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rodrigo melo silva

TORCIDA: PAIXÃO QUE NÃO SE EXPLICA

por Rodrigo Melo Silva


Qual o momento mais sublime do futebol? Gol aos 45 minutos do segundo tempo, drible desconcertante no adversário, defender um pênalti ou levantar uma taça de campeão. Realmente, os fatos são marcantes para os amantes do futebol e acaba ficando difícil de escolher somente uma alternativa, mas com certeza esses momentos ficam mais doces ao lado de quem mais te ama: o torcedor!

Desde criança, você cultiva sentimentos dos mais diversos por uma determinada agremiação: alegria, tristeza, amor, raiva, felicidade, frustração, ansiedade, exaltação e entre outras sensações/reações. Com isso, acaba se tornado algo inexplicável esse mistura de efeitos durante os 90 minutos e podendo encontrar dificuldade em explicar para alguém que não gosta de futebol como centenas de pessoas se mobilizam em torno de 22 pessoas correndo atrás bola que tem como objetivo marcar um gol na baliza adversária.

Por vezes, me deparo com a reflexão: Qual o motivo para torcer para um determinado clube de futebol? Ou como eu explicaria para alguém que não gosta de futebol passar a torcer? Segundo o dicionário, a palavra “torcedor” tem como definição: diz ou aparelho para torcer algo. No entanto, não está nos verbetes traduzir ou reproduzir a emoção colocada naquele grito de gol e fica engraçado que não consegui achar as palavras para definir ao certo o sentimento e a expressão de ser amante do esporte mais praticado do Brasil.

Podemos acompanhar a transformação dos frequentadores das arquibancadas devido alguns fatores como, por exemplo, a modernização e construção de estádios com padrão elevado. A consequência disso foi o encarecimento dos valores do ingresso, excluindo os torcedores com menor poder aquisitivo. No entanto, vejo que o tão falado “Combate ao futebol moderno” ou “Não ao futebol moderno” não se restringe somente a questão de dar acesso a todos os torcedores, mas aplicar o debate sobre assuntos inerentes a sociedade e não ficando à margem porque o futebol possui grande representação na cultura popular brasileira.

Em tempos adversos como passamos devido a pandemia do Coronavírus no mundo, naturalmente a alternativa mais correta são os estádios sem torcida para evitar a contaminação das pessoas. Mas com o avançar da vacinação contra a Covid-19 logo poderemos voltar a frequentar as arquibancadas.

FUTEBOL EM VERSOS

por Rodrigo Melo Silva


Em território brasileiro chama a atenção pela pluralidade da identidade cultural porque em cada canto do país se apresenta em formatos na dança, das artes plásticas, do audiovisual, da fotografia, da natureza e entre outras peculiaridades regionais. Fato que a riqueza e a qualidades das produções musicais é um dos marcos genuínostupiniquim que atravessa por gerações sendo produto tipo exportação.

Funk carioca, frevo nordestino, rock gaúcho ou rap paulistano são alguns exemplos de gêneros de sucesso internacional que coloca os cantores, cantoras e bandas em evidência colocando a cultura brasileira como destaque. Além disso, outro “produto” se destaca pela excelência na qualidade nas terras tupiniquins e chega aos demais países com expectativa elevada são os “pés de obras” dos jogadores formados no Brasil que levam ao delírio os torcedores pela sua habilidade, assistências e gols aos montes.

Por vez ou outra, os caminhos se encontram entre um violão e uma bola de futebol. Ao longo da história, jogadores fora de séries ou atletas carismáticos e além deobjetos ligados ao futebol como o estádio ou a torcida se tornou inspiração para a composição musical nos mais diversos gêneros musicais como, por exemplo, É Uma Partida de Futebol dos mineiros do Skank que gravaram o clip da música em pleno estádio do Mineirão durante clássico mineiro entre Cruzeiro x Atlético Mineiro ou quando o carioca Marcelo D2 homenageou Ronaldo Nazário, o fenômeno, com a canção Sou Ronaldo, os paulistas MC Guimê e Emicida colocando todos os amantes do futebol nas estrofes da canção País do Futebolaté mesmo o resultado de partida mereceu música como caso de Um a Zero pela voz do carioca Pixinguinha.

No final dos anos 90 e início dos anos 2000, podíamos ver os cantores na versão “jogadores” de futebol nas hiláriasedições do Rock & Gol, idealizado pela MTV Brasil quando pertencia ao Grupo Abril, quando foi a oportunidade ver a habilidade de Samuel Rosa do vocalista do Skank, a artilharia de Japinha e Badauí do CPM 22 e quando poderia ver a galera do Ratos do Porão, Sepultura e Angra troca o som pesado dos riffs dasguitarras por uma bola de futebol com narrações de Paulo Bonfá e comentários de Marcos Bianchi que traziam doses de humor para os lances da partida.

O futebol é um território fértil para a música e as canções embalam as quatro linhas que não conseguem ficar longe.

O MÍSTICO PINTADO DE AZUL E AMARELO

por Rodrigo Melo Silva


O temido Boca Juniors de Carlos Bianchi & cia

Os anos 90 para os clubes brasileiros, fatalmente, foi o melhor período de conquistas quando se trata da Taça Libertadores da América: títulos do Grêmio (1995), Cruzeiro (1997), Vasco da Gama (1998) e Palmeiras (1999), além do bicampeonato do São Paulo (1992/1993), fazendo os torcedores irem ao delírio com a competição e se tornando obsessão pelo troféu.

Contudo, no final dos anos 90 e início dos anos 2000, os torcedores da América do Sul, em especial os brasileiros, começavam a ouvir uma frase que deixavam calafrios: “Próximo adversário será o Boca Juniors em La Bombonera”.

A mística começou a ser construída com a vinda do treinador Carlos Bianchi para substituir Hector Viera, logo após a Copa do Mundo de 1998. Foi o primeiro passo para o recomeço do clube do bairro La Boca porque fazia 20 anos da conquista do bicampeonato da Taça Libertadores (1977/1978) e 21 anos do então único Mundial de Clubes conquistado pelos argentinos, em cima do Borussia Mönchengladbachda Alemanha.

O “Boca Juniors do Carlos Bianchi”, como ficou conhecido, mesclou a vitalidade dos jovens artilheiros e bons de bola como Guillermo Barros, Schelloto & Martín Palermo que passaram o bastão para Rodrigo Palácio & Carlos Tévez, com a experiência dos colombianos Oscar Córdoba e Jorge Bermúdez, vigor de Sebastian Battaglia e foram capitaneados pelo excepcional craque Juan Roman Riquelme.

Os Xeneizes empilharam troféus na década: quatro Libertadores (2000, 2001, 2003 e 2007); duas Copas Sul-Americanas (2004 e 2005); três Recopas, Sul-Americana (2005, 2006 e 2008); e o ápice da equipe chegou nas vitórias sobre os europeus, Real Madrid e Milan, nas finais do Mundial Interclubes em 2000 e 2003. Tornando-se o clube mais temido e consolidado a emblemática geração de jogadores.

Aliás, mais do que merecido ter algumas linhas dedicado a ele: Juan Roman Riquelme. Ele se intitula como o “último camisa 10”, foi a grande referência técnica daquela geração e para muitos torcedores do Boca está na mesma prateleira de ídolo de Diego Armando Maradona por ser a peça que reconduziu a equipe argentina em ser respeitada pelo continente americano. Seus dribles e passes desconcertantes lhe renderam cadeira cativa na seleção argentina.


A admiração pelo craque argentino veio de onde menos se esperava: Brasil. No país vizinho, Roman foi a mistura de alegria e tristeza para os torcedores brasileiros sendo o carrasco nos confrontos eliminatórios e a felicidade para os rivais. Ele fez que os pais brasileiros registram-se 14 mil “Riquelmes” nos cartórios brasileiros, ou se considerar suas variações na hora da escrita esse número passa dos 20 mil, segundo dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quando antes do anos 2000 existia apenas 228 registros.

Desde então, o Boca Juniors aumentou sua legião de fãs, mesmo fora da América do Sul, e fez que a mística da camisa azul e amarela ou jogar no estádio La Bombonera fosse o patamar único de admiração, respeito e com pitadas de pesadelos para os adversários.

Time Base: Córdoba; Ibarra, Bermúdez, Samuel, Arruabarrena; Traverso, Battaglia, Basualdo, Riquelme; Palermo e Schelloto. Além disso, alguns jogadores que merecem ser lembrados na trajetória:Abbondanzieri, Burdisso, Matellán, Barijho, Delgado, Tévez e Palácio. Técnico: Carlos Bianchi.