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Sem Firulas

CÃO QUE LATE NÃO MORDE

por Mateus Ribeiro


Muito barulho por pouca coisa. Assim pode ser resumida a passagem de Felipe Melo pelo Palmeiras. A expectativa criada em cima dele foi algo descomunal, inacreditável, absurda, em todos os sentidos. Tal qual em qualquer história, quando a expectativa é grande, a decepção é proporcional. Ao menos nesse caso, Felipe Melo não decepcionou, e foi um mico enorme.

Voltemos um pouco no tempo. Mais precisamente, para o ano passado. Palmeiras endinheirado, campeão brasileiro, torcida em lua de mel com o time. Contratações viriam para a disputa da Libertadores, o que é algo absolutamente normal e aceitável. De repente, do dia para a noite, o clube anuncia a contratação de Felipe Melo. Confesso que me assustei, uma vez que achava o jogador desnecessário para o projeto do alviverde. Bom, na minha opinião ele é desnecessário em qualquer projeto, e explicarei minha opinião no texto.

Dito e feito. Com poucos meses de clube, o volante foi afastado, e ao que tudo indica não atuará mais pelo Palmeiras. Uma história que tinha muitas chances de terminal mal. E terminou.

Novamente, vamos voltar no tempo. É notável e da ciência de todos que acompanham futebol que Felipe Melo nunca foi nada além de um jogador “ok” até oito, nove anos atrás. Sabe se lá Deus o motivo (na verdade, “desconfio” de empresários e patrocinadores), Dunga inventou esse cara na seleção. Até então, um jogador com passagens nada marcantes no Brasil, e que perambulou por alguns times da Europa, até chegar na Juventus. E em uma daquelas coisas que só o futebol (e alguns esquemas obscuros) proporcionam, foi parar na Copa do Mundo. No jogo da eliminação contra a Holanda, deu um belo passe para Robinho fazer o gol. Acredite se quiser, ele e sua legião de fãs usam esse lance até hoje para justificar todo o culto ao volante. Bom, venhamos e convenhamos que foi um dos únicos momentos de sua carreira que merecem ser relembrados. Porém, sua atuação no segundo tempo foi desastrosa (como a de todo o time, façamos justiça), e a coroação veio através da expulsão infantil após o pisão em Robben. Ali, Felipe Melo conseguiu reinventar sua carreira, por mais incrível que isso possa parecer.

Se antes Felipe era apenas um jogador sem muito protagonismo, após esse lance virou um personagem construído por doses cavalares de revolta, ódio e descontrole emocional. Começou a ser cultuado por torcedores da Turquia, e até mesmo por alguns brasileiros. Pior ainda: virou símbolo de raça e um dos ícones da tal “luta” contra o futebol moderno.


Antes que me venham com pedras e xingamentos, vamos encarar os fatos. Tudo isso seria muito legal, não fosse por um motivo: tudo, ABSOLUTAMENTE TUDO que esse cidadão faz e fala é artificial. Plastificado. Ou, como gostam de dizer, fake. Nada ali soa verdadeiro. Mesmo porque em seus primeiros anos de carreira, sua única preocupação era jogar futebol. Depois que percebeu que dar chilique desnecessário proporcionaria mais momentos relevantes, resolveu encarnar esse personagem insuportável e desnecessário, porém, cultuado.

Alguns mais exaltados chegam a dizer que com sua presença, o 7 a 1 não teria acontecido. Concordo. Talvez com ele, o time da CBF talvez nem chegasse até as semifinais. Outros acham realmente relevante o fato dele ter se tornado ídolo de uma torcida pelo fato de se comportar feito um maluco. Enfim, no meio de tudo isso, Felipe conseguiu ir parar na Inter de Milão pra ganhar uns trocos. Não ficou muito tempo, e seu nome começou a ser ventilado em clubes brasileiros.

Já famoso pelas suas declarações vazias e seu comportamento similar ao de uma criança rica que não ganha os presentes que pede no aniversário, eis que Felipe Melo é apresentado no Palmeiras. Chegou falando que iria dar tapa na cara de adversário, porém, com responsabilidade. Difícil imaginar que um jogador dotado de tamanha necessidade de autoafirmação tenha responsabilidade profissional para qualquer coisa. Enfim, grande parte da torcida comprou essa ideia. Achou lindo. Adorou a ideia de pagar um salário exorbitante para alguém que, em 15 anos de carreira, não consegue fazer um vídeo de cinco minutos com seus melhores lances. Bom, por mais dinheiro que o patrocinador tenha, rasgar grana não parece ser uma opção muito saudável.


No início, tudo eram flores. Qualquer carrinho ou jogada que ele participava era um êxtase por parte de seu fã clube. Fã clube que mesmo depois de ver a canalhice que esse imbecil cometeu com Roger Guedes continuou o idolatrando. Fã clube que achava linda toda entrevista após o jogo, onde esse produto da imprensa fazia questão de gritar. Fã clube que achava lindo as comemorações agressivas dele em gols marcados pelo Palmeiras.

Não existem meias palavras para falar sobre esse cara. Felipe Melo não tem lugar no Palmeiras. Na verdade, em nenhum clube sério. Não há problema em ser um jogador superestimado, até porque, esses hoje existem aos montes. Os problemas iniciam quando ele começa a acreditar que realmente é do tamanho que o pintaram, e quando ele enfiou na cabeça que ser o meninão polêmico lhe traria bons frutos.

Trouxe a idolatria de alguns mais carentes e uma demissão. Demissão que eu espero que abra os olhos de dirigentes e comentaristas por aí.


Felipe Melo não é tudo isso. Não é essencial para ninguém. Tal qual o tal de Pepe, é um imbecil criminoso travestido de jogador de futebol. Fala muito. Joga pouco. Ilude demais. Uma equação que dificilmente dá certo. Durante um tempo, enganou. Espero que daqui pra frente, não engane mais.

Que no futebol, nasçam mais cães de guarda da volância. Porém, cães de guarda verdadeiros, e não fabricados. Afinal, de jogadores mascarados e sem alma, o futebol está cheio. E não precisamos de mais.

Até a próxima.

FUTEBOL É PARA POBRE, RICO E ATÉ MESMO PARA ALGUNS IDIOTAS

por Mateus Ribeiro


Vivemos dias difíceis em todos os aspectos de nossas vidas. Seja no âmbito social, seja no pessoal, seja no econômico, já diria aquele ditado, “não está fácil para ninguém”.

Como se não bastasse o Celtic x Rangers da nossa política, a crise social, o Tsunami de preconceito e intolerância, nossa maior paixão, o já judiado futebol, passa por um período nebuloso.

Não é de hoje, todos nós sabemos, que passamos por dificuldades dentro e fora de campo. A qualidade foi para o fundo do poço, seja dos nossos jogadores, seja dos nossos queridos cronistas que aprenderam futebol através de jogos eletrônicos. Como se todo esse cenário todo não bastasse, nosso bolso também sofre.

Ingressos com preços de uma cesta básica (não só aqui, mas em qualquer lugar do mundo) para assistir um futebol tão empolgante quanto um acústico do Julio Iglesias representam um crime hediondo da pior espécie. É o fenômeno dos estádios faraônicos, construídos para atender a vontade de dirigentes e empresários gananciosos ,atingindo quem deveria ser espectador, e virou vítima: o pobre torcedor.


Qualquer um que seja um pouco mais esperto sabe que para se assistir qualquer partida de futebol hoje, uma mísera nota de 50 reais já não é mais suficiente. Se você tiver o azar de torcer para algum time de primeira divisão, o buraco é mais fundo, uma vez que alguns ingressos ultrapassam os três dígitos na hora do pagamento. Uma pornografia. Um valos obsceno.

Estamos falando do futebol. o esporte que um dia uniu povos. O esporte que faz o dono da empresa sentar ao lado do desempregado. O esporte que faz o presidente da nação abraçar quem ganha mil vezes menos que qualquer político na hora do gol. O esporte que não precisa de mais do que uma bola para ser praticado. Acredite se quiser, o futebol é tudo isso, apesar de ter virado essa balada top nos dias atuais.


O mais triste de tudo: existe quem defenda isso. E não estou falando de “torcedor” que paga 500 reais pra gritar que é brasileiro com muito orgulho e com muito amor. Estou falando de cachorro grande. Mais precisamente de Alexandre Kalil.

Alexandre é uma das personalidades mais abomináveis e desnecessárias do mundo do futebol. Um falastrão, que sempre se notabilizou por suas opiniões polêmicas . A sua diferença para dirigentes antigos é que Kalil não tem carisma. E provou também não ter caráter, ao afirmar que “… no mundo inteiro, futebol não é coisa para pobre…”, dentre outros impropérios. Para quem tiver estômago, segue o link : https://brasil.elpais.com/brasil/2017/07/14/deportes/1500068233_300420.html

Pois bem, vamos aos fatos. Realmente, o ingresso é caro, muito caro. Acontece que pessoas que já vivenciaram (e talvez vivenciem ainda) o meio do futebol, DEVERIAM fazer o mínimo de esforço para mudar o quadro. Como é que quem ganha um salário mínimo vai ter a oportunidade de levar os filhos, o par amoroso, os pais, ou até mesmo ir sem companhia ver seu time do coração? Chega a doer os olhos ler uma declaração dessas, ainda mais vindas de quem sempre se mostrou torcedor do clube que dirigiu. Porém, tais palavras se mostram fundamentadas partindo de alguém que aparentemente gosta muito de dinheiro, já que o fanfarrão ajeitou seu burro na sombra através da maneira mais fácil de se ganhar dinheiro sem fazer nada, ao conseguir se tornar prefeito da capital mineira.

É claro, óbvio e evidente que essa banana podre não vai se importar com o torcedor, com o povo, com a situação do futebol atual, que seja. Não apenas ele, mas grande parte dos dirigentes, gestores, políticos que poderiam mudar a situação dos fãs de um dos maiores PATRIMÔNIOS CULTURAIS do nosso país estão se lixando. O importante é o bolso cheio, mesmo que seja com o estádio vazio.


(Foto: Agência O Globo)

O plano de transformar estádios em camarotes vips para a turma mais abastada continua a todo vapor. Em Minas Gerais, em Itaquera, e em todo lugar do planeta, como disse o já citado mandatário. A elitização só não é um fato consumado porque ainda existe quem sacrifica o lazer para se martirizar em uma partida de futebol do clube do coração.

Apenas para finalizar, é legal ver o rico no estádio. Mas é legal ver o pobre também. Da mesma forma que é legal ver todo mundo. Afinal, o futebol é para todo mundo. Para o rico, para o pobre, e para alguns imbecis. você pode se encaixar onde quiser, Kalil!

VINTE E TRÊS ANOS DE AMOR

por Mateus Ribeiro


Vinte e três anos de muito amor e saudade. Vinte e três anos de lembranças que levarei até meus últimos dias.

Vinte e três anos é o tempo de uma vida. Vinte e três anos é o tempo que meu time ficou sem conquistar um título importante. Vinte e três anos é o tempo que a Copa de 1994 está em minha vida. E nunca mais sairá.

Pouco importa se a média de gols foi baixa. Pouco importa se você discorda. Pouco importa se o Brasil jogou feio (como alguns dizem).

Meu primeiro contato com futebol não me apresentou jogadores, mas sim, heróis. Meu primeiro contato com o futebol não poderia ter sido melhor.

Seja pelos jogos ao meio dia, seja pelo simples fato de eu poder assistir futebol 24 horas por dia, seja pelos uniformes escandalosos, seja pelo Brasil ter conquistado o tetra, seja lá o que for: eu te amo e te amarei eternamente, Copa de 94!

Em 1994, eu não fazia muita ideia do que era uma Copa do Mundo. Só sei que só se falava nisso. Resolvi perguntar para meu pai e ouvi dele que a Copa era “jogo de futebol o dia inteiro”. em um tempo que TV por assinatura era um sonho mais que distante, essa resposta foi música para meus ouvidos.

Fiquei ansioso esperando pela abertura do evento. E descobri que toda a ansiedade foi em vão, pois odiei a cerimônia. Aliás, não sei se foi pelo trauma de ver a Diana Ross fazendo aquele papelão, ou pelo simples fato de eu detestar qualquer tipo de enrolação, faço questão de perder toda e qualquer cerimônia de abertura e encerramento de eventos esportivos.

Passado isso, eis que no primeiro jogo, a Alemanha já me deixou encantado com aquele uniforme lindo. Aliás, cada uniforme maravilhoso que vi nessa Copa. Tudo era muito bonito e colorido, e mesmo aquela camisa Jeans dos EUA, ou aquela aberração que foi o segundo uniforme do México me deixaram encantado. Ainda tive tempo de ficar apaixonado pela camisa branca da Holanda, pelo azul eterno da Itália, pelos carnavalescos uniformes de Marrocos e da Irlanda, pelas camisas da Adidas, e pela emblemática camisa azul da Seleção Brasileira. Definitivamente, foi a Copa dos uniformes.



Com oito anos de idade, obviamente que eu não era lá profundo conhecedor de jogadores estrangeiros. Aquele mês foi o suficiente para eu conhecer meus primeiros ídolos gringos. Batistuta, Hagi, Stroichkov, Bergkamp, Larsson, e tantos outros que se tornaram referências para mim.

De longe, foi a Copa que mais reuniu craques e bons jogadores, na minha opinião, é claro. Praticamente, todo time tinha uma estrela, ou um jogador capaz de decidir partidas. E não eram só jogadores de ataque que eram estrelas, não. Baresi, Pagliuca, Preud´homme, Maldini, Aldair, Branco e muitos outros defensores me fizeram tomar gosto por sistemas defensivos.


E o que dizer do Brasil? Taffarel, o citado Aldair, Dunga, Branco, Romário, Bebeto e Mauro Silva viraram meus heróis. Acredite se quiser, meu sonho era ser como qualquer um desses caras. Percebe-se que não consegui, entre outros fatores, por eu não ter talento para a prática do esporte bretão.

O gol de Branco contra a Holanda, o “Eu te amo” de Bebeto para Romário, o gol salvador do Baixinho contra a Suécia na semifinal, o pênalti defendido por Taffarel na final, todos esses momentos moldaram meu caráter futebolístico.

Hoje, dia 17 de julho, a final da Copa completa vinte e três anos. Vinte e três anos daquele que foi talvez o maior jogo que vi na vida. Não importa se não foi o jogo mais emocionante. Não importa se o nível técnico foi baixo. A final da Copa foi como a cereja de um bolo que eu insisto em lembrar o sabor vinte e três anos depois.


Praticamente todos os momentos que presenciei entre junho e julho de 1994 foram mágicos para mim. Levarei eternamente em meu coração e em minha memória cada segundo que vivi durante a Copa mais mágica que assisti na minha vida.

Deus salve Yekini e sua comemoração. Deus salve Baggio batendo o pênalti pra fora. Deus salve Escobar, esteja onde estiver. Deus salve a Romênia e a Bulgária, que tanto me encantaram. Deus salve Lalas e Balboa. Deus salve Meola. Deus salve Taffarel. Deus salve Ravelli. Deus salve a Copa de 94, e mantenha nosso amor intacto.