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Sampaoli

O BOM FUTEBOL DO SANTOS ME FAZ FELIZ

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Não sei o que acontecerá até o fim do campeonato, mas fico muito feliz em ver o Santos no topo da tabela. Mais feliz ainda por ver a jogada do venezuelano Soteldo, em um dos gols do Santos, contra o limitado Avaí. E mais feliz ainda por ele ser um jogador baixo destacando-se nesse festival de brucutus e gigantões desengonçados que infestam o futebol brasileiro. E mais feliz ainda por ver muitos comentaristas tendo que reavaliar as bobagens que falaram no início da competição.

Mas eles não dão o braço a torcer e ao invés de exaltarem o vistoso futebol do Santos e o ótimo trabalho de Sampaoli preferem fazer uma dessas enquetes chatíssimas: “Será que o Santos terá fôlego para continuar liderando o Brasileirão?”.

Só podem estar de brincadeira! O que uma coisa tem a ver com a outra? Todos sabem que os clubes riquinhos conseguem montar até três times e Santos e Fluminense, os que elogio há tempos, montam um aos trancos e barrancos. A discussão é outra! Falo de bom futebol!

Claro que corre o risco de algum retranqueiro vencer. A imprensa adora dizer que o Mano é especialista em mata-mata, considera isso um ponto altíssimo em seu currículo. O técnico tem que ser especialista em montar bons times, esquemas ousados e não em ganhar covardemente. Quem viu River x Cruzeiro entende o que estou falando.


Salvo raras exceções, tenho me impressionado com a qualidade da imprensa esportiva. Gracinha atrás de gracinha, desconhecimento total do tema e alguns escancaradamente tendenciosos. Mas não estou nem aí para eles. Vejo o futebol no detalhe e ninguém precisa concordar comigo. Aplaudo Sampaoli, Diniz, Roger, Cuca e, agora, Ceni porque colocam os seus times para jogar. O Grêmio também é ofensivo.

No geral, está tudo muito ruim. Mas ainda dá para ver jogar Gustavo Scarpa, Pedrinho, Cazares, Chará, Daniel, do Goiás, e alguns outros que arriscam dribles e chutes, artigos raros no futebol atual. E, me perdoem, mas quando critico a atitude da imprensa é porque ela é fundamental para a transformação de nosso futebol. A discussão deve ser séria, consistente. Não basta anunciar que mais um jovem de 17 anos foi vendido para o exterior, mas precisamos mostrar o estrago que isso vem causando. As leis precisam ser revistas e os clubes se unirem ao invés de se pisotearem. As ligas europeias viraram modelos de negócios, talvez por não terem federações envolvidas.

Enfim, gostaria de estar analisando a rodada passada, mas não tem o que se comentar, está sofrível. E para falar da atuação do VAR eu deveria ser comentarista policial, Kkkk!!!

Mudo de canal e vejo que Ruth de Souza morreu. Primeira negra a atuar no teatro, enfrentou preconceitos, quebrou barreiras, nunca abaixou a cabeça e venceu! Definitivamente não gosto de covardes.

SAMPAOLI: O RESGATE DE SI, DA LEVEZA E ALEGRIA DO FUTEBOL SANTISTA

por Ivan Gomes


Estamos nos dias finais para encerrarmos o primeiro semestre de 2019. Nesse quase meio ano, quem torce para o Santos Futebol Clube pode acompanhar o renascer de um técnico que, com seu renascimento, resgatou a alegria e a leveza da prática do futebol no alvinegro praiano, algo que não víamos há alguns anos.

Um dos clubes mais vitoriosos e respeitados do futebol brasileiro e mundial precisou que um argentino, deixado quase no ostracismo após mau desempenho na Copa do Mundo de 2018 com sua seleção, resgatasse aquilo que todo santista sempre gostou: ousadia, gols e belas jogadas. 

Desde as primeiras apresentações do time de Sampaoli notamos que poderíamos ter algo diferente. Muitos disseram, após alguns jogos, que ele não havia inventado a roda. Óbvio que não! Sampaoli fez somente o básico. Estudou, buscou se aprofundar na história do clube. E o que ele fez não é invenção, mas sim o resgate dos bons tempos, que todo torcedor sente falta. E esse jeito que gostamos de ver nosso Santos jogar, encaixa perfeitamente com o estilo de jogo que o argentino gosta de proporcionar ao torcedor/espectador.

Quem acompanhou o moribundo Santos de 2018 e vê o Santos em 2019 não acredita que o time é quase o mesmo, sem citar que perdeu dois atacantes considerados importantes: Gabriel e Bruno Henrique. A diferença de um ano para outro é abissal. O alvinegro praiano, se não me falha memória, estava na zona de rebaixamento na nona rodada do Brasileiro passado, este ano é vice-líder.

Com reposição de algumas peças e o trabalho no dia a dia, Sampaoli transformou aquele time que teve somente apresentações pífias com Jair Ventura e Cuca em um time que pratica um futebol leve, que ataca, que não se dá por satisfeito, mesmo quando o placar aponta vantagem considerável. Não tem esquema de atacar em casa e jogar fechado fora, é sempre o padrão de busca pelo gol, não há qualquer custo, mas com um jeito que foi muito difundido nos primeiros meses dele na Vila: amor pelo balón. 


Outra obviedade é que não se consegue mudar tudo de hora para outra, a aposta no tempo é essencial. Críticos dirão que o Santos foi eliminado de quase tudo neste ano. Que a equipe sofreu algumas goleadas. Não negamos isso. Mas acreditamos que são percalços inerentes ao crescimento e mudança de estilo e padrão de jogo. 

Talvez as sementes plantadas por Sampaoli este ano ainda não rendam frutos. Espero que a torcida não seja tão imediatista, assim como a diretoria, e deixem o argentino trabalhar e lhe deem condições para isso. O próximo ano pode ser melhor, um exemplo, apenas uma analogia, o Liverpool investiu no tempo quando contratou Klopp. O retorno começa a ser dado algumas temporadas e derrotas depois.

Claro que queremos ver nosso time campeão todo ano se possível, mas não é assim que “a banda toca”. Quem acompanhou o Santos ano passado pela TV, rádio, internet ou arquibancada, sabe o quanto foi sofrido. Este ano, ao menos, vemos um time com vontade, com ímpeto, que se impõe, que respeita a camisa e toda história feita pelos gigantes que um dia passaram e fizeram história na Vila Belmiro.

A Sampaoli fica o agradecimento por tudo que ele fez. Enquanto ele resgatou nosso futebol, nós o resgatamos como técnico. Que a partir de agora, o alvinegro não saia dessa trajetória, pois como bons santistas que somos, não nos basta apenas vencer, mas sim convencer, assim como foram nossos títulos à época do rei Pelé, assim como em 2002 com os Meninos da Vila. 

 

 

 

SAMPAOLI E A OXIGENADA MORAL NO FUTEBOL BRASILEIRO

por Luiz Ricas


Quando o técnico argentino assumiu o Santos FC no começo do ano, todos esperavam o que ele entregou e o que já vinha fazendo em seus últimos trabalhos, no Chile, na Argentina, no Sevilla ou no Universidad do Chile. Linhas avançadas, posse de bola, goleiro líbero, futebol ofensivo com muitos gols tomados e também sofridos. Um futebol intenso e jogado. O que ele fez no futebol brasileiro nesses quatro meses foi muito mais que tático.

A oxigenada do Sampaoli no futebol brasileiro não é tática, é moral. Taticamente em era de internet e TV a cabo, todos que acompanham futebol sabiam do conceito de jogo dele, inclusive com esse resultado de fazer um monte de gols e quando perde, também na mesma proporção. Mas a grande novidade é a voz dele: exigir o que deveria ser óbvio e usar do lastro dele para falar disso publicamente. 

No futebol daqui a gente normatizou coisas completamente absurdas, como jogador voltar inteiramente fora de forma das férias, nenhum comprometimento (necessitando de motivação para fazer o que se dispôs a fazer, jogar bola), jogador ruim ganhando fortunas em times grandes, jogadores manhosos que tem que ser tratados como “pop star prima dona principezinho do mundo”, atraso de salário, dirigente não cumprir promessas, comissão técnica ou parte do elenco receber salário e outros departamentos e jogadores do clube não, etc. Só para ficar nos exemplos dos quais ele francamente falou em público. Instituições gigantes em mãos de gente incompetente ou de má índole. 


No início de abril, o treinador que vai aos treinos de bicicleta na plana cidade santista viu um grupo de crianças assistindo ao treino em cima da árvore e prontamente convidou os garotos para entrar no CT, conhecer os jogadores e ver o treino do banco de reservas. Um simples gesto até destoa do modo intocável como são as relações entre torcida e atletas, um dia inesquecível para essas crianças e um breve gole na água da realidade que o elenco por ele treinado bebeu.

Sampaoli é gigante nesse gesto e em todos desde que começou no futebol e merece louvores por isso. O Santos que ele atualmente comanda e demais clubes do Brasil são gigantes em sua história e torcida, mas temos cada dirigente, cada jogador, cada cartola que é impressionante a força do futebol em se manter vivo por aqui com tanto sangue suga grudado nele!

DOIS CONTRA A MEDIOCRIDADE

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Amigos, é impressionante como torcer pela desgraça alheia é o passatempo de muita gente. Vejam, por exemplo, o que acontece atualmente no futebol. Apenas dois, e não mais do que isso, dois treinadores tentam chutar o balde da mesmice fazendo seus times jogar um futebol vistoso, ofensivo, de toque de bola e ousadia. Vocês sabem que falo de Fernando Diniz, do Flu, e de Jorge Sampaoli, que está no Santos. Mas, PC, o Santos foi desclassificado e o Fluminense empatou com um time que nunca ouvimos falar. E daí?

Como os adversários jogaram, escondidos atrás de uma pedra, acuados, atuando covardemente? Isso é futebol? Mas, PC, Flu e Santos não era para terem vencido? E venceram! Venceram porque estão apresentando propostas para fugir desse marasmo em que se transformou o nosso futebol, com um bando de “professores” que entram em campo para não perder.

Querem um bom exemplo? Dou dois! Na semana passada, Felipão e Carille, os queridinhos, ganharam utilizando a velha fórmula: jogando por uma bola. O Corinthians nem isso conseguiu e se classificou nos pênaltis. Já o Felipão, disse que precisou reforçar a defesa do Palmeiras contra o poderosíssimo Ituano para deixar o Ricardo Goulart solto com o Borja e ganhou no sufoco. Faz sentido? Nem um pouco!

Na minha época, esses jogos eram nossa oportunidade de brigar pela artilharia do campeonato e aumentar o saldo de gols. Os roupeiros nem precisavam lavar o uniforme do nosso goleiro. Kkkkkk! Temos que insistir em nossa verdadeira forma de jogar, apostar todas as fichas em nossa escola. A força física não pode prevalecer.

Por pensar diferente de todo o resto, apenas Fernando Diniz topou trazer Ganso de volta. “Ganso é lento”, “Ganso não consegue acompanhar o ritmo atual”. Gente, o Gerson fumava em 70 e o preparo físico dos europeus era bem mais avançado do que o nosso.

Pior de tudo foi ver os comentaristas da ESPN comentando a atuação do Ganso em um jogo que ele nem entrou em campo por não estar inscrito! Parece brincadeira, mas não é! Como um profissional do jornalismo pode analisar um jogo que nem assistiu? Fazer uma análise baseada no chutômetro é no mínimo imprudente.

A verdade é que Santos e Fluminense ainda não encontraram os jogadores certos para botar em prática o estilo dos seus treinadores. A qualidade técnica ainda é um grande desafio e que deve ser consertada na base, como já repetimos aqui. E eles dois estão usando muitos garotos, apostando, colocando para jogar sem melindres. Essa mentalidade de “jogar por uma bola” é o que vem destruindo nossa arte.

Agora, entendam o tamanho da encrenca de Diniz e Sampaoli, são dois contra todo o sistema da mediocridade. Fico por aqui torcendo para que Diniz e Sampaoli coloquem os “professores” engessados na rodinha de bobo e que jamais desistam de valorizar o futebol arte.