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A RAÇA DE UM GALO DE BRIGA

19 / setembro / 2019

por Serginho 5Bocas


Lembro como se fosse hoje como eu me sentia, na época de menino, quando vinham dizer que o Maradona era melhor do que o Zico. Naquela época, o Galinho sofreu muito com a imprensa no Brasil e a torcida de outros clubes, ele não tinha este respaldo nacional que desfruta hoje em dia. 

Lembro que ele era chamado de “canela de vidro”, “jogador de Maracanã”, “craque de laboratório”, enfim, uma infinidade de nomes pejorativos que tinham a intenção de minimizar o talento de um dos melhores jogadores de todos os tempos. E o mais engraçado é que quem falava isso, não era um argentino ou um uruguaio, mas sim, brasileiros. Talvez a razão seja porque ele jogou num clube que é amado e odiado na mesma proporção, senão como entender tanto veneno destilado contra um cara que nunca fez ou falou mal a ninguém.

Hoje, para quem não viu Maradona e Zico jogarem, deve soar um pouco estranho e até certo ponto uma heresia esta comparação, mas a verdade é que Zico tinha um imenso talento e por aqui não havia nenhum outro jogador que pudesse ser comparado ao nosso Galo. Na verdade, nossos “inimigos”, nos davam mais munição, para ter certeza de que Zico era realmente um jogador diferenciado.

No ano de 1981, Zico já era jogador consagrado, e já havia vencido dois duelos contra Maradona ambos em 1979. O primeiro pela seleção no Maracanã, quando o Brasil venceu por 2×1 e Zico deixou sua marca além de ter dado o passe para Tita marcar o outro e de ter sido superior em vários aspectos, a partir de uma avaliação da revista “paulista” Placar. O outro pela seleção da FIFA contra a Argentina, também por 2×1 na comemoração de um ano do título da Copa do Mundo vencida pelos argentinos. Naquele dia, Zico só entrou no jogo no segundo tempo, deu passe para um gol com direito a lençol em Passarela e marcou outro após passe de Toninho Baiano, sendo o nome do jogo. 


Desta vez era um desafio entre Flamengo e Boca Juniors, da Argentina, ou Zico versus Maradona, enfim, mais um aperitivo antes da Copa do Mundo da Espanha que seria no ano seguinte. Também era a despedida de outra fera. Paulo Cesar Carpegiani, que estava trocando de posição, do campo para o banco, onde futuramente seria o auxiliar de Dino Sani e depois seria efetivado como técnico. Em qualquer um dos dois lugares, sua visão continuaria privilegiada. 

O jogo em si foi uma festa e o nosso Galinho literalmente foi o dono dela, jogou com febre e com furúnculos pelo corpo. Mesmo assim, fez os dois únicos gols do confronto e novamente venceu o duelo contra o Hermano Maradona. 

Zico ainda iria vencer Maradona outras vezes (nunca perdeu para o argentino), sem nunca ter seu verdadeiro valor reconhecido até hoje, mas naquele dia, o Galinho mostrou quem mandava no terreiro com toda sua categoria, mas principalmente com muita raça, e pouco se fala disso hoje em dia. Era uma época que ainda se ouvia falar em amor a camisa, sem beijinho no escudo.

Ô tempo bão!

Um forte abraço

Serginho5Bocas 

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