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70 ANOS DE PURA EMOÇÃO

21 / julho / 2020

por André Luiz Pereira Nunes


Amado e odiado quase que na mesma proporção, Galvão Bueno é, sem sombra de dúvida, o mais popular locutor esportivo do Brasil. Narrador de eventos históricos do esporte nacional, como o acidente fatídico de Ayrton Senna, Galvão faz parte incontestavelmente da memória da televisão. Hoje ele faz 70 anos de idade.

Há cerca de alguns anos inventaram uma campanha para calar o maior narrador esportivo da televisão brasileira em mais uma das baixarias que a internet por vezes nos proporciona. Nada feito. Não tardaria a faturar por anúncios nas transmissões. Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno é assim mesmo. Quanto mais tentam calá-lo, mais ele cresce. Provavelmente é uma daquelas criaturas mais predestinadas a dar certo, daquele tipo que Papai do Céu olhou e sentenciou:

– Esse é o cara! 

Poucos sabem, mas Galvão Bueno é carioca, nascido no bairro da Tijuca, mas mudou-se para São Paulo, aos seis anos, por conta de um novo casamento da mãe, uma atriz de sucesso do rádio e da TV nos anos 40. Após trabalhar em diversas rádios paulistas, chegaria à televisão, com passagens por Gazeta, Record e Bandeirantes antes de chegar à Globo em 1981. Na época, Luciano do Valle era o principal âncora da emissora, cobrindo jogos de futebol e corridas de Fórmula 1. Contudo, o desejo de criar uma programação voltada somente para esportes o fez se transferir primeiramente para a Record e, depois Bandeirantes, abrindo espaço para que Galvão se tornasse posteriormente o principal nome da emissora no que tange a jornalismo esportivo. Esse feito, porém, só iria se concretizar inteiramente após a Copa do Mundo de 1986, evento o qual fora preterido por Osmar Santos nas narrações dos jogos do Brasil.

Vale ressaltar uma passagem curiosa de sua prestigiosa carreira. Em 1992, Galvão tentou ensaiar uma simulação do que Luciano do Valle fizera com sucesso na Bandeirantes. A ideia era se tornar uma espécie de diretor de esportes da recém-criada Rede OM, sucessora do canal 9 no Rio de Janeiro, que havia pertencido a Silvio Santos. Passaria a cuidar da produção, operação e dos direitos de transmissão das competições que seriam feitas na nova emissora. Então em alta na Rede Globo, deixara o canal do Jardim Botânico para se aventurar na nova empreitada. Chegou a negociar a exclusividade das transmissões de diversos eventos esportivos como a Taça Libertadores e o Campeonato Paranaense, os quais se tornaram sucesso absoluto. Veio então a bater grande recorde de audiência ao narrar a final entre São Paulo e Newell`s Old Boys tendo Roberto Avallone como comentarista. A alegria, porém, durou apenas 10 meses. A Rede OM, que fazia parte do esquema PC Farias, foi extinta após o impeachment do então presidente Collor de Mello.


Após sair da Rede OM, Galvão recebeu propostas de todas as emissoras: do SBT, Bandeirantes e até mesmo da Manchete, esta última propondo o mesmo modelo de negócio o qual havia tentado com a Rede OM. Mas o narrador batera o martelo. Decidira retornar para a Globo. Em 13 de março de 1993, já estava de volta à Fórmula 1, narrando o GP da África do Sul. 

Com o passar dos anos, sua perfomance passou a ser mais rocambolesca, mais teatral. Galvão abrira um pouco mão da sobriedade, arriscando-se mais nos bordões com o objetivo de dar azo às suas emoções. Provavelmente nunca tivemos no Brasil um locutor esportivo que tenha conferido tanto sentimento às narrações. Não raro exagerado, como na ocasião do tetracampeonato do Brasil, uma coisa é certa, Galvão Bueno se tornou reconhecidamente o mais prestigiado narrador esportivo da TV brasileira.

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