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A PELADA DE GALA DO GALO

5 / março / 2023

por Mauro Ferreira

Da mesma forma que a bola pune, a bola elege. Há 70 anos, em março de 1953, resolveu entregar seus dengos e segredos a um pirralho nascido filho de português. Se 13 anos antes havia apontado seus gomos para um bairro pobre da cidade mineira de Três Corações, dessa vez encontrou no carioquíssimo subúrbio de Quintino, no Rio de Janeiro, mais um de seus raros, raríssimos escolhidos.

Não à toa, o menino ganhou nome de rei. Um rei nascido história, senhor da távola. Franzino como o outro, não arrancou da pedra uma espada; fez da bola a sua espada e com ela arrancou “ohs”, “ahs”, suspiros e a alegria de tanta gente sofrida.

Arthur era pequeno e o apelido – inevitável – foi se modificando ao longo do tempo, do crescimento, e dos campos onde ia mostrando aos outros os tais segredos e dengos que a bola havia lhe dado. Primeiro, Arthurzinho, seguido por Arthurzico e, por fim – coisa de brasileiro – o minimalista Zico. Mais fácil de ser lido, escrito, gritado e… louvado. Elevado à categoria de semideus. Assim como Deus, quatro letras; assim como Pelé, quatro letras.

Arthur fez 70 anos dia 3 de março. Setenta. Dois dias antes, na sua pelada de toda quarta-feira, no CFZ, entrou em campo. No primeiro toque na bola…gol! Mesmo com o joelho ainda acusando a entrada maldosa de décadas atrás. Só que o tal Arthur, ainda é – e pra sempre será – o escolhido da bola.

Não à toa, foi para muito alem do rei da távola. Foi ser divino. Atende, em oração, pelo nome de:

ZICO.

TAGS: zico

1 Comentário

  1. Renata Lassance

    Como escreve bem o meu mais novo amigo!!!! Parabéns pelo texto incrível!!!

    Responder

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