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Marcio Aurelio Carneiro

E O PONTA ESQUERDA ERA UM TAL DE BIGODE

por Marcio Aurelio Carneiro


(Foto: Custodio Coimbra)

Fomos convidados, um time amador aqui de Barra Mansa-RJ, um dos muitos que existiam na época, para jogar um torneio em Cabuçu-RJ. Daqueles torneios que era no modelo antigo do um contra um e quem ganhasse levava o troféu.

Dois ônibus lotados com a torcida e nós peladeiros que íamos no bolo. Nosso jogo era o principal da tarde ensolarada de Domingo, jogaríamos contra o time principal da localidade. Chegamos depois de 100km e moídos pelo desconforto do buzú, que pelo preço contratado, foi mesmo o que deu pra arranjar.

Chegamos meio em cima da hora e fomos logo trocar de roupa atrás do gol oferecido, campo precário, muita torcida da casa e um “fumacê” suspeitíssimo. Entramos em campo primeiro, sem a menor saudação dos presentes, normal!! 

Logo em seguida entrou nosso adversário com um reluzente uniforme laranja a lá Holanda. Juizão com um comportamento cambaleante, disse que não iria tolerar violência. Tudo certo pra bola rolar, eu na lateral direita, tipo Orlando Lelé, esbravejava pra tentar intimidar o ponta esquerda que tinha um aspecto estranho.

Antes da bola rolar, constatei que o tal atacante era um sapatão, que atendia pelo apelido de Bigode, e era meio xodó da torcida, pensa! Primeira bola que ele veio de graça, mandei-o pra fora do campo com bola e tudo. Foi o bastante pra levar um cartão e uma cusparada da torcida. Lembro que meu capitão pediu pra eu aliviar que o lugar era perigoso.

Bigode se empolgou e vinha cheio de pedaladas, dei no meio de novo e o tempo fechou…me lembro de corrermos pro ônibus e os dois pneus da frente estarem furados.

Graças a valentia dos PM’s que assistiam o jogo, sobrevivi pra contar.