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Paulo Francis

VINTE ANOS SEM O MAIOR “PELADEIRO” DA IMPRENSA

por André Felipe de Lima 


“Se o brasileiro se interessasse por política dez por cento do que se interessa por futebol, esse país estaria salvo”. A frase – convenhamos, com alguma (ou talvez cavalar) dose de sentido – brotou da pena afiada (para uns, obviamente) e nefasta (para outros, naturalmente) do (para incondicionalmente todos) genial Paulo Francis, que hoje, neste sábado quatro, completa vinte anos longe daqueles que verdadeiramente gostam do bom ensaio jornalístico.

Ex-trotskysta, um dos fundadores do Pasquim, nascido em Botafogo, mas torcedor do Flamengo (embora, dizem, jamais tenha ido ao Maracanã), Francis é a marca (provavelmente a última) de um jornalista crítico, ácido e independente… sem amarras.

Foi um grande escritor e um ensaísta devastador, mesmo que sem o devido reconhecimento da inteligentsia tropical. Partiu para Nova Iorque e lá montou seu bunker jornalístico, cuja mira principal era a cultura e política brasileiras. Paulo Francis foi, sem dúvida, uma espécie de anti-herói do nosso jornalismo.


Seu estilo provocativo estimulava o melindre em qualquer desavisado de plantão. Caetano Veloso, por exemplo, tornou pública a desavença com Francis, chamando-o de “bicha amarga”, boneca travada danadinha” e “direitista”. Como definiu Ruy Castro, o entrevero entre os dois gênios foi considerado pela imprensa como a “briga do século”. Piada que Washington Olivetto tratou de rebater com extrema e bem-humorada maestria: “Que país mais chato este, em que os inteligentes brigam e os burros andam de mãos dadas!”

Francis ria quando o definiam como direitista. Foi acima disso ou de qualquer ideologismo de moda. Poderíamos defini-lo como um “peladeiro” das letras e da imprensa, que batia um bolão, mas sofria com os preconceitos de um conservadorismo ideológico que, de certa forma, ainda perdura em muitas redações.

Se estivesse vivo, acharia bacana o que a moçada que estuda jornalismo na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) criou em sua homenagem: a Copa Paulo Francis (CPF) de futebol, uma verdadeira pelada bem resolvida. Ah, também há para as moças… a Copa Patrícia Poeta. Francis exclamaria resoluto: “Waaal…”.

Para conhecer um pouco mais sobre a Copa Paulo Francis, vá lá no blog abaixo:

http://copapaulofrancis.blogspot.com.br/