por Pedro Barcelos
A briga do Botafogo contra esquemas de apostas esportivas não começou com John Textor. Pelo contrário, essa batalha deu origem ao primeiro Botafogo.
No final do século XIX, as apostas no remo (esporte mais popular da época) aumentaram consideravelmente, gerando cotações bizarras e resultados esportivos duvidosos. Nessa época, alguns atletas do Clube Guanabarense cansaram das jogatinas e, liderados por Luiz Caldas (também conhecido como “Almirante”), fundaram o Grupo de Regatas Botafogo, em 1891.
Além de combater as práticas antidesportivas, esse coletivo também era bastante politizado, fazendo forte oposição ao governo de Floriano Peixoto. Ou seja, o clube praticamente virou uma célula rebelde. Quando a Revolta da Armada começou, alguns sócios eram figuras importantes do confronto e as atividades do grupo precisaram ser interrompidas.
Alguns ficaram foragidos, mas outros não tiveram a mesma sorte. Luiz Caldas foi preso e faleceu poucos meses depois, em 25 de junho de 1894.
Quase uma semana depois, em 1º de julho, como resposta ao falecimento de seu líder, os sócios do grupo se reuniram e fundaram o Club de Regatas Botafogo. Além de concretizar o desejo do Almirante, isso também melhorou a estrutura organizacional da entidade.
O clube idealizado por Luiz Caldas deu certo. O Botafogo está prestes a completar 130 anos de história, é o único clube brasileiro campeão nos três séculos e é o primeiro campeão nacional, contando todas as modalidades. Em Olimpíadas, são mais de 70 convocações, sendo que 7 atletas alvinegros estarão em Paris nesse ano.
Talvez a forma que John Textor encontrou para batalhar contra as “bets” não seja a mais eficaz, mas isso só o tempo dirá. Porém, uma coisa é certa: um pouco de rebeldia nunca fez mal a ninguém, muito menos ao Botafogo.
Viva o grande Botafogo uma tradição multicampea universal.
Esse Textor não é nada para história do Botafogo, ele só quer pão e circo. Quem são os atletas botafoguenses para as Olimpíadas?