus pontos fracos e vulneráveis sobre tudo defensivamente, mas, através da competência e talento individual do meio de campo e atacantes atingimos nossos objetivos e nos tornamos tri campeão Mundial.

Em 1974 e 1978 se sucederam seleções desorganizadas, sem padrão de jogo definido, bairrismos, intolerâncias, medos, surpresas e sem um sistema tático transparente e objetivo, ficamos na dúvida entre a renovação de um novo plantel de jogadores ou o reaproveitamento e reajuste dos jogadores de 70. Isso foi fundamental para que não houvesse um padrão de jogo e esquema tático definido organizado. Conclusão: seleções acuadas pelo desconhecimento, nervosismo e medo.

A seleção brasileira de Telê Santana até hoje é objeto de estudo, análise e sub conclusões. Existem ainda pelos corredores questionamentos e narrativas sobre o comportamento desta seleção dentro e fora dos gramados espanhóis, gerando discussões que envolvem o estilo, padrão de jogo e pelos objetivos alinhados por seus comandantes e comandados.

Em 1982 resgatamos novamente o valor do “futebol arte” padrão de jogo baseado no estilo clássico e básico de jogar futebol, valorizando o domínio, o passe e a posse de bola. Tínhamos a clara percepção que poderíamos vencer a partida a qualquer momento, não saber administrar essa percepção foi nosso grande erro na fatídica partida entre Brasil X Itália.

Pois bem, os anos se sucederam e daí pra frente nos tornamos pequenos frente à força, à tática e à eficiência do futebol Europeu e abandonamos nosso peculiar e tradicional futebol arte, que sempre foi nosso diferencial. Resumimo-nos somente ao talento individual de poucos jogadores e as suas jogadas ineficientes e poucos objetivas.

Atualmente estamos perdidos, sem rumo, sem destino e sem nenhuma esperança. O horizonte de conquistas está nebuloso e encoberto por interesses financeiros. Não temos jogadores à altura dos estrangeiros e a comissão técnica seja ela qual for não possui competência desafiadora e a mesmice continua prevalecendo e, o pior, se perpetuando. Somos uma nação futebolística desacreditada e omissa, desta forma, o meu medo maior é que o espelho se quebre em definitivo e a imagem que outrora refletia glórias e soberania se apague e permaneça destorcida para todo o sempre.

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1 Comentário

  1. Tadeu cunha

    Texto extremamente realista,seria necessário uma revolução de gestão fora do gramado para tentar estancar a decadência sistêmica que atinge nosso futebol..

    Responder

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