por Zé Roberto Padilha
Você, Paulinho, como cada torcedor tricolor que teve o privilégio de defender sua paixão em campo, como eu, Rubens Galaxe, Abel, Marinho, Marco Aurélio, Nielsen e tantos filhotes de Pinheiro, foi uma das pessoas mais generosas que conheci.
A luta por um espaço tão cobiçado no país do futebol não encontrou em você um concorrente comum. Frio, calculista e capaz de colocar seus objetivos pessoais acima da lealdade com que deveria reger tal embate.
Você chegava, treinava, dedicava o seu melhor em prol do Fluminense. Nem precisávamos procurar seu currículo para saber que seu berço foi de amor, seus professores sábios, suas amizades preciosas e que tornaram sua trajetória pautada por princípios éticos e morais .
Um gentleman.
Quando arrumamos nossas malas de volta para o nosso interior, eu para Três Rios, você para Muriaé, levamos de volta lições de uma profissão única e apaixonante. Tão excitante, poucas são as que te levam a um palco onde seu talento entra em campo sem saber o que vai produzir.
De repente, pegamos na veia, acertamos o ângulo e saímos de campo consagrados. Em outra, perdemos um pênalti e carregamos pra casa toda a culpa do mundo. O torcedor, chateado, demora a dormir. Nós, ficamos de olhos abertos madrugada adentro tentando mudar o canto. Trocar a tragédia pela glória que esteve por segundo sob nossos pés e mãos.
Enfim, seu amigo ganhou uns dias, talvez alguns anos para continuar nossa luta. E permanecer lúcido para fazer justiça e prestar nossa homenagem às pessoas queridas que foram tão importantes em nossas vidas. Como você, Paulo Goulart.
Descanse em paz, amigo.
Coisa linda .
O respeito pelo companheiro de profissão.
Parabéns.
Paulo Goulart, foi um torcedor maior .