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o mergulhador

entrevista: Sergio Pugliese | texto: André Mendonça | fotos: Marcelo Tabach | vídeo: Daniel Planel

 

Considerado um dos maiores goleiros do Botafogo, com mais de 400 jogos pelo clube, Wagner se surpreendeu com uma linda foto tirada há 20 anos pelo parceiro Marcos Tristão e bateu um papo bacana com a equipe do Museu da Pelada no restaurante que administra no Mercado de São Pedro, em Niterói.

Após 15 anos de carreira, o arqueiro se dedica hoje ao Bar do Wagner, um estabelecimento que oferece uma grande variedade de frutos do mar e faz sucesso no “mercado de peixe”. 


(Foto: Marcos Tristão)

Engana-se, no entanto, quem pensa que a nova profissão de Wagner é algo inusitado em sua vida. Ainda nos tempos em que salvava a meta alvinegra, o goleiro se encantou pelo mergulho aquático e chegou a iniciar um curso.

– Fui fazer um passeio, vi todo mundo mergulhando e quis entrar nessa. O curso era longe e noturno. Infelizmente, acabei não terminando, mas ficou uma pontinha de saudade.

Foi nessa época que, junto com o jornalista Mauro Leão, Marcos Tristão foi fazer uma matéria com o goleiro e teve a brilhante ideia de registrá-lo mergulhando com a camisa do Botafogo. Além de destacar o novo hobby, era uma forma de exaltar a paixão do camisa 1 pelo Botafogo!

– Botafogo até debaixo d’água! – confirmou Wagner, com o presente em mãos.

Vale lembrar que o arqueiro foi peça fundamental na conquista do Campeonato Brasileiro de 1995 pelo Botafogo e, não por acaso, foi premiado com a Bola de Prata naquele ano. Mas na infância em Nova Iguaçu, sonhava em ser artilheiro e, devido ao péssimo desempenho, não tinha muitas oportunidades entre os garotos:

– Fui incentivado pelo meu pai, que também era goleiro e, quando decidi ir para o gol, não saí mais.

Naquele timaço do Botafogo campeão nacional, dividia as atenções com Wilson Gottardo, Sérgio Manoel, Gonçalves e os artilheiros Donizete e Túlio Maravilha. Ao citar esse último personagem e ser questionado sobre o rumo que o futebol brasileiro está trilhando, o goleiro foi taxativo:

– O futebol está muito burocrático. Não pode falar mais nada e tem que ficar igual um robô dentro de campo. Na minha época tinha Túlio, Romário, Renato Gáucho e Edmundo, que eram grandes craques e que sabiam trazer o público para o estádio. Isso faz falta! – lamentou.

A resenha se tornava cada vez melhor até que precisou ser interrompida. O motivo era a chegada de uma moqueca de peixe muito bem servida, que não demorou a ser devorada pela equipe do Museu!