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A TRISTE REALIDADE. GÊNESE DO FUTEBOL

16 / julho / 2019

por Jonas Santana


(Foto: Alex Ribeiro)

Na teoria a prática é outra. Um estudo realizado pela CBF em 2016 demonstra que apenas um por cento dos jogadores consegue alcançar o ponto mais alto da carreira. Dessa maneira, o sonho de ajudar a família por meio do futebol  (vide artigo anterior –Jogar Futebol. Ganhar dinheiro. Sonho de muitos. Conquista de poucos), acaba por se tornar um pesadelo vez que a possibilidade do sucesso é ínfima.   Muitos jovens vão embalados no sonho, se dedicam, fazem base, passam por peneiras mas acabam em clubes sem expressão e muitas vezes passando necessidade.

Futebol é um esporte onde o tempo e a sorte caminham juntos: tempo para não ficar passado (com 30 o cara já é velho pra bola) e sorte de ser descoberto e ir para um time de porte.  Nesse contexto, a busca por um lugar ao sol é capaz de fazer o jogador cometer coisas como pagar passagem e transferência para jogar em clubes de cidades que muitas vezes nem estão no mapa do esporte, tão somente para produzir “material” onde ele é o “produto”.  Aliado a isso vem a incerteza de receber um salário, o que torna essa profissão bem atípica.

Outros jogadores se arriscam em terras estranhas desfilando seu talento para análise de  algum clube que a revel da sorte pode lhe proporcionar algo melhor. Poucos conseguem, outros voltam e continuam anônimos, vagando por clubes sem expressão e muitas vezes passando necessidades, tantos outros acabam desistindo, com o prejuízo dos gastos sendo pago em parcelas. Isso quando vão e voltam sem serem enganados por falsos agentes ou empresas que na verdade são “vendedores de sonhos”.  

E no meio de tudo isso assistimos a falência do nosso velho e amado “esporte do povo”. Jogadores que nunca passaram por um clube aqui ou foram às vezes reprovados em “peneiras ou testes”, seja pela idade ou pela falta de visão dos treinadores ou dirigentes acabam, no mais das vezes, despontando em outras terras, muitos se naturalizando e outros esquecendo até o caminho de volta. Fora aqueles que ficam por lá e acabam enveredando por outras carreiras.

Quanto aos que ficam, esses vão continuar insistindo, pulando de clube em clube para jogar mais um campeonato  que geralmente  dura três a quatro meses e o restante do ano, quando não  se fixam vão  trabalhar em “outa coisa”. Ainda tem o a incerteza, nos clubes  pequenos, de receber  salário. E assim passa o tempo, a sorte não veio, a idade vem e quando dá por si já é tarde.

O que deveria ser fomentado desde a base, ou seja,  a consciência de que nem todos vão chegar ao topo, é trocado por promessas de ganhos estratosféricos em clubes, principalmente na Europa. Mas a realidade é dura e diferente do sonho que persegue o jogador de futebol. E essa é a triste realidade do nosso futebol.

 

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